terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O Conselho Constitucional da França e o Homossexualismo


Idêntica questão proposta ao Supremo Tribunal Federal sobre a união entre pessoas do mesmo sexo foi colocada ao Conselho Constitucional da França, que, naquele país, faz as vezes de Corte Constitucional.
Diversos países europeus, como a Alemanha, Itália, Portugal têm suas Cortes Constitucionais, à semelhança da França, não havendo no Brasil Tribunais exclusivamente dedicados a dirimir questões constitucionais em tese, embora o Pretório Excelso exerça simultaneamente a função de Tribunal Supremo em controle difuso, a partir de questões pontuais de direito constitucional, e o controle concentrado, em que determina, “erga omnes”, a interpretação de dispositivo constitucional.
Pela Lei Maior brasileira, a Suprema Corte é a “guardiã da Constituição” - e não uma “Constituinte derivada” -, como o é também o Conselho Constitucional francês: apenas protetor da Lei Suprema.
Ora, em idêntica questão houve por bem o Conselho Constitucional declarar que a união entre dois homens e duas mulheres é diferente da união entre um homem e uma mulher, esta capaz de gerar filhos. De rigor, a diferença é também biológica pois, na união entre pessoas de sexos opostos, a relação se faz com a utilização natural de sua constituição física preparada para o ato matrimonial e capaz de dar continuidade a espécie. Trata-se, à evidência, de relação diferente daquelas das pessoas do mesmo sexo, incapazes, no seu contato físico, porque biologicamente desprovidas da complementariedade biológica, de criar descendentes.
A Corte Constitucional da França, em 27/01/2011, ao examinar a proposta de equiparação da união homossexual à união natural de um homem e uma mulher, declarou: “que o princípio segundo o qual o matrimônio é a união de um homem e de uma mulher, fez com que o legislador, no exercício de sua competência, que lhe atribui o artigo 34 da Constituição, considerasse que a diferença de situação entre os casais do mesmo sexo e os casais compostos de um homem e uma mulher pode justificar uma diferença de tratamento quanto às regras do direito de família”, entendendo, por consequência, que: “não cabe ao Conselho Constitucional substituir, por sua apreciação, aquela de legislador para esta diferente situação”. Entendendo que só o Poder Legislativo poderia fazer a equiparação, impossível por um Tribunal Judicial, considerou que “as disposições contestadas não são contrárias a qualquer direito ou liberdade que a Constituição garante”.
Sem entrar no mérito de ser ou não natural a relação diferente entre um homem e uma mulher daquela entre pessoas do mesmo sexo, quero realçar um ponto que me parece relevante e que não tem sido destacado pela imprensa, preocupada em aplaudir a “coragem” do Poder Judiciário de legislar no lugar do “Congresso Nacional”, que teria se omitido em “aprovar” os projetos sobre a questão aqui tratada.
A questão que me preocupa é este ativismo judicial, que leva a permitir que um Tribunal eleito por uma pessoa só substitua o Congresso Nacional, eleito por 130 milhões debrasileiros, sob a alegação de que além de Poder Judiciário, é também Poder Legislativo, sempre que considerar que o Legislativo deixou de cumprir as suas funções. Uma democracia em que a tripartição de poderes não se faça nítida, deixando de caber ao Legislativo legislar, ao Executivo executar e ao Judiciário julgar, corre o risco de se tornar ditadura, se o Judiciário, dilacerando a Constituição, se atribua poder de invadir as funções de outro.
E, no caso do Brasil, nitidamenteo constituinte não deu ao Judiciário tal função, pois nas “ações diretas de inconstitucionalidade por omissão” IMPÕE AO JUDICIÁRIO, APESAR DE DECLARAR A INÉRCIA CONSTITUCIONAL DO CONGRESSO, intimá-lo, sem prazo e sem sanção para produzir a norma.
Ora, no caso em questão, a Suprema Corte incinerou o § 2º do art. 103, ao colocar sob sua égide um tipo de união não previsto na Constituição, como se poder legislativo fosse, deixando de ser “guardião” do texto supremo para se transformar em “Constituinte derivado”.
Se o Congresso Nacional tivesse coragem poderia anular tal decisão, baseado no artigo 49, inciso XI da CF, que lhe permite sustar qualquer invasão de seus poderes por outro poder, contando, inclusive, com a garantia das Forças Armadas (art. 142 ‘caput’) para garantir-se nas funções usurpadas, se solicitar esse auxílio.
Num país em que os poderes, todavia, são de mais em mais “politicamente corretos”, atendendo o clamor da imprensa - que não representa necessariamente o clamor do povo -, nem o Congresso terá coragem de sustar a invasão de seus poderes pelo Supremo Tribunal Federal, nem o Supremo deixará, nesta sua nova visão de que é o principal poder da República, de legislar e definir as ações do Executivo, sob a alegação que oferta uma interpretação “conforme a Constituição.” A meu ver, desconforme, no caso concreto, pois contraria os fundamentos que embasam a família (pais e filhos), como entidade familiar.
É uma pena que a lição da Corte Constitucional francesa de respeito às funções de cada poder, sirva para um país, cuja Constituição e civilização - há de se reconhecer - estão há anos luz adiante da nossa, mas não encontre eco entre nós.
Concluo estas breves considerações de velho professor de direito, mais idoso do que todos os magistrados na ativa no Brasil, inclusive da Suprema Corte, lembrando que, quando os judeus foram governados por juízes, o povo pediu a Deus que lhes desse um rei, porque não suportavam mais serem pelos juízes tutelados (O livro dos Juízes). E Deus lhes concedeu um rei.
Reflexão do Prof. Ives Gandra da Silva Martins por Zenit


*IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, é advogado tributarista, professor e prestigiado jurista brasileiro; acadêmico das: Academia Internacional de Cultura Portuguesa, Academia Cristã de Letras e Academia de Letras da Faculdade de Direito da USP; Professor Emérito das universidades Mackenzie, CIEE/O, ECEME e Superior de Guerra - ESG; Professor Honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia); Doutor Honoris Causa da Universidade de Craiova (Romênia) e Catedrático da Universidade do Minho (Portugal).

sábado, 25 de fevereiro de 2012

The icon of the Transfiguration




1) In our text today we will have a different reading experience: Lectio divina is one from the icon of the Transfiguration . In the Eastern Church icons are understood as the word of God. So for them, the icon is not painted, but written by an iconographer who, after spending months pondering a biblical text, accompanied by fasting and prayer, write in (PT) on the wood.
This icon is attached Transfiguration Russian. It was acquired in Bethlehem in the Holy Land. He is a stunning beauty! Therefore, we do read the text along with the contemplation of the icon, verse by verse.
2) "Six days later Jesus took Peter, James and John, and brought them up to a secluded place, on top of a mountain, alone. There he was transfigured before them. "The term" six days "is linked to the profession of Peter at Caesarea Philippi, where he proclaims in the name of all the disciples:" You are the Christ "(Mark 8:29) . This connection wishes to express that the transfiguration is a moment of revelation of Jesus' identity.
The three disciples who witness the Transfiguration - Peter, James and John - are the same one they had seen two other episodes: the resurrection of Jairus' daughter (Mark 5, 21-43) and the moment of agony on the Mount of Olives (Mark 14, 32 -42). We can say that these three are the "chosen of the chosen" to be witnesses of these unique events.
Let us pass over the icon and we will find each of the three disciples. The talk will be the first of which St. James. He is the disciple who is at the center and uses a red robe that symbolizes the glory of martyrdom. He was the first of twelve to be martyred in the year 42 AD (Acts 12.2). The second apostle, who is on the right of St. James, St. Peter's: he has his arm extended as if to speak, for it is he who says, "is good, Lord, we are here, let us make three tents, one for you, one for Moses and one for Elijah. "He also has a red cloak, symbolizing martyrdom. According to tradition he was martyred in AD 64 in Rome.
The third is St. John the Apostle is that he does not have the red cloak. It was the only one among the twelve that did not suffer martyrdom. His position in the icon is peculiar, because he's looking for Jesus transfigured. It is a deeply contemplative attitude. In the representation of animals of the apocalypse - who surround the throne of God (Revelation 4: 6-11) and, over time, have been identified as the evangelists - John is the eagle. To the ancients, the eagle was the only animal that could look directly into the sun. Thus, John was recognized as the great mystic, he could look directly at Jesus transfigured, He that is brighter than the sun and always has been hailed as the Sun of Justice. That is why John can say with propriety in his letter: "... God is light and in Him is no darkness at all" (I John 1: 1-5).
The high mountain, from the earliest days of Christianity, has been identified as Mount Tabor: an elevation of 588 meters, on the plain of Galilee. From there we have a beautiful view of the entire region. It is now built the Basilica of the Transfiguration, following the will of St. Peter, was built as if they were three tents: the nave is that of Jesus and the two side chapels are dedicated to Moses and Elijah, thus forming a set of three tents.
3) "His clothes became bright white as no fuller on earth could make it so." This verse, along with the last sentence of the verse do not comment past that - "There he was transfigured before them" - are the central image of the icon. Jesus briefly reveals his identity as the Son of God - that is her deepest identity - and the disciples realize this identity a mystery of light. The disciples see what Jesus said in John's gospel: "I am the light of the world." (Jn 8:12).
As we contemplate the icon, we realize that everything in it emanates light. There is a natural light like the sun, or artificial such as a lamp. It is the light of God's glory. In the Transfiguration, a window of heaven, of eternity opens and we can glimpse the light of eternal glory.
By focusing on two types of rays of light, the icon, emanate from Jesus: first, the radius green circular: the circle of truth which enlightens the human mind revealing the truth. Jesus himself also says: "I am the way, the truth and the life" (John 14:6). It also says, "know the truth and the truth shall make you free" (Jn 8:32). This is the way of contemplation of the truth which enlightens the human intellect and divine.
The second type of beam are represented by three reddish rays that descend toward the disciples. These rays are the color of the human heart, and infuse divine love in the hearts of the disciples. This is a contemplative journey of the heart, which deifies the human heart. We can even see a complementary symbolism in this, where these three rays are the three theological virtues: faith, hope and charity.
As we see this icon, we can dive into the deep mystery of God revealed in Jesus through the two great contemplative paths, which do not contradict but complement each other: the path of truth and the path of love. Complementarity is because love protects human intelligence of ideology, a theory which is unrealistic. And the truth protects the human heart sentimentality, which is a distortion of love.
4) "appeared to them Moses and Elijah, talking with Jesus." At a time when the heavens open window, two central characters of the Old Testament appear to confirm and bear witness to Jesus as the fullness of revelation. In the icon, we will realize that despite the Transfiguration on Mount Tabor happens, Moses and Elijah are portrayed in other mounds. This is a form of spiritual reading of the sacred text to show us that each of these characters had revelations from God a lot, but distinct from Mount Tabor.
Let's look at Moses. Icon, he is holding a book. This is the Law that Moses received on Mount Sinai (Ex 34). Moses is with the head tilted and pointing to the book of the law Jesus, showing that in Jesus, the Law is fulfilled and plenificada. On the other side is the prophet Elijah, who also made a pilgrimage to Mount Sinai (Horeb) and there is a profound encounter with God that will confirm his calling as a prophet (cf. I Kings 19). He has his hand pointed at Jesus and bowing their heads, showing that in Jesus, all the prophecies come true.
All this is wrapped in a profound dialogue of Jesus with Moses and Elijah. In Luke's gospel is revealed the contents of this dialogue, "spoke of his exodus that was committed in Jerusalem" (Luke 9:31). In other words, talked about the passion, death and resurrection of Jesus:
"Then Peter spoke up and said to Jesus, 'Rabbi, it is good that we are here. Let's make three tents: one for you, one for Moses and one for Elijah. In fact, I did not know what to say because they were gripped with fear. "The disciples portrayed the icon lying on the ground reveal the sharp contrast experienced by them before so great revelation: at first the fear, which is by contact with the supernatural world. As we see, the Bible, happen to all those who had some form of contact with God, then have an experience of happiness, peace and joy as a form of participation of eternity. This makes Peter say, "good Lord, we are here."
The application of Peter to build three tents can be understood in a deeper way from the promise of God that pitch his tent in the midst of his people in Messianic times. So, Peter, who had recognized Jesus as the Christ, intuits that the messianic age had arrived (see the book "Jesus of Nazareth" Part 1 - Benedict XVI). Peter, well, you know that at the time of the Transfiguration happened what is said in the literal translation of the prologue of John's gospel: "the Word was made flesh and pitched his tent among us and we beheld his glory" (Jn 1: 14).
Down, then, a cloud, covering them with its shadow. And the cloud came a voice: "This is my beloved Son. Listen to him! "This is the climax of the scene unfolding. It is the Father's word that gives meaning to everything that is happening, when he says: "This is my beloved son. Listen to him! "All the facts, words and events serve as a frame for the Father's word can be understood and accepted with the force that is due. This is the central message: Jesus is the fullness of revelation, the beloved son of the Father is in him and through him and to him are all things. We can only know Jesus deeply when we contemplate his eternal relationship of love with the Father and this happens when we hear the words of Jesus recognizing that it is God who became flesh and pitched his tent among us.
The Movement of the Transfiguration are called to do this transfiguration experience of Jesus every time, through prayer, reading God's Word and the liturgy, we seek God's face. We are called to live a prayer deep, intense and contemplative to transfigure our lives. That through this prayer, the light of Christ we receive in our minds and our hearts can illuminate our thoughts and actions and thus spill over into all those around us.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A mensagem de Bento XVI por ocasião da Campanha da Fraternidade 2012

Ao Venerado Irmão
Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida (SP) e Presidente da CNBB

Fraternas saudações em Cristo Senhor!

De bom grado me associo à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que lança uma nova Campanha da Fraternidade, sob o lema «que a saúde se difunda sobre a terra» (cf. Eclo 38, 8), com o objetivo de suscitar, a partir de uma reflexão sobre a realidade da saúde no Brasil, um maior espírito fraterno e comunitário na atenção dos enfermos e levar a sociedade a garantir a mais pessoas o direito de ter acesso aos meios necessários para uma vida saudável.
Para os cristãos, de modo particular, o lema bíblico é uma lembrança de que a saúde vai muito além de um simples bem estar corporal. No episódio da cura de um paralítico (cf. Mt 9, 2-8), Jesus, antes de fazer com que esse voltasse a andar, perdoa-lhe os pecados, ensinando que a cura perfeita é o perdão dos pecados, e a saúde por excelência é a da alma, pois «que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma?» (Mt 16, 26). Com efeito, as palavras saúde e salvação têm origem no mesmo termo latino salus e não por outra razão, nos Evangelhos, vemos a ação do Salvador da humanidade associada a diversas curas: «Jesus andava por toda a Galiléia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo o tipo de doença e enfermidades do povo» (Mt 4, 23).
Com o seu exemplo diante dos olhos, segundo o verdadeiro espírito quaresmal, possa esta Campanha inspirar no coração dos fiéis e das pessoas de boa vontade uma solidariedade cada vez mais profunda para com os enfermos, tantas vezes sofrendo mais pela solidão e abandono do que pela doença, lembrando que o próprio Jesus quis Se identificar com eles: «pois Eu estava doente e cuidastes de Mim» (Mt 25, 36). Ajudando-lhes ao mesmo tempo a descobrir que se, por um lado, a doença é prova dolorosa, por outro, pode ser, na união com Cristo crucificado e ressuscitado, uma participação no mistério do sofrimento d’Ele para a salvação do mundo. Pois, «oferecendo o nosso sofrimento a Deus por meio de Cristo, nós podemos colaborar na vitória do bem sobre o mal, porque Deus torna fecunda a nossa oferta, o nosso ato de amor» (Bento XVI,Discurso aos enfermos de Turim, 2 de maio de 2010).
Associando-me, pois, a esta iniciativa da CNBB e fazendo minhas as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de cada um, saúdo fraternalmente quantos tomam parte, física ou espiritualmente, na Campanha «Fraternidade e Saúde Pública», invocando ­ pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida ­ para todos, mas de modo especial para os doentes, o conforto e a fortaleza de Deus no cumprimento do dever de estado, individual, familiar e social, fonte de saúde e progresso do Brasil tornando-se fértil na santidade, próspero na economia, justo na participação das riquezas, alegre no serviço público, equânime no poder e fraterno no desenvolvimento. E, para confirmar a todos estes bons propósitos, envio uma propiciadora Bênção Apostólica.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Retiro do Movimento no Mosteiro Trapista - carnaval de 2012

No período do carnaval (18 a 21 de fevereiro), o Movimento da Transfiguração realizou um retiro no Mosteiro Nossa Senhora do Novo Mundo, dos Trapistas, na cidade de Campo do Tenente, no Paraná. O tema do retiro foi "a Oração". Na ocasião tivemos também a oportunidade de partircipar do Ofício Divino, junto com os monjes, aliados a momentos de Lectio Divina pessoal e palestras. Os participantes ainda tiveram a oporturnidade de participar do sacramento da reconciliação e de toda a riqueza da vida monástica.
Veja abaixo algumas fotos:
















quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Mensagem do Papa Bento XVI para a quaresma de 2012



«Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras»  (Heb 10, 24)
Irmãos e irmãs!
A Quaresma oferece-nos a oportunidade de reflectir mais uma vez sobre o cerne da vida cristã: o amor. Com efeito este é um tempo propício para renovarmos, com a ajuda da Palavra de Deus e dos Sacramentos, o nosso caminho pessoal e comunitário de fé. Trata-se de um percurso marcado pela oração e a partilha, pelo silêncio e o jejum, com a esperança de viver a alegria pascal.
Desejo, este ano, propor alguns pensamentos inspirados num breve texto bíblico tirado da Carta aos Hebreus: «Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras» (10, 24). Esta frase aparece inserida numa passagem onde o escritor sagrado exorta a ter confiança em Jesus Cristo como Sumo Sacerdote, que nos obteve o perdão e o acesso a Deus. O fruto do acolhimento de Cristo é uma vida edificada segundo as três virtudes teologais: trata-se de nos aproximarmos do Senhor «com um coração sincero, com a plena segurança da fé» (v. 22), de conservarmos firmemente «a profissão da nossa esperança» (v. 23), numa solicitude constante por praticar, juntamente com os irmãos, «o amor e as boas obras» (v. 24). Na passagem em questão afirma-se também que é importante, para apoiar esta conduta evangélica, participar nos encontros litúrgicos e na oração da comunidade, com os olhos fixos na meta escatológica: a plena comunhão em Deus (v. 25). Detenho-me no versículo 24, que, em poucas palavras, oferece um ensinamento precioso e sempre actual sobre três aspectos da vida cristã: prestar atenção ao outro, a reciprocidade e a santidade pessoal.
1. «Prestemos atenção»: a responsabilidade pelo irmão.
O primeiro elemento é o convite a «prestar atenção»: o verbo grego usado é katanoein, que significa observar bem, estar atento, olhar conscienciosamente, dar-se conta de uma realidade. Encontramo-lo no Evangelho, quando Jesus convida os discípulos a «observar» as aves do céu, que não se preocupam com o alimento e todavia são objecto de solícita e cuidadosa Providência divina (cf. Lc 12, 24), e a «dar-se conta» da trave que têm na própria vista antes de reparar no argueiro que está na vista do irmão (cf. Lc 6, 41). Encontramos o referido verbo também noutro trecho da mesma Carta aos Hebreus, quando convida a «considerar Jesus» (3, 1) como o Apóstolo e o Sumo Sacerdote da nossa fé. Por conseguinte o verbo, que aparece na abertura da nossa exortação, convida a fixar o olhar no outro, a começar por Jesus, e a estar atentos uns aos outros, a não se mostrar alheio e indiferente ao destino dos irmãos. Mas, com frequência, prevalece a atitude contrária: a indiferença, o desinteresse, que nascem do egoísmo, mascarado por uma aparência de respeito pela «esfera privada». Também hoje ressoa, com vigor, a voz do Senhor que chama cada um de nós a cuidar do outro. Também hoje Deus nos pede para sermos o «guarda» dos nossos irmãos (cf. Gn 4, 9), para estabelecermos relações caracterizadas por recíproca solicitude, pela atenção ao bem do outro e a todo o seu bem. O grande mandamento do amor ao próximo exige e incita a consciência a sentir-se responsável por quem, como eu, é criatura e filho de Deus: o facto de sermos irmãos em humanidade e, em muitos casos, também na fé deve levar-nos a ver no outro um verdadeiro alter ego, infinitamente amado pelo Senhor. Se cultivarmos este olhar de fraternidade, brotarão naturalmente do nosso coração a solidariedade, a justiça, bem como a misericórdia e a compaixão. O Servo de Deus Paulo VI afirmava que o mundo actual sofre sobretudo de falta de fraternidade: «O mundo está doente. O seu mal reside mais na crise de fraternidade entre os homens e entre os povos, do que na esterilização ou no monopólio, que alguns fazem, dos recursos do universo» (Carta enc. Populorum progressio, 66).
A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os seus aspectos: físico, moral e espiritual. Parece que a cultura contemporânea perdeu o sentido do bem e do mal, sendo necessário reafirmar com vigor que o bem existe e vence, porque Deus é «bom e faz o bem» (Sal 119/118, 68). O bem é aquilo que suscita, protege e promove a vida, a fraternidade e a comunhão. Assim a responsabilidade pelo próximo significa querer e favorecer o bem do outro, desejando que também ele se abra à lógica do bem; interessar-se pelo irmão quer dizer abrir os olhos às suas necessidades. A Sagrada Escritura adverte contra o perigo de ter o coração endurecido por uma espécie de «anestesia espiritual», que nos torna cegos aos sofrimentos alheios. O evangelista Lucas narra duas parábolas de Jesus, nas quais são indicados dois exemplos desta situação que se pode criar no coração do homem. Na parábola do bom Samaritano, o sacerdote e o levita, com indiferença, «passam ao largo» do homem assaltado e espancado pelos salteadores (cf. Lc 10, 30-32), e, na do rico avarento, um homem saciado de bens não se dá conta da condição do pobre Lázaro que morre de fome à sua porta (cf. Lc 16, 19). Em ambos os casos, deparamo-nos com o contrário de «prestar atenção», de olhar com amor e compaixão. O que é que impede este olhar feito de humanidade e de carinho pelo irmão? Com frequência, é a riqueza material e a saciedade, mas pode ser também o antepor a tudo os nossos interesses e preocupações próprias. Sempre devemos ser capazes de «ter misericórdia» por quem sofre; o nosso coração nunca deve estar tão absorvido pelas nossas coisas e problemas que fique surdo ao brado do pobre. Diversamente, a humildade de coração e a experiência pessoal do sofrimento podem, precisamente, revelar-se fonte de um despertar interior para a compaixão e a empatia: «O justo conhece a causa dos pobres, porém o ímpio não o compreende» (Prov 29, 7). Deste modo entende-se a bem-aventurança «dos que choram» (Mt 5, 4), isto é, de quantos são capazes de sair de si mesmos porque se comoveram com o sofrimento alheio. O encontro com o outro e a abertura do coração às suas necessidades são ocasião de salvação e de bem-aventurança.
O facto de «prestar atenção» ao irmão inclui, igualmente, a solicitude pelo seu bem espiritual. E aqui desejo recordar um aspecto da vida cristã que me parece esquecido: a correcção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje é-se muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos. Na Igreja dos primeiros tempos não era assim, como não o é nas comunidades verdadeiramente maduras na fé, nas quais se tem a peito não só a saúde corporal do irmão, mas também a da sua alma tendo em vista o seu destino derradeiro. Lemos na Sagrada Escritura: «Repreende o sábio e ele te amará. Dá conselhos ao sábio e ele tornar-se-á ainda mais sábio, ensina o justo e ele aumentará o seu saber» (Prov 9, 8-9). O próprio Cristo manda repreender o irmão que cometeu um pecado (cf. Mt 18, 15). O verbo usado para exprimir a correcção fraterna – elenchein – é o mesmo que indica a missão profética, própria dos cristãos, de denunciar uma geração que se faz condescendente com o mal (cf. Ef 5, 11). A tradição da Igreja enumera entre as obras espirituais de misericórdia a de «corrigir os que erram». É importante recuperar esta dimensão do amor cristão. Não devemos ficar calados diante do mal. Penso aqui na atitude daqueles cristãos que preferem, por respeito humano ou mera comodidade, adequar-se à mentalidade comum em vez de alertar os próprios irmãos contra modos de pensar e agir que contradizem a verdade e não seguem o caminho do bem. Entretanto a advertência cristã nunca há-de ser animada por espírito de condenação ou censura; é sempre movida pelo amor e a misericórdia e brota duma verdadeira solicitude pelo bem do irmão. Diz o apóstolo Paulo: «Se porventura um homem for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi essa pessoa com espírito de mansidão, e tu olha para ti próprio, não estejas também tu a ser tentado» (Gl 6, 1). Neste nosso mundo impregnado de individualismo, é necessário redescobrir a importância da correcção fraterna, para caminharmos juntos para a santidade. É que «sete vezes cai o justo» (Prov 24, 16) – diz a Escritura –, e todos nós somos frágeis e imperfeitos (cf. 1 Jo 1, 8). Por isso, é um grande serviço ajudar, e deixar-se ajudar, a ler com verdade dentro de si mesmo, para melhorar a própria vida e seguir mais rectamente o caminho do Senhor. Há sempre necessidade de um olhar que ama e corrige, que conhece e reconhece, que discerne e perdoa (cf. Lc 22, 61), como fez, e faz, Deus com cada um de nós.
2. «Uns aos outros»: o dom da reciprocidade.
O facto de sermos o «guarda» dos outros contrasta com uma mentalidade que, reduzindo a vida unicamente à dimensão terrena, deixa de a considerar na sua perspectiva escatológica e aceita qualquer opção moral em nome da liberdade individual. Uma sociedade como a actual pode tornar-se surda quer aos sofrimentos físicos, quer às exigências espirituais e morais da vida. Não deve ser assim na comunidade cristã! O apóstolo Paulo convida a procurar o que «leva à paz e à edificação mútua» (Rm 14, 19), favorecendo o «próximo no bem, em ordem à construção da comunidade» (Rm 15, 2), sem buscar «o próprio interesse, mas o do maior número, a fim de que eles sejam salvos» (1 Cor 10, 33). Esta recíproca correcção e exortação, em espírito de humildade e de amor, deve fazer parte da vida da comunidade cristã.
Os discípulos do Senhor, unidos a Cristo através da Eucaristia, vivem numa comunhão que os liga uns aos outros como membros de um só corpo. Isto significa que o outro me pertence: a sua vida, a sua salvação têm a ver com a minha vida e a minha salvação. Tocamos aqui um elemento muito profundo da comunhão: a nossa existência está ligada com a dos outros, quer no bem quer no mal; tanto o pecado como as obras de amor possuem também uma dimensão social. Na Igreja, corpo místico de Cristo, verifica-se esta reciprocidade: a comunidade não cessa de fazer penitência e implorar perdão para os pecados dos seus filhos, mas alegra-se contínua e jubilosamente também com os testemunhos de virtude e de amor que nela se manifestam. Que «os membros tenham a mesma solicitude uns para com os outros» (1 Cor 12, 25) – afirma São Paulo –, porque somos um e o mesmo corpo. O amor pelos irmãos, do qual é expressão a esmola – típica prática quaresmal, juntamente com a oração e o jejum – radica-se nesta pertença comum. Também com a preocupação concreta pelos mais pobres, pode cada cristão expressar a sua participação no único corpo que é a Igreja. E é também atenção aos outros na reciprocidade saber reconhecer o bem que o Senhor faz neles e agradecer com eles pelos prodígios da graça que Deus, bom e omnipotente, continua a realizar nos seus filhos. Quando um cristão vislumbra no outro a acção do Espírito Santo, não pode deixar de se alegrar e dar glória ao Pai celeste (cf. Mt 5, 16).
3. «Para nos estimularmos ao amor e às boas obras»: caminhar juntos na santidade.
Esta afirmação da Carta aos Hebreus (10, 24) impele-nos a considerar a vocação universal à santidade como o caminho constante na vida espiritual, a aspirar aos carismas mais elevados e a um amor cada vez mais alto e fecundo (cf. 1 Cor 12, 31 – 13, 13). A atenção recíproca tem como finalidade estimular-se, mutuamente, a um amor efectivo sempre maior, «como a luz da aurora, que cresce até ao romper do dia» (Prov 4, 18), à espera de viver o dia sem ocaso em Deus. O tempo, que nos é concedido na nossa vida, é precioso para descobrir e realizar as boas obras, no amor de Deus. Assim a própria Igreja cresce e se desenvolve para chegar à plena maturidade de Cristo (cf. Ef 4, 13). É nesta perspectiva dinâmica de crescimento que se situa a nossa exortação a estimular-nos reciprocamente para chegar à plenitude do amor e das boas obras.
Infelizmente, está sempre presente a tentação da tibieza, de sufocar o Espírito, da recusa de «pôr a render os talentos» que nos foram dados para bem nosso e dos outros (cf. Mt 25, 24-28). Todos recebemos riquezas espirituais ou materiais úteis para a realização do plano divino, para o bem da Igreja e para a nossa salvação pessoal (cf. Lc 12, 21; 1 Tm 6, 18). Os mestres espirituais lembram que, na vida de fé, quem não avança, recua. Queridos irmãos e irmãs, acolhamos o convite, sempre actual, para tendermos à «medida alta da vida cristã» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31). A Igreja, na sua sabedoria, ao reconhecer e proclamar a bem-aventurança e a santidade de alguns cristãos exemplares, tem como finalidade também suscitar o desejo de imitar as suas virtudes. São Paulo exorta: «Adiantai-vos uns aos outros na mútua estima» (Rm 12, 10).
Que todos, à vista de um mundo que exige dos cristãos um renovado testemunho de amor e fidelidade ao Senhor, sintam a urgência de esforçar-se por adiantar no amor, no serviço e nas obras boas (cf. Heb 6, 10). Este apelo ressoa particularmente forte neste tempo santo de preparação para a Páscoa. Com votos de uma Quaresma santa e fecunda, confio-vos à intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e, de coração, concedo a todos a Bênção Apostólica.
Fonte: Zenit

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Dia de Nossa Senhora de Lourdes



A Igreja celebra no dia 11 de fevereiro a Aparição de  Nossa Senhora, em Lourdes, na França.
Estive em Lurdes no ano de 2003, levando um grupo em peregrinação por vários santuários europeus.  A experiência de estar neste lugar foi algo que me marcou bastante.
Chegamos no final da tarde e logo depois de nos alojarmos fomos para a gruta – local da aparição da Virgem Maria a santa Bernadete – onde as pessoas estavam rezando o terço em várias línguas. Ao me aproximar deste local senti uma profunda necessidade de me ajoelhar,  e a partir daquele momento uma forte experiência da presença de Deus tomou conta do meu ser.
Por alguns instantes – que não tenho precisão de quanto tempo durou – senti esta forte percepção da presença de Deus sendo este um dos momentos mais marcantes da minha vida, principalmente no meu relacionamento com Nossa Senhora. Em todos os lugares marianos que tive a graça de visitar, sempre algo semelhante aconteceu: Nossa Senhora me possibilitava a ter uma forte experiência com Deus.
Neste ano de 2012 terei mais uma vez a imensa graça de levar um grupo em peregrinação aos santuários europeus, e visitaremos o santuário de Lurdes. Só em pensar nisto, uma grande alegria toma conta do meu coração, especialmente por dois motivos: por mais uma vez voltar neste local mariano, onde a presença de Deus se faz mais forte e mais acessível; e o segundo motivo é poder levar mais pessoas para fazer a mesma experiência.
Se você  deseja fazer esta peregrinação junto conosco, clique aqui para ver toda a nossa programação e mais informações.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Dia de Santa Escolástica


Santa Escolástica, irmã de São Bento

Dos Diálogos de São Gregório Magno, papa  -  Lib. 2,33: PL 66,194-196) (Séc.VI)

Foi mais poderosa aquela que mais amou

Escolástica, irmã de São Bento, consagrada ao Senhor onipotente desde a infância, costumava visitar o irmão, uma vez por ano. O homem de Deus descia e vinha encontrar-se com ela numa propriedade do mosteiro, não muito longe da porta. Certo dia, veio ela como de costume, e seu venerável irmão com alguns discípulos foi ao seu encontro. Passaram o dia inteiro a louvar a Deus e em santas conversas, de tal modo que já se aproximavam as trevas da noite quando sentaram-se à mesa para tomar a refeição. Como durante as santas conversas o tempo foi passando, a santa monja rogou-lhe: “Peço-te, irmão, que não me deixes esta noite, para podermos continuar falando até de manhã sobre as alegrias da vida celeste”. Ao que ele respondeu-lhe: “Que dizes tu, irmã? De modo algum posso passar a noite fora da minha cela”.
A santa monja, ao ouvir a recusa do irmão, pôs sobre a mesa as mãos com os dedos entrelaçados e inclinou a cabeça sobre as mãos para suplicar o Senhor onipotente. Quando levantou a cabeça, rebentou uma grande tempestade, com tão fortes relâmpagos, trovões e aguaceiro, que nem o venerável Bento nem os irmãos que haviam vindo em sua companhia puderam pôr um pé fora da porta do lugar onde estavam. Então o homem de Deus, vendo que não podia regressar ao mosteiro, começou a lamentar-se,dizendo: “Que Deus onipotente te perdoe, irmã! Que foi que fizeste?” Ela respondeu: “Eu te pedi e não quiseste me atender. Roguei ao meu Deus e ele me ouviu. Agora, pois, se puderes, vai-te embora; despede-te de mim e volta para o mosteiro”. E Bento, que não quisera ficar ali espontaneamente, teve que ficar contra a vontade.
Assim, passaram a noite toda acordados, animando-se um ao outro com santas conversas sobre a vida espiritual. Não nos admiremos que a santa monja tenha tido mais poder do que ele: se, na verdade,
como diz São João, Deus é amor (1Jo 4,8), com justíssima razão, teve mais poder aquela que mais amou.
Três dias depois, estando o homem de Deus na cela, levantou os olhos para o alto e viu a alma de sua irmã liberta do corpo, em forma de pomba, penetrar no interior da morada celeste. Cheio de júbilo por tão grande glória que lhe havia sido concedida, deu graças a Deus onipotente com hinos e cânticos de louvor; enviou dois irmãos a fim de trazerem o corpo para o mosteiro, onde foi depositado no túmulo que ele mesmo preparara para si.
E assim, nem o túmulo separou aqueles que sempre tinham estado unidos em Deus.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Logo Oficial da JMJ 2013


Foi divulgada a logomarca Oficial da Jornada Mundial da Juventude 2013, que terá sua sede na cidade do Rio de Janeiro. Com base no trecho da Palavra do Evangelho de São Mateus:  "Ide e fazei discípulos entre todas as nações" (Mt 28, 19),  percebe-se a necessidade de expressar uma referência direta à imagem de Jesus e ao sentido do discípulo. Neste episódio, Jesus se encontrou com seus discípulos em uma montanha, após sua ressurreição. Como símbolo da cidade do Rio de Janeiro, o Cristo Redentor também se encontra em uma montanha e é um monumento reconhecido no mundo inteiro. O tema é uma palavra de ordem proclamada pelo próprio Senhor Jesus, e assim a Sua imagem possui destaque no centro do símbolo.
Os elementos do símbolo formam a imagem de um coração. Na fé dos povos o coração assumiu papel central, assim como o Brasil será o centro da juventude na Jornada Mundial. Também designa o homem interno por inteiro, se tornando nesta composição a referência aos discípulos que possuem Jesus em seus corações.
Os braços do Cristo Redentor ultrapassam a figura do coração, como o abraço acolhedor de Deus aos povos e jovens que estarão no Brasil. Representa nossa acolhida, como povo de coração generoso e hospitaleiro.
A parte superior (em verde) foi inspirada nos traços do Pão de Açúcar, símbolo universal da cidade do Rio de Janeiro, e a cruz contida nela reforça o sentido do território brasileiro conhecido por Terra de Santa Cruz. As formas que finalizam a imagem do coração possuem a cor azul, representando o litoral, somada ao verde e amarelo que transmitem a brasilidade das cores da bandeira nacional.
Fonte: ACI Digital

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Cristo Redentor, ganhou as cores das bandeiras de 150 países

Na véspera do lançamento da logo(JMJ), o monumento brasileiro mais conhecido internacionalmente, o Cristo Redentor, ganhou as cores das bandeiras de 150 países que deverão participar da JMJ Rio 2013.
A ação tem por objetivo despertar a curiosidade dos jovens do mundo inteiro para o lançamento da logomarca oficial da JMJ.
A logomarca oficial foi escolhida através de concurso e mais de 150 logos das mais diversas partes do Brasil e do mundo chegaram ao Comitê Organizador Local.
O Rio de Janeiro foi a cidade com maior número de participantes, seguida por São Paulo. Estão concorrendo, também, logos provenientes de vários países: Itália, Estados Unidos, Portugal, Croácia, Zimbábue, Holanda, México, Argentina, Austrália, Bolívia, Peru e China. O concorrente mais jovem tem 14 anos e o "menos jovem" tem 93.
A expectativa é grande em torno da divulgação do símbolo de um dos maiores eventos que o Brasil irá sediar. Na ocasião, o presidente do Comitê Organizador Local (COL/Rio) e arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, irá apresentar também o autor da logo.

Fonte: ZENIT

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Missa de sétimo dia pelas vitimas do desabamento no Rio de Janeiro

RIO DE JANEIRO, 03 Fev. 12 / 08:24 am (ACI)
Familiares, amigos, autoridades, pessoas que de alguma forma se envolveram com os desastres, compareceram a uma Missa de sétimo dia presidida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, na Catedral de São Sebastião, por todos os falecidos nos desabamentos dos prédios do centro da cidade.
A Catedral, que fica localizada bem próxima ao local dos desabamentos, ficou cheia. O Arcebispo ressaltou que uma semana é um tempo muito curto para superar todo o sofrimento das famílias.
“Uma semana já se passou e eu creio que ainda não deu tempo de enxugar as lágrimas, principalmente as famílias daqueles que partiram nessa tragédia. (...) Essa missa é um olhar para todos. Para mostrar que a nossa cidade é solidária, fraterna com gente de fé”, disse arcebispo em declarações reunidas pelo portal da Arquidiocese carioca.
No início da celebração, ao convidar os fiéis para rezar pelo descanso das vitimas, Dom Orani recordou também aqueles que se envolveram no salvamento das vitimas e acolhimento das famílias. Concelebraram a Missa, os Bispos Auxiliares do Rio de Janeiro, Dom Nelson Francelino, Dom Antônio Augusto e Dom Pedro Cunha, além de outros sacerdotes.
Durante a Homilia, Dom Orani motivou os presentes a não desanimarem perante as dificuldades. Ele lembrou que Cristo venceu a morte.
“Hoje enquanto Igreja estamos rezando para que essas almas experimentem a paz que vem de Deus e nós cremos que a vida não termina na morte. Devemos olhar para a eternidade e ver que a vida do homem vai além”, afirmou o arcebispo.
Durante o abraço da Paz, Dom Orani fez questão de descer do altar e cumprimentar cada um dos familiares que ocupavam as primeiras filas da Catedral.
A Tragédia no Centro do Rio
Na noite de 25 de janeiro, por volta das 20h 30min, o edifício Liberdade, localizado na Avenida Treze de Maio desmoronou e levou consigo outros dois prédios: uma construção de quatro andares e um edifício comercial com dez pavimentos.
Segundo o último balanço, 17 corpos já foram retirados dos escombros, mas apenas 15 foram identificados. Outras cinco pessoas permanecem desaparecidas.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Apresentação do Senhor

Dos Sermões de São Sofrônio, bispo
 (Orat. 3, de Hypapante,6.7: PG87,3,3291-3293)
 (Séc.VII)
 Recebamos a luz clara e eterna
 
 Todos nós que celebramos e veneramos com tanta piedade o mistério do encontro do Senhor, corramos para ele cheios de entusiasmo. Ninguém deixe de participar deste encontro, ninguém recuse levar sua luz.
Acrescentamos também algo ao brilho das velas, para significar o esplendor divino daquele que se aproxima e ilumina todas as coisas; ele dissipa as trevas do mal com a sua luz eterna, e também manifesta o esplendor da alma, com o qual devemos correr ao encontro com Cristo.
Do mesmo modo que a Mãe de Deus e Virgem imaculada trouxe nos braços a verdadeira luz e a comunicou aos que jaziam nas trevas, assim também nós: iluminados pelo seu fulgor e trazendo na mão uma luz que brilha diante de todos, corramos pressurosos ao encontro daquele que é a verdadeira luz.
Realmente, a luz veio ao mundo (cf. Jo 1,9) e dispersou as sombras que o cobriam; o sol que nasce do alto nos visitou (cf. Lc 1,78) e iluminou os que jaziam nas trevas. É este o significado do mistério que hoje celebramos. Por isso caminhamos com lâmpadas nas mãos, por isso acorremos trazendo as luzes, não apenas simbolizando que a luz já brilhou para nós, mas também para anunciar o esplendor maior que dela nos virá no futuro. Por este motivo, vamos todos juntos, corramos ao encontro de Deus.
Chegou a verdadeira luz, que vindo ao mundo ilumina todo ser humano (Jo 1,9).
Portanto, irmãos, deixemos que ela nos ilumine, que ela brilhe sobre todos nós.Que ninguém fique excluído deste esplendor, ninguém insista em continuar mergulhado na noite. Mas avancemos todos resplandecentes; iluminados por este fulgor, vamos todos ao seu encontro e com o velho Simeão recebamos a luz clara e eterna. Associemo-nos à sua alegria e cantemos com ele um hino de ação de graças ao Criador e Pai da luz,que enviou a luz verdadeira e, afastando todas as trevas, nos fez participantes do seu esplendor.
A salvação de Deus, preparada diante de todos os povos, manifestou a glória que nos pertence, a nós que somos o novo Israel. Também fez com que víssemos, graças a ele, essa salvação e fôssemos absolvidos da antiga e tenebrosa culpa. Assim aconteceu com Simeão que, depois de ver a Cristo, foi libertado dos laços da vida presente.
Também nós, abraçando pela fé a Cristo Jesus que nasceu em Belém, de pagãos que éramos, nos tornamos povo de Deus – Jesus é, com efeito, a salvação de Deus Pai – e vemos com nossos próprios olhos o Deus feito homem. E porque vimos a presença de Deus e a recebemos, por assim dizer,nos braços do nosso espírito, somos chamados de novo Israel. Todos os anos celebramos novamente esta festa, para nunca nos esquecermos daquele que um dia há de voltar.