sexta-feira, 15 de abril de 2011

Domingo de Ramos

No Domingo de Ramos são feitas duas proclamações do evangelho: a primeira é a do evangelho da Entrada de Jesus em Jerusalém, no inicio da procissão de ramos; e a segunda, é a da paixão de Cristo segundo Mateus (já que estamos no ano A). Desta forma, nós somos introduzidos no período da Semana Santa. A Paixão de Cristo será de novo proclamada na Sexta-feira Santa, mas será a do evangelho de João, pois este se repete todos os anos nesse mesmo dia.
Com o Domingo de Ramos entramos na Semana Santa, que terá o seu “coração” no Tríduo Pascal, onde celebraremos a paixão, morte e ressurreição de Jesus. Esse “coração”, que é o Tríduo Pascal, tem um conteúdo fundamental: o grande amor de Deus por nós! Como nos é revelado no evangelho de João:
“Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
A entrada de Jesus montado num jumento faz lembrar a entrada de Salomão na cerimônia de sua coroação (I Rs 1, 33-48). Ele foi o filho que sucedeu Davi na realeza. Isso nos mostra toda a ligação da promessa feita por Deus de que um filho de Davi reinaria para sempre e isso é percebido pelo povo que aclama Jesus, dizendo: “Hosana ao Filho de Davi”.
O jumento, diferente do cavalo que era um animal usado na guerra, era um animal usado em tempos de paz para o uso das coisas cotidianas. Assim, Jesus é o rei messias que veio salvar o seu povo. Mas ele não é um rei que agirá pela força da violência para implementar o seu reino, pelo contrário, é pelo amor e pela humildade. Na cruz ele revelará sua forma de vencer o mal.
A aclamação de Jesus como messias na sua entrada em Jerusalém é acompanhada de um tipo de saudação: “Hosana”, que no original hebraico tinha um sentido de grito de socorro, poderíamos traduzir por: “salvai-nos”. Essa saudação era usada nas entradas dos reis, especialmente no contexto do sétimo e último dia da Festa das Tendas.
Depois, na liturgia cristã, é que palavra “Hosana” tomou o sentido que usamos, que é uma aclamação jubilosa àquele que é o messias. É especialmente desta maneira que hoje a Igreja celebra o Domingo de Ramos.
Que nesta Semana Santa, cada um de nós possa se abrir para acolher o grande amor de Deus. Este acolhimento se dá na medida em que acompanhamos Jesus no seu caminho para o calvário, em espírito de fé e humildade, usando os meios: da liturgia, da Palavra de Deus e da oração. Que esses atos sejam, nesses dias, meios práticos de nos abrir ao amor de Deus

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