quarta-feira, 29 de junho de 2011

Aniversário de Ordenação Sacerdotal de Bento XVI


Hoje, dia 19 de junho, em Roma, se celebra a festa de São Pedro e São Paulo. No Brasil, essa festa foi transferida para o próximo domingo. Há exatamente sessenta anos, na Solenidade de São Pedro e São Paulo de 1951, o jovem Joseph Ratizinger foi ordenado sacerdote com  24 anos de idade. Falando sobre este acontecimento, ele diz: “Não se deve ser supersticioso – escreve em suas memórias –, mas, no momento em que o ancião arcebispo impôs suas mãos sobre as minhas, um passarinho se elevou do altar maior da catedral e entoou um breve canto gozoso; para mim, foi como se uma voz do alto me dissesse: 'Está bem assim, você está no caminho justo'".
Neste dia de tão grande festa para a Igreja, gostaria de convidar a todos a agradecer a Deus pelo dom do sacerdócio vivido com fidelidade nesses sessenta anos pelo Papa Bento XVI. Por seu grande testemunho de amor a Deus e serviço a Igreja.
Que possamos nos unir a esta grande corrente de oração que toda a Igreja faz durante esses três dias pelo Santo Padre e pelas vocações sacerdotais. Por isso, eu peço que nestess dia possamos participar da missa nesta intenção, das adorações que estão sendo organizadas nas Dioceses e Paróquias, de terços e orações para que esta grande festa possa produzir como fruto santas vocações sacerdotais em todo o mundo.
Gostaria de convidá-lo a acompanhar, nas três postagens abaixo, um pouco do resumo da vida sacerdotal e das contribuições particulares de Bento XVI para a Igreja. Esse resumo é dividido em três momentos específicos: a primeira parte, os anos de padre; na segunda, os anos de Bispo; e por fim, na terceira parte, sua eleição à Cátedra de Pedro e suas atividades até os dias de hoje.

A celebração dos 60 anos de ordenação de Bento XVI (1ª parte)

A celebração dos 60 anos de ordenação de Bento XVI (2ª parte)
A celebração dos 60 anos de ordenação de Bento XVI (3ª parte)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Celebração dos 60 anos de ordenação de Bento XVI (3ª parte)




Nesta terceira postagem sobre os  60 anos da ordenação sacerdotal de Bento XVI, nos ocuparemos de sua eleição ao Papado até os dias de hoje. 
Ainda antes da eleição, na abertura do conclave – reunião dos cardeais para eleger o Papa – ele pronuncia o seu famoso discurso sobre o “relativismo”, dizendo que este era o principal problema que o futuro Papa enfrentaria.
No dia 19 de abril de 2005, em um dos conclaves mais rápidos da história, Joseph Ratzinger é eleito 264º sucessor de Pedro e assume o nome de Bento XVI. O Espírito Santo é aquele que conduz a Igreja no meio da história humana e opera através das características próprias de cada pessoa.
A eleição de Bento XVI ocorre após um longo pontificado de 27 anos do beato João Paulo II, que teve como marca forte um Papa peregrino, voltado para o anúncio de Jesus ao mundo e pela comunicação direta com os fiéis onde quer que eles estivessem.  Como consequência direta, ele passava boa parte do ano longe de Roma.
A Igreja precisava agora – como um movimento natural para consolidar as várias frentes abertas por João Paulo II – de um Papa que desse maior atenção aos problemas internos, como: o combate a pedofilia por parte dos membros do clero.
Os primeiros meses do pontificado de Bento XVI foi dedicado a resolver os problemas e tomar decisões que, com  o agravamento da saúde de João Paulo II, tinham ficado pendentes.
Outro ponto importante do seu pontificado é o seu diálogo corajoso, claro e inteligente com o mundo contemporâneo. Desta forma podemos perceber de maneira bem nítida que a fé não é uma ideia obscura e irracional, com base unicamente no sentimento e, consequente, contrário à razão. Com Bento XVI aprendemos que a fé não é contrária a razão, mas eleva a razão.
Outra porta aberta no seu pontificado foi a questão do ecumenismo, especialmente, com a Igreja Ortodoxa . Juntamente com isso, a publicação da “Anglicorum Coetibus”, que cria Ordinariatos: estruturas para acolher os membros da Igreja Anglicana para que possam retornar em grupos para Igreja Católica. Até o presente momento, duas destas estruturas já funcionam: uma na Inglaterra e outra está iniciando nos Estados Unidos.
Em meio de tudo isso, ainda fez várias viagens pastorais pela Itália e uma numero cada vez maior de viagens internacionais,  com um cronograma de atividade extremamente exigente, até mesmo para um jovem, quanto mais para um homem de 84 anos. São vários discursos  no mesmo dia, sem contar os encontros com os chefes de estados e com os bispos das igrejas locais.
Com tudo isso, podemos ter a certeza de que temos um grande Papa para as grandes necessidades da Igreja e do mundo de hoje. Por isso, mais uma vez peço para que todos rezem nesses três dias de celebração: de 29 de junho a 1 de julho, dia da Sagrado Coração.

Postagens que podem lhe interessar:
A celebração dos 60 anos de ordenação de Bento XVI (1ª parte)
A celebração dos 60 anos de ordenação de Bento XVI (2ª parte)

domingo, 26 de junho de 2011

A celebração dos 60 anos de ordenação de Bento XVI (2ª parte)

Nesta segunda postagem da série sobre os 60 anos de ordenação do Papa Bento XVI, cobriremos o período da sua Sagração Episcopal (ordenação como bispo), no ano de 1977, até sua eleição como Sumo pontífice, no ano de 2005.
Sua caminhada como bispo começou como arcebispo de Munique, na Alemanha, e já no ano de 1978 recebeu o barrete cardinalício das mãos do Papa Paulo VI. Neste ano participou de dois conclaves – reunião dos cardeais para eleger um papa – o primeiro em setembro, para eleger João Paulo I, que morreu um mês depois; e em outubro participou do segundo, no qual foi eleito João Paulo II.
No ano de 1981 houve mais uma grande mudança na vida do então cardial Ratzinger: ele foi chamado a Roma pelo Papa João Paulo II para assumir a Congregação para a Doutrina da Fé, função que exerceu até a morte de João Paulo II, tornando- se o celebro do longo pontificado do beato João Paulo II. Levou à frente o principal documento do pontificado que foi o novo Catecismo da Igreja Católica (1992). Este à frente também da importante declaração “Dominus Iesus”, sobre a universalidade da salvação na pessoa de Jesus – só ele é o salvador da humanidade – e da posição única da Igreja Católica como igreja deixada por Cristo.
Durante os anos à frente da congregação, teve por várias vezes defender a Fé da igreja de várias tentativas, principalmente por parte de teólogos, de desvios doutrinários. Um dos principais desvios combatidos foi a Teologia da Libertação, com sua fundamentação marxista que tinha no teólogo Leonardo Boff um dos seus maiores defensores.
Outro ponto marcante da pessoa de Bento XVI, além da sua altíssima estatura como teólogo, é sua grande contribuição para um movimento de renovação litúrgica que hoje acontece na Igreja, que, devido a sua forte influência, já é chamado por muitos como “movimento litúrgico beneditiniano” (referente ao Papa Bento XVI) ou reforma da reforma.
Esta renovação litúrgica teve inicio de forma mais forte com o lançamento do seu livro “Introdução ao espírito da liturgia” quando ele ainda era apenas um teólogo. Este livro lança as bases para uma liturgia centrada em Deus, marcada por uma forte dimensão de sacralidade e uma forte revalorização dos símbolos e da solenidade nas celebrações, especialmente uma maior ênfase na dimensão sacrifical na celebração das missas.
Com sua eleição ao Papado, este movimento litúrgico tomou uma força ainda maior. Um dos sinais mais visíveis deste movimento é a maior presença do latim nas celebrações, uma obediência maior ao rito da liturgia, o retorno do uso das casulas pelos sacerdotes e a presença do crucifixo no centro do altar. Tudo isso sinaliza que o celebrante está renovando no altar o sacrifício de Cristo e vários outros sinais que demonstram a grandeza e a beleza da liturgia.
Rezemos Pelo Papa Bento XVI e pelas vocações sacerdotais como forma de agradecimento a este grande homem de Deus.

Postagens que podem lhe interessar:
A celebração dos 60 anos de ordenação de Bento XVI (3ª parte)
A celebração dos 60 anos de ordenação de Bento XVI (1ª parte)

sábado, 25 de junho de 2011

A celebração dos 60 anos de ordenação de Bento XVI (1ª parte)

Com esta postagem damos início a uma série de postagens para comemorarmos os 60 anos de ordenação do nosso amado Papa Bento XVI. No dia 29 de junho de 1951, o jovem de 24 anos Joseph Ratzinger, era ordenado. Nesta primeira postagem veremos sua caminhada como presbítero (Padre), que vai da sua ordenação até sua nomeação como Bispo, em de 1977, pelo Papa Paulo VI
A sua caminhada sacerdotal teve início como pároco auxiliar, mas, depois de seu doutorado, em 1953, seu ministério fica cada vez mais ligado aos estudos e ao ensino. Passou pelas principais faculdades de teologia da Alemanha e, apesar de tão jovem, já é reconhecido como um dos grandes teólogos de sua época, a ponto de torna-se perito teológico do Concílio Vaticano II (1962-1965).
Depois do Concílio, ele se torna referência de grande teólogo, especialmente por aliar conhecimento, espiritualidade e fidelidade à Igreja, principalmente porque os anos pós Vaticano II foram tempos de incertezas e crises.
Nesses tempos difíceis, sua teologia foi cada vez mais influenciando vários setores da Igreja, encontrando nele: fidelidade à Tradição, sem um apego saudosista ao passado. Assim vai sendo moldado por Deus aquele que será conhecido como o guardião da fé.
Existe uma piada em Roma – como toda piada, deve ser acolhida com seu limite próprio – que diz que todo Papa quando Morre tem uma entrevista com São Pedro. E todos, de uma forma ou de outra, saem chorando por ter percebido que não tinham compreendido bem algo da fé. Mas, na entrevista de Bento XVI, foi São Pedro que saiu chorando.
Com Bento XVI temos a imensa graça de conhecer o maior teólogo dos nossos tempos, e um dos maiores de todos os tempos da Igreja. Ao ler seus livros, textos e homilias, tenho a mesma sensação de ler santo Agostinho e outros padres da Igreja, pois possui uma forma de conhecimento profunda e amorosa de quem tem uma inteligência purificada e iluminada pelo Espirito Santo.
Que nestes dias que antecedem a grande celebração dos 60 anos de sua ordenação, possamos nos unir a toda igreja que reza pelo Papa e pelas vocações sacerdotais.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Solenidade do nascimento de São João Batista

No dia em que a igreja celebra a Solenidade do nascimendo do precursor São João Batista, postamos algumas fotos do local que visitamos na nossa peregrinação à Terra Santa: pela tradição, foi neste local, chamado Ein Karem, onde aconteceu o nascimento de São João Bastista.

Igreja construída no local do nascimento de São João Batista


Local do nascimento de São João Batista

Nos muros da Igreja tem o Benedictus em várias línguas, inclusive em português (foto). Este hino foi o cantado por Zacarias, pai de João Batista, no dia do seu nascimento.

Postagens que podem lhe interessar

Peregrinação à Terra Santa
Festa da Transfiguração do Senhor
Transladação do corpo de São Padre Pio

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Festa de Corpus Christi em Goiânia

A arquidiocese de Goiânia celebrou na Praça Cívica a solenidade de Corpus Christi. A festividade teve início às 16 horas com shows musicais cristãos e às 17 horas a Celebração Eucarística presidida pelo senhor arcebisbo, D. Washigton Cruz, e concelebrada pelos sacerdores da arquidioce. Após o encerramente desta, teve início a solene procissão Eucarística pelas ruas do centro da cidade. O encerramento foi na própria praça, com a benção do Santíssimo e um bela queima de fogos.
Podemos perceber, nas fotos abaixo, os tapetes confeccionados para a passagem do Santíssimo Sacramento, como também a participação popular nesta bela festa:






Postagens que podem lhe interessar:
Festa da Padroeira de Goiâna
Dedicação da Igreja do Espírito Santo em Natividade-TO
As origens da festa de Corpus Christi

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A Procissão de Corpus Christi

Em todo o mundo, Corpus Christi é marcado pela procissão eucarística solene que segue após a missa. Também a festa, se recorda a celebração da Quinta-Feira Santa, que termina com a procissão eucarística até o altar da reposição. Deve-se notar, contudo, que a procissão de Quinta-feira Santa lembra o êxodo do Senhor no cenaculo para a solidão do Monte das Oliveiras, onde ele foi traído por Judas, e, portanto, tem um aspecto escuro e triste, é a noite que leva à Paixão Sexta-feira Santa. Em vez disso, a procissão eucarística de Corpus Christi é realizada à luz alegre da Ressurreição. Ao portar Cristo Sacramentado pelas cidades e aldeias, campos e lagos, a Igreja age "em obediência ao convite de Jesus para" proclamar de cima dos telhados "que ele nos contou em segredo (cf. Mt 10:27) . O dom da Eucaristia, os Apóstolos receberam do Senhor na intimidade da Última Ceia, mas era destinado a todos, a todo o mundo ".
Na solene celebração de Corpus Christi, em muitas paróquias e comunidades católicas, se expressa a alegria da fé, na qual Bento XVI, como teólogo e como papa, muitas vezes refletiu: a força com que a verdade da fé cristã se faz, deve ser a maneira de alegria com a qual se manifesta. Esta alegria é uma alegria pascal, enraizada de fato em Cristo, ressuscitado dentre os mortos. A Igreja tem necessidade de aproveitar todo o esplendor da beleza, de expressar esta alegria suprema.
Não devemos perder a coragem de insistir sobre a prioridade do culto divino, ultrapassando assim uma restrita interpretação moralista e legalista do cristianismo. Bento XVI dá o exemplo, porque é profundamente convencido de que "a lei e a moral não caminham juntos se não estiverem ancoradas no centro litúrgico e não se aspiram". A adoração, que se expressa de modo particular na Missa e da Procissão de Corpus Christi, é constitutiva da relação do homem com Deus e da direta existência humana no mundo.

(tradução dos Estudos do Oficio das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontifice) Realizada pelo blog salvem Liturgia



Original completo do texto em: http://www.vatican.va/news_services/liturgy/details/ns_lit_doc_20100608_sac-corpus-domini_it.html


Postagens que podem lhe interessar:

Festa de Corpus Christi 2010 - Goiânia
As origens da festa de Corpus Christi
Pai nosso em latim

terça-feira, 21 de junho de 2011

As origens da festa de Corpus Christi

As origens remotas da festa de Corpus Christi está localizado no desenvolvimento do culto da Eucaristia, na Idade Média. As disputas doutrinárias entre Pascasio Radbertus († 865) e Ratramno de Corbie († 868), e especialmente entre Berengário de Tours († 1088) e Lanfranco de Pavia († 1089), levaram a um esclarecimento da doutrina sobre a Presença Real de Cristo no Sacramento e, portanto, um culto sincero e generalizado da Eucaristia.
No século XIII, manifesta-se um movimento mais amplo de devoção eucarística entre as pessoas e também entre os teólogos, com um forte contributo da nova ordem franciscana. O IV Concílio de Latrão (1215), afirmando a doutrina da Igreja com a fórmula da transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Cristo, levou ao desenvolvimento do culto eucarístico. O próprio Conselho prescrita a obrigação da comunhão pascal anual da Eucaristia e da habitação em um local seguro [3]. E na liturgia disseminar a prática de elevar a hóstia e o cálice durante a Missa para os fiéis o desejo de ver e de adorar as espécies consagradas.
A solene celebração de Corpus Christi, tal como a conhecemos hoje, é devido à inspiração da religiosa flamenga Santa Juliana de Cornillon (1191-1258). A festa, fundada na diocese de Liège, na Bélgica actual, em 1246 e espalhou-se rapidamente, graças aos esforços do flamengo James Pantaleone de Troyes, mais tarde eleito Papa Urbano IV (1261-1264). Ele incluiu a festa no calendário litúrgico com a Transiturus de hoc mundo, 11 de agosto, 1264 [4]. No entanto, devido a diferentes eventos, era celebrada em toda a Igreja somente após o Concílio de Viena (1311-1312).
De acordo com a vida de Santa Juliana, o próprio Cristo disse que o principal motivo para querer que esta nova festa, era para recordar a instituição do Sacramento do seu Corpo e Sangue de maneira particularmente solene, o que não era possível na Quinta-Feira Santa, quando o liturgia é marcada pela lava-pés e pela Paixão do Senhor. Este festa seria um aumento de fé e de graça para os cristãos que incentivados a participar com mais atenção ao contrario do que ocorre em dias normais, com menos devoção, ou mesmo por negligência.
A festa foi marcada para quinta-feira após a oitava de Pentecostes, a primeira quinta-feira após a Páscoa, de acordo com o calendário litúrgico dell'usus antiquior. A festa é tão claramente ligada à Quinta-Feira Santa, e manifesta o seu caráter essencial: "Na festa de Corpus Christi, a Igreja revive o mistério da Quinta-Feira Santa à luz da Ressurreição"

(tradução dos Estudos do Oficio das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontifice) Realizada pelo blog salvem Liturgia


Postagens que podem lhe interessar:

Solenidade da Satíssima Trindade

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Rei está nú!


Alvíssaras! A despeito dos descalabros do STF, ainda resta um mínimo de bom senso no judiciário brasileiro: um juiz de Goiás cancelou um registro de “união estável” feito por uma dupla de sodomitas em Goiânia. O gesto é pequeno – aliás, certamente será derrubado nas instâncias superiores – e o meritíssimo juiz provavelmente sofrerá, a partir de agora, a implacável perseguição da Gaystapo; mas tem uma força simbólica muito grande. Houve em Goiás quem não quisesse abaixar a cabeça diante dos despautérios que vêm de Brasília. Houve em Goiás quem se recusasse a queimar alguns grãozinhos de incenso diante dos deuses do Novo Olimpo. Houve em Goiás quem não abrisse mão da sua consciência nem da sua capacidade de pensar e, na contramão do mundo, afirmasse claramente que o branco é branco, a despeito do Supremo Tribunal Federal insistir em dizer que é preto. Houve em Goiás um juiz digno da toga que veste!
O magistrado [juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública Municipal e Registros Públicos de Goiânia, Jeronymo Pedro Villas Boas] contestou a decisão do Supremo, e disse que a Corte não tem competência para alterar normas da Constituição Federal. O artigo 226 traz em seu texto que, “para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão”. Esta seria a norma que o juiz entendeu inviolável.
Alvíssaras! Para ser possível viver em sociedade, é fundamental haver respeito à autoridade e à hierarquia; mas existem algumas situações nas quais o absurdo é tão gritantemente manifesto (lembremo-nos de que o STF decretou que a Consituição era inconstitucional, agindo deliberadamente contra tanto a letra do texto constitucional quanto contra a manifesta intenção da Assembléia Constituinte) que os subordinados precisam se levantar contra os seus superiores e lhes chamar à razão. E assim teve a coragem de dizer um juiz em Goiás: “a Corte não tem competência para alterar normas da Constituição Federal”! Disse o que era evidente e que todo mundo já sabia, mas ninguém tivera ainda a coragem de o dizer; como, no conto, todos fingiam admirar a “roupa que os tolos não eram capazes de ver” do monarca envaidecido, e ninguém tinha coragem de gritar que o rei estava nu [créditos ao pe. Lodi pela analogia].
Enquanto isso, encerra-se o prazo de recurso para o PDC 224/2011 (que sustava “a aplicação da decisão do Supremo Tribunal Federal (…) que reconhece a entidade familiar da união entre pessoas do mesmo sexo”), e ninguém apresenta recurso. A matéria foi devolvida ao relator. Os gestos dos descontentes com o golpe de Estado dado pelo STF em 05 de maio p.p. são tímidos, como se houvesse um medo de ferir susceptibilidades ou de se parecer retrógrado, homofóbico… ou tolo. Mas os que mantêm o seu bom senso intacto perfazem a imensa maioria dos cidadãos de bem deste país, a despeito do que decidam onze lunáticos (não eleitos pelo povo, é sempre bom frisar) lá em Brasília. É preciso ter a coragem de defender os valores inegociáveis. É preciso mostrar o descontentamento com as arbitrariedades dos poderosos. É preciso gritar que o rei está nu.
Esta postagem foi retirada do blog Deus lo Vult!

Postagens que podem lhe interessar:

Aprovação casamento homossexual
Aborto
Sínbolos religiosos

domingo, 19 de junho de 2011

Luz, esplendor e graça na Trindade e da Trindade

 Abaixo a segunda leitura do oficio das leituras da solenidade da Santíssima Trindade:

Das Cartas de Santo Atanásio, bispo


"Não devemos perder de vista a tradição, a doutrina e a fé da Igreja católica, tal como o Senhor ensinou, tal como os apóstolos pregaram e os Santos Padres transmitiram. De fato, a tradição constitui o alicerce da Igreja, e todo aquele que dela se afasta deixa de ser cristão e não merece mais usar este nome.
Ora, a nossa fé é esta: cremos na Trindade santa e perfeita, que é o Pai, o Filho e o Espírito Santo; nela não há mistura alguma de elemento estranho; não se compõe de Criador e criatura; mas toda ela é potência e força operativa; uma só é a sua natureza, uma só é a sua eficiência e ação. O Pai cria todas as coisas por meio do Verbo, no Espírito Santo; e deste modo, se afirma a unidade da Santíssima Trindade. Por isso, proclama-se na Igreja um só Deus, que reina sobre tudo, age em tudo e permanece em todas as coisas (cf. Ef 4,6). Reina sobre tudo como Pai, princípio e origem; age em tudo, isto é, por meio do Verbo; e permanece em todas as coisas no Espírito Santo.
São Paulo, escrevendo aos coríntios acerca dos dons espirituais, tudo refere a Deus Pai como princípio de todas as coisas, dizendo: Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos (lCor 12,4-6).
Os dons que o Espírito distribui a cada um vêm do Pai por meio do Verbo. De fato, tudo o que é do Pai é do Filho; por conseguinte, as graças concedidas pelo Filho, no Espí­rito Santo, são dons do Pai. Igualmente, quando o Espírito está em nós, está em nós o Verbo, de quem recebemos o Espírito; e, como o Verbo, está também o Pai. Assim se cumpre o que diz a Escritura: Eu e o Pai viremos a ele e nele faremos a nossa morada (Jo 14,23). Pois onde está a luz, aí também está o esplendor da luz; e onde está o esplendor, aí também está a sua graça eficiente e esplendorosa.
São Paulo nos ensina tudo isto na segunda Carta aos coríntios, com as seguintes palavras: A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós (2Cor 13,13). Com efeito, toda a graça que nos é dada em nome da Santíssima Trindade, vem do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo. Assim como toda a graça nos vem do Pai por meio do Filho, assim também não podemos receber nenhuma graça senão no Espírito Santo. Realmente, participantes do Espírito Santo, possuí­mos o amor do Pai, a graça do Filho e a comunhão do mesmo Espírito.

                                                                 Oração


Ó Deus, nosso Pai, enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito santificador, revelastes o vosso inefável misté­rio. Fazei que, professando a verdadeira fé, reconheçamos a gloriada Trindade e adoremos a Unidade onipotente. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo

Postagens que podem lhe interessar:


Explicação do ícone da Santíssima Trindade
Elevação à Santíssima Trindada da beata Elisabeth da Trindade

sábado, 18 de junho de 2011

Elevação à Santíssima Trindada da beata Elisabeth da Trindade

Ó meu Deus, Trindade que eu adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente para me fixar em Vós, imóvel a pacifica como se a minha alma estivesse já na eternidade. Que nada possa perturbar a minha paz, nem fazer-me sair de Vós, ó meu Imutável, mas que cada minuto me faça penetrar mais na profundidade do vosso Mistério. Pacificai a minha alma, fazei nela o vosso céu, a vossa morada querida e o lugar do vosso repouso. Que eu nunca Vos deixe só, mas que aí permaneça com todo o meu ser, bem desperta na minha fé, toda em adoração, toda entregue à vossa Ação criadora.
Ó meu Cristo amado, crucificado por amor, quereria ser uma esposa para o vosso Coração, quereria cobrir-Vos de glória, quereria amar-Vos... até morrer de amor ! Mas sinto a minha impotência a peço-Vos para me "revestir de Vós mesmos", para identificar a minha alma com todos os movimentos da Vossa alma, para me submergir, invadindo-me, a substituindo-Vos a mim, para que a minha vida não seja senão uma irradiação da vossa Vida. Vinde a mim como Adorador, como Reparador, a como Salvador.
Ó Verbo eterno, Palavra do meu Deus, quero passar a minha vida a escutar-Vos, quero tornar-me inteiramente dócil, para tudo aprender de Vós. Depois, através de todas as noites, de todos os vazios, de todas as impotências, quero fixar-Vos sempre a permanecer sob a vossa grande luz; ó meu Astro amado, fascinai-me para que eu não possa jamais sair da vossa irradiação.
Ó Fogo consumador, Espírito de amor, "descei sobre mim", para que na minha alma se faça como que uma encarnação do Verbo: que eu seja para Ele uma humanidade de acréscimo na qual Ele renove todo o seu Mistério. E Vós, ó Pai, debruçai-vos sobre a vossa pequena criatura, "cobri-a com a vossa sombra", não vendo nela senão o "Bem-Amado no qual pusestes todas as vossas complacências".
Ó meus Três, meu Tudo, minha Beatitude, Solidão infinita, Imensidade onde me perco, entrego-me a Vós como uma presa. Sepultai-Vos em mim para que eu me sepulte em Vós, enquanto espero ir contemplar na vossa luz o abismo das vossas grandezas.

Postagens que podem lhe interessar:

O Ícone da santíssima Trindade
São João da cruz
Dia de Santa Teresa de Avila

sexta-feira, 17 de junho de 2011

60º Aniversário de ordenação do Papa

Foto da ordenação de Bento XVI(a direita) e do seu irmão
Vaticano, 17 Jun. 11 / 11:24 am (ACI/EWTN Noticias)

O Prefeito da Congregação para o Clero no Vaticano, Cardeal Mauro Piacenza, alentou os bispos de todo o mundo a promover 60 horas de adoração eucarística pela santificação de todos os sacerdotes, pelas novas vocações e pelo Papa Bento XVI quem celebra o 60° aniversário de sua ordenação sacerdotal no próximo 29 de junho, Solenidade de São Pedro e São Paulo.
O Santo Padre foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1951 junto com seu irmão, Mons. Georg Ratzinger, na Catedral de Freising (Alemanha).
Esta ocasião, escreve o Cardeal Piacenza, "é particularmente propícia para reunir-nos em torno ao Pontífice, para testemunhar toda nossa gratidão, nosso afeto e nossa comunhão pelo serviço que oferece a Deus e à Igreja, e sobre tudo por esse ‘fazer resplandecer a verdade sobre o mundo’, ao qual seu alto magistério continuamente exorta’".
No texto assinado também pelo Secretário da Congregação para o Clero, Arcebispo Celso Morga Iruzubieta, explica-se que as horas de adoração eucarística dedicadas a esta intenção podem ser contínuas ou podem ser distribuídas durante o mês de junho, e deve comprometer "de maneira particular os sacerdotes".
"O cume deste percurso de oração poderia coincidir com a Solenidade do Sacratíssimo Coração de Jesus (Jornada de santificação sacerdotal), na próxima sexta-feira 1 de julho", acrescenta o Cardeal.
Com esta especial iniciativa, prossegue a carta, "o Pontífice poderia ser homenageado com uma extraordinária coroa de orações e de unidade sobrenatural, capaz de mostrar o centro real de nossa vida, do qual surge todo esforço missionário e pastoral, assim como o autêntico rosto da Igreja e seus sacerdotes".
Para estas 60 horas de adoração eucarística, a Congregação sugere a meditação de passagens bíblicas nas que aparece o Apóstolo São Pedro, o primeiro Papa, especialmente os capítulos 20 e 21 do Evangelho de São João onde o Senhor pergunta a Simão se o ama mais que os outros; e o capítulo 16 do Evangelho de São Mateus no qual Cristo lhe diz "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja".

Postagens que podem lhe interessar:

Bento XVI enfrenta cinco questões no seu novo livro
Universidade Harvard dá razão ao Papa na luta contra AIDS
Visita de Bento XVI a Veneza

terça-feira, 14 de junho de 2011

Dedicação da Igreja do Espírito Santo em Natividade-TO

Domingo de Pentecostes, dia 12 de junho, participamos da belíssima Dedicação da Igreja do Espírito Santo, na cidade de Natividade/TO, Diocese de Porto Nacional. A celebração foi presidida por D. Romualdo Matias Kujawski, bispo diocesano de Porto Nacional. Foi um momento muito marcante na vida de todos os presentes, especialmente pela beleza do rito em si, com seus diversos símbolos, que nos fizeram compreender a importância daquele lugar, que deixava de ser unicamente uma bela construção, para ser a casa de Deus no meio dos homens. Outro momento marcante da celebração foi a homilia do senhor Bispo, falando da ação do Espírito Santo na vida cristã e da importância daquele ato da Dedicação da Igreja.
A conclusão desta construção foi realizada por um casal, membro do Movimento da Transfiguração, chamado Natal Augusto e Ana Maria. Durante esses últimos três anos eles tiveram uma grande dedicação a esta obra. Abaixo podemos ver as fotos da construção e do rito da Dedicação.


Rito inicial realizado fora da Igreja

Na porta da Igreja foi realizado o rito de entrega das chaves pelo Sr. Natal Augusto ao Bispo, e este ao pároco, Pe. Pedro


Primeira leitura feita pelo Sr. Natal Augusto

Rito de consagração do Altar

Rito de consagração do Altar

Rito de consagração das doze cruzes das paredes da Igreja

Rito de incensação do Altar

Rito de acendimento das velas das paredes da Igreja, realizado pelo pároco, Pe. Pedro


Capela do Santíssimo Sacramento

Membros do Movimento da Transfiguração presentes no Rito de Dedicação da |Igreja do Espírito Santo, junto com Dom Romualdo

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O Ícone da Santíssima Trindade

Os três anjos, perfeitamente iguais e todavia diferenciados, representam um só Deus em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
É próprio da Santíssima Trindade nem tanto diversificar, quanto ser una e indivisível, na sua essência e nas suas manifestações, embora na diversidade das Pessoas.
Conhecemos o Pai através do Filho: "Quem me vê, vê o Pai" (Jo 14,19).
Conhecemos o Filho através do Espírito: "Ninguém pode dizer Jesus Cristo é o Senhor, senão por meio do Espírito Santo"(1Cor 12,3).
Os cetros idênticos indicam a igualdade do poder do qual cada anjo é dotado. A diversidade é expressa através das cores das roupas, mas sobretudo pela atitude pessoal de cada um em relação aos outros.
No anjo da esquerda se reconhece a figura do Pai, no anjo central a do Filho e no anjo da direita a figura do Espírito Santo.

O PAI

O anjo da esquerda, o Pai, veste um manto lilás sobre uma túnica azul, símbolo da Sua divindade. O lilás é uma cor evanescente, quase transparente, sinal do mistério e da transcendência.
O seu manto cobre os seus dois ombros, ao contrário do Filho e do Espírito, porque Ele não é enviado, mas envia os outros. Este seu envio é indicado também pelo pé esquerdo, que parece estar iniciando um passo de dança, ao qual o Espírito, enviado no mundo depois do Filho, responde.
Tudo converge para ele, como para a fonte: os outros dois anjos, a rocha, a casa e a árvore. Está estático, reto, porque esta pessoa é origem de si mesma: é o sinal da majestade e a referência para os outros dois.
O gesto da mão e o olhar parecem confiar uma missão ao Filho que a acolhe, curvado, em sinal de consentimento. As Suas mãos não tocam a terra-altar, mas a abençoam com os dois dedos da mão direita levantados; Ele não está no mundo. A cabeça inclinada indica que Ele acolhe a oferta amorosa do Filho.

O FILHO

O anjo central, o Filho, traja a túnica ocre: a cor da terra, símbolo da sua natureza humana assumida na encarnação; o manto azul é sinal da natureza divina da qual se “vestiu” depois da sua vida na terra e cobre só um ombro, porque Ele é enviado pelo Pai. A estola amarela indica a missão vitoriosa do Cristo “sacerdote”, que se deu a si mesmo para a salvação do mundo e ressuscitou.
O seu corpo curvado e o olhar de Amor voltado para o Pai indicam a aceitação e a docilidade à vontade paterna. Está comunicando com o Pai a respeito da missão que cumpriu.
A sua mão direita, apoiada à terra-altar, é a mais próxima do cálice da oferta, porque ele é a oferta simbolizada pela cabeça do cordeiro. A mão reproduz o gesto de abençoar do Pai e o ato de apoiá-la à terra-altar indica a sua descida ao mundo através da encarnação; os dois dedos são o símbolo das suas duas naturezas: Ele é plenamente Deus e plenamente homem.

O ESPÍRITO SANTO

O anjo da direita, o Espírito Santo, traz sobre a túnica azul, símbolo da sua divindade, um manto verde-água: é a cor da vida, do crescimento e da fertilidade. No campo espiritual o verde é o símbolo da força vivificante do Espírito, que ressuscitou Cristo e comunicou ao mundo a plenitude do significado da Ressurreição.
É Ele quem dá a vida: o Espírito de Amor e da comunhão. Dos três, este é o anjo que tem a expressão mais reservada.
A sua figura é a mais curvada sobre a mesa, em atitude de escuta, de humildade e de docilidade. Revela-nos um aspecto novo do Amor, tipicamente feminino, que é também necessidade de ser acolhido, protegido, para ser fecundado.
A sua mão pendente sobre a terra-altar indica a direção da bênção: o mundo ao qual o Espírito dá vida e crescimento, fazendo germinar o cálice do sacrifício e o seu fruto.
O Espírito está participando profundamente do diálogo divino e está pronto para ser enviado ao mundo para continuar a obra do Filho.
O manto, apoiado sobre um dos seus ombros, e o pé, que está respondendo à dança iniciada pelo Pai, são símbolos do seu estar preparado para partir para cumprir a missão que lhe foi confiada: "Quando o Espírito vier, Ele vos guiará à verdade toda inteira... dirá tudo que já foi dito e lhes anunciará as coisas futuras" (Jo 16,13).
Todo o simbolismo iconográfico do ícone da Trindade nos mostra a tese eclesiológica fundamental: a Igreja é uma revelação do Pai no Filho e no Espírito Santo.

OS OUTROS ELEMENTOS

Atrás do Pai se vê a casa de Abraão, que se tornou templo, morada do pai e símbolo da Igreja, sua Filha, porque "corpo" de Cristo, segundo a teologia paulina.
O carvalho de Mambré se transforma na árvore da morte, da tentação de Adão, origem da queda da humanidade. Ela é também símbolo da vida: a cruz em que Cristo, o homem novo, pagou o resgate da humanidade.
A rocha-monte atrás do Espírito é, ao mesmo tempo, símbolo de proteção, de lugar "teofânico", isto é, lugar onde Deus se manifesta e símbolo da ascensão espiritual.
O vitelo ofertado por Sara numa bandeja se torna o cálice eucarístico.
O ouro, símbolo da luz divina: o fundo e as auréolas douradas são símbolo da luz divina, como o sol é fonte de toda luz e cor.
No ícone a luz não é natural mas espiritual: provém da graça recebida, por meio do Espírito, antes de tudo pelo iconógrafo, na contemplação do mistério que ele vai representar, depois por quem contempla o ícone com a mesma atitude de oração.

PERSPECTIVA INVERSA E ATITUDE NA FRENTE DO ÍCONE

Os ícones não são autônomos, mas são "escritos" em função da liturgia e concebidos para um espaço litúrgico: é uma mensagem de fé, um "lugar" de encontro com Deus, através daquilo que está representando.
Esse encontro acontece na oração, na medida em que o ícone, além de ser admirado, suscita em quem o está contemplando a experiência da qual nasceu.
Como em cada ícone oriental, os pontos de vista do artista e do admirador não coincidem. Nos ícones encontramos o sistema de perspectiva inversa que elimina a distância e a noção de profundidade, onde tudo desaparece no horizonte. O efeito, no ícone, é contrário: aproxima as pessoas em um primeiro plano contemplativo, facilitando a entrada de quem está olhando no coração da cena, na profundidade do mistério. Mostra que Deus está lá, que está em todo lugar.
A atitude justa frente a cada ícone é a oração e a contemplação, como diante de uma janela aberta para o transcendente.
Nunca se pode dizer que o ícone está acabado, o último toque toca a quem olha com atitude humilde de escuta da Palavra escrita.
O ícone é dialógico por natureza, porque nos convida a entrar em diálogo com o Mistério representado. Quem aceita o convite e entra nesse mistério, participa do banquete: o Pai, o Filho e o Espírito Santo querem viver com o homem o que vivenciam entre eles.
Gostaríamos de acolher o convite a sentar-nos a mesa com os Três, participar da conversa sagrada, captar e tornar nossa a troca de Amor e comunhão entre as três pessoas, aparentemente idênticas, mas distintas na própria missão.
Queremos assumir a mensagem deste ícone, que é a de Cristo de João 17,20-21: "Não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim: a fim de que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste."
O Espírito é o Amor entre o Pai e o Filho, portanto, queremos nos tornar dóceis à sua ação, para viver a mesma comunhão de Amor que o Pai quer e o Filho opera por meio do Espírito.
"A comunhão dos cristãos tem por modelo, fonte e meta a mesma comunhão do Filho com o Pai no dom do Espírito." (ChL 18).
Fonte: Comunidade Missionária Villaregia: http://www.cmv.it/nuke/index.php

Postagens que podem lhe interessar:

Ícones-Uma janela para eternidade


Ícones de Pentecostes
Cantor devolve ícone a igreja do Chipre

domingo, 12 de junho de 2011

Seqüência da Missa de Pentecostes

Vinde, Espírito Santo e enviai do céu um raio de Vossa luz.
Vinde, Pai dos pobres, vinde, distribuidor dos bens, vinde luz dos corações.
Consolador ótimo, doce hóspede das almas e suave refrigério.
Nos trabalhos sois o repouso, no calor o frescor, nas lágrimas a consolação.

Ó luz beatíssima, inflamai o íntimo dos corações dos Vossos fiéis.
Sem a Vossa graça nada há no homem, nada de inocente.
Lavai o que é sórdido, regai o que é seco, sarai quem está ferido.
Dobrai o que é duro, abrasai o que é frio e reconduzi o desviado.

Concedei aos Vossos servos, que em Vós confiam, os sete dons sagrados.
Dai-lhes o mérito das virtudes, o êxito da salvação e a alegria perene. Amém.

sábado, 11 de junho de 2011

Oh vinde, Espírito Criador

Oh vinde, Espírito Criador,
as nossas almas visitai
e enchei os nossos corações
com vossos dons celestiais.

Vós sois chamado o Intercessor,
do Deus excelso o dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor,
a unção divina e salutar.

Sois doador dos sete dons,
e sois poder na mão do Pai,
por ele prometido a nós,
por nós seus feitos proclamais.

A nossa mente iluminai,
os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai,
qual força eterna e protetor.

Nosso inimigo repeli,
e concedei-nos vossa paz;
se pela graça nos guiais,
o mal deixamos para trás.

Ao Pai e ao Filho Salvador
por vós possamos conhecer.
Que procedeis do seu amor
fazei-nos sempre firmes crer.

Postagem que podem lhe interessar:


Veni Creator Spiritus (este hino cantado em latim)



sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pentecostes Joanino (do evangelho de João)



A missa da solenidade de Pentecostes (próximo domingo) tem, na liturgia da palavra, leituras que marcam duas formas de ver o evento da vinda do Espírito Santo: na primeira leitura (At 2), a narração do Pentecostes nos Atos do Apóstolos, escrito por Lucas e que chamamos Pentecostes Lucano. Esta narração é a mais popularmente conhecida.
A segunda forma de ver o evento de Pentecostes é da forma como ele é narrado pelo evangelista João. Este será o evangelho da solenidade de Pentecostes (Jo 20), que comentaremos nesta postagem.
Neste evangelho, Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, sopra sobre os discípulos e diz: “recebei o Espírito Santo.” Isto nos faz lembrar o momento da criação do homem, no livro do Gêneses, quando Deus sopra nas narinas do homem feito do barro e ele torna-se um ser vivente.
Isso nos faz perceber que a ênfase que João dá ao Pentecostes é que atraves dele o homem é recriado, pelo poder do Espírito Santo, nos fazemos homens e mulheres novas. Existe, assim, uma maior ligação entre a ação do Espírito e o processo de conversão da pessoa.
Peçamos que esse Pentecostes nos renove interiormente,.fazendo-nos cada vez mais íntimos de Deus e dóceis à Sua vontade. 

Postagem que podem lhe interessar:


Os Dons do Espírito Santo - dom do Temor de Deus
Os Dons do Espírito Santo - dom da Piedade

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O Pentecostes Lucano (do evangelho de Lucas)


A missa da solenidade de Pentecostes (próximo domingo) tem, na liturgia da palavra, leituras que marcam duas formas de ver o evento da vinda do Espírito Santo: na primeira leitura (At 2), a narração do Pentecostes nos Atos do Apóstolos, escrito por Lucas e que chamamos Pentecostes Lucano. Esta narração é a mais popularmente conhecida.
A segunda forma de ver o evento de Pentecostes é da forma como ele é narrado pelo evangelista João. Este será o evagelho da solenidade de Pentecostes (Jo 20), que comentaremos na próxima postagem.
A narração segundo Lucas, nos Atos do Apóstolos, privilegia as imagens ligadas às teofanias – manifestações de Deus – do antigo testamento, especialmente a do Monte Sinai, quando Deus da os dez mandamentos a Moisés. Outro elemento forte são as línguas de fogo e, consequentemente, a pregação de Pedro para pessoas de diversas línguas, revelando que a vinda do Espírito Santo impulsiona a Igreja a Evangelizar.
Que neste Pentecostes o Espírito Santo nos impulsione a um renovado ardor para a evangelização e que este anúncio seja feito com autoridade e sabedoria.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Cenáculo – Local do Pentecostes

Em maio deste ano tivemos a oportunidade de realizar uma peregrinação à Terra Santa. Foi uma experiência inesquecível: visitamos e rezarmos nos lugares onde a história da salvação se realizou. Podemos dizer que, nesta peregrinação, entramos em contato com a geografia da salvação ou com o “quinto evangelho”, expressão profundamente arraigada na tradição da Igreja e muito usada para denominar a Terra Santa.
Hoje gostaria de partilhar a experiência de visitar o Cenáculo, local onde aconteceu a Última Ceia - Instituição da Eucaristia - o lava pés, o anúncio da traição de Judas e, por fim, o local onde os apóstolos se reuniram após a morte de Jesus, sendo assim o o local das aparições de Cristo ressuscitado e da descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, no dia de Pentecostes (cf. At 2).
O local não é uma Igreja - devido a situação ainda não resolvida com o governo de Israel - o que faz com que não seja tão convidativo à oração. Apesar desse limite, a visita foi um momento muito especial para pedirmos a presença e a ação do Espírito Santo no mesmo local onde, há dois mil anos, os apóstolos tiveram a experiência de Pentecostes. Foi uma renovação da minha fé, geradora de um maior ardor de anunciar Jesus para o mundo inteiro, sobretudo porque depois da experiência da vinda do Espírito Santo, Pedro fez o seu primeiro discurso e aconteceram muitas conversões (cf At 2).
Que neste Pentecostes, o Espírito Santo nos impulsione ao anúncio corajoso e atraente da pessoa de Jesus, para que cada vez mais pessoas possam conhecê-Lo e ter uma vida de intimidade com Ele.

Veja as fotos da nossa visita ao Cenáculo - Terra Santa





Postagens que podem lhe interessar: