Com essa postagem damos o início a uma série de
meditações sobre o tríduo pascal, para nos ajudar a mergulhar nos grandes
mistérios que se revelam através dos ritos celebrados. Nos centralizaremos na
celebração da quinta a noite, o lava pés, depois, na celebração da Paixão do
Senhor, e por fim, na Vigília Pascal.
Para nos ajudar a mergulhar, vejamos a
importância dos símbolos na liturgia como um caminho privilegiado de experiência
com Deus. Vejamos um dos textos do Movimento da Transfiguração: “a Liturgia é
uma forma pedagógica de termos um encontro com Deus e crescermos na nossa fé. É
por isso que a Liturgia é toda repleta de símbolos, desde a construção da Igreja
(edifício) até a forma de vestimenta do Sacerdote, tudo é uma linguagem
simbólica que nos remete a Cristo e ao seu mistério. O espaço sagrado, com suas
formas próprias, como: o átrio (espaço de ligação entre o que está fora da
Igreja e o que está dentro), a nave (espaço em que fica a assembléia) e o
presbitério (espaço onde ficam o altar e tudo o que o cerca), a capela do
Santíssimo, as pinturas, as imagens, nos fazem mergulhar num mundo de símbolos
e, dentro deste sentido, está a forma como o Sacerdote se veste, as cores e toda
a forma do rito de celebração de todos os sacramentos. Todos eles são marcados
por gestos que são simbólicos, como: ficar de pé, ajoelhar, aspergir água, as
procissões e tudo o mais são símbolos que nos remetem a Cristo.”
Deteremos-nos agora de forma mais específica na
Quinta-Feira Santa, acompanhando a meditação de Nicola Box, professor de
Liturgia Oriental e consultor de diversos dicastérios da Santa Sé:
“Com a Missa in Cena Domini, da Quinta-Feira
Santa, o sacerdote entra nos principais mistérios – a instituição da Santíssima
Eucaristia e do sacerdócio ministerial –, assim como do mandamento do amor
fraterno, representado pelo lavatório dos pés, gesto que a liturgia copta
realiza ordinariamente cada domingo. Nada melhor para expressá-lo que o canto do
Ubi caritas. Após a comunhão, o sacerdote, usando o véu umeral, sobre o altar,
faz a genuflexão e, ajudado pelo diácono, segura a píxide (ambula) com as mãos
cobertas pelo véu umeral. É o símbolo da necessidade de mãos e corações puros
para aproximar-se dos mistérios divinos e tocar o Senhor!”
Desejo que esta meditação possa nos ajudar a
vivenciar de forma mais intensa e piedosa o tríduo pascal, onde celebramos os
mistérios centrais da nossa fé.
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