sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Eleições presidências



      Importante discurso do Papa Bento XVI  a alguns bispos brasileiros em visita ad limina. Os trechos em negritos são nossos.


Amados Irmãos no Episcopado,
        «Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo» (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Lendo os vossos relatórios, pude dar-me conta dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.
      Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.
      Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).
      Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente má e incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, conseqüência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático – que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana – é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vitæ, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida «não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambigüidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo» (ibidem, 82).
      Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sócio-político de um modo unitário e coerente, é «necessária — como vos disse em Aparecida — uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o "Compêndio da Doutrina Social da Igreja"» (Discurso inaugural da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).
      Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. «Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambigüidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana» (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).
    Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve «encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política» (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.
Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baía da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade.
      Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Benção Apostólica".

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Entrevista sobre Susam Boyle e o Aborto

    
      Acompanhe esta providencial reportagem da autobiografia de Susam Boyle, pela agência de notícia ACI:
      "LONDRES, 25 Out. 10 / 05:37 pm (ACI).- Em sua nova autobiografia, a cantora Susan Boyle revelou que está viva graças à fé católica de sua mãe, que se negou a submeter-se a um aborto quando os médicos disseram que sua filha podia nascer com sérias complicações físicas.
Conforme recolhe o site ReligionenLibertad.com, no livro "The Woman I Was Born To Be" Boyle sustenta que os médicos recomendaram o aborto "à sua mãe Bridget Boyle, que tinha outros oito filhos, porque temiam que houvesse complicações físicas (…) Sua mãe rejeitou o conselho como ‘impensável’ dado que ela era ‘uma católica devota’".
      "Susan Boyle nasceu de emergência por cesárea. Os médicos não felicitaram Bridget com um ‘felicidades, tem você uma bebê preciosa’, mas sim, explica a biografia, assumiram uma atitude desdenhosa para a pequena Susan, suspeitando que pudesse ter tido dano cerebral devido a uma falta de oxigênio", indica o livro.
      Disseram a Bridget Boyle que aceitasse "que a menina não alcançaria muito na vida".
"Estou segura que eles tinham a melhores intenções, mas não acredito que eles deveriam ter dito isso, porque ninguém pode predizer o futuro. O que eles não sabiam era que eu sou uma pessoa lutadora, e toda minha vida estive tentando provar que estavam equivocados", afirma Susan no livro.
      Aos 49 anos de idade, Susan Boyle se converteu em fonte de inspiração para milhões de pessoas em todo mundo quando em abril de 2009 se destacou no concurso "Britain´s Got Talent". Recentemente cantou diante do Papa Bento XVI em Glasgow. Seu primeiro álbum vendeu nove milhões de cópias em seis semanas e foi o mais vendido do ano na Grã-Bretanha.

domingo, 24 de outubro de 2010

Abertura do Movimento da Transfiguração em Brasília

      Neste sábado, 23 de outubro, realizamos a reunião de abertura do Movimento da Transfiguração na paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Brasília (cidade satélite do Gama). Na reunião, tive a oportunidade de apresentar o Movimento e aplicar o primeiro texto do evangelho de Lucas, fazendo uma Lectio Divina comunitária (característica do Movimento) com o texto da Transfiguração do Senhor. Nesta reunião ficou decidido que um grupo do Movimento seria de jovens e outro de adultos.
      Queremos agradecer de forma especial ao Pe. Gregório, pároco, pela sua abertura ao Movimento; e ao Pe. Isaías por toda força e apoio para que o Movimento pudesse se instalar na paróquia Nossa Senhora de Fátima.
      Seguem abaixo as fotos:








sábado, 23 de outubro de 2010

Igreja da China

     
      Nesta postagem colocamos uma recente entrevista com o cardeal Joseph Zen Ze-kiun, de Hong Kong, feita pela agência de notícia Zenit, onde ele fala da realidade da Igreja da China. Que através deste maior conhecimento da realidade, possamos rezar por esta igreja que sofre e não cairmos na tentação de fechar os nossos olhos para valores fundamentais – como a liberdade – quando vemos a prosperidade econômica.

ZENIT: Qual é o requisito para um verdadeiro desenvolvimento humano na China?

Cardeal Zen: Para que o desenvolvimento seja verdadeiro, deve ser integral e completo. E a Igreja Católica pode ajudar no aspecto espiritual. Infelizmente, há muitas pessoas que pensam no desenvolvimento só no sentido de um progresso econômico e tecnológico. Isso não é suficiente.
Eu creio que, no âmbito espiritual, são muitos, e não só os católicos, os que podem contribuir. Penso que por exemplo no confucionismo, que é um patrmônio muito precioso do povo chinês. Mas certamente somos nós, os católicos e os cristãos em geral, que temos Jesus Cristo como modelo real de perfeição humana.

ZENIT: O cristianismo tem muito êxito na China continental hoje?

Cardeal Zen: A situação é um pouco mais tranquila para as famílias católicas que querem batizar seus filhos. Antes estava proibido. Era necessário ter cumprido os 18 anos. Mas agora é possível batizar os filhos, é algo bom.

A respeito do êxito entre as pessoas, certamente há. Mas não saberia até que ponto. Não há informações detalhadas. Mas sobretudo é entre os estudantes universitários e os intelectuais. Eles entram em contato com a doutrina cristã através da cultura ocidental. E estão muito interessados. Sei que também há intercâmbios acadêmicos entre o Ocidente e a China, um aspecto muito prometedor.

ZENIT: O regime tenta controlar esses êxitos?

Cardeal Zen: É muito curioso que no âmbito acadêmico exista uma liberdade muito maior. Aos sacerdotes não está permitido pregar, enquanto que se permitem os intercâmbios acadêmicos.

ZENIT: Mas um dia o regime perderá o controle sobre esses intelectuais, não?

Cardeal Zen: Na verdade já perdeu.

ZENIT: Talvez seja esta a esperança para o futuro?

Cardeal Zen: Sim. Quando os estudantes chineses vêm a Hong Kong no âmbito de intercâmbios, por exemplo, convidam-me, e eu posso ir com eles sem nenhuma objeção, porque estamos realmente no âmbito acadêmico.

ZENIT: Recentemente o senhor alertou de novo contra o paternalismo da Associação Patriótica. Por quê?

Cardeal Zen: A Associação Patriótica, sobretudo no âmbito nacional, é muito forte. Os bispos não têm nem voz nem voto. Isso, obviamente, deve-se ao fato de que o governo usa a Associação Patriótica para controlar a Igreja.

Liu Bainian, vice-presidente da Associação, representa o governo e mantém a Igreja e os bispos sob seu controle. Depois de tantos anos, foram-lhe dadas grandes vantagens para se assegurar de que as ideias não mudem. No âmbito local, a situação é muito diferente, porque em alguns lugares os poderes do bispo superam os da Associação.

Mas é evidente que a situação não está encaminhada para o bem do país, porque todos sabem que a Igreja na realidade não é livre. O governo chinês não é respeitado e se vê que a liberdade não existe.

Infelizmente, a Associação tem muitos amigos no governo. É difícil que este seja capaz de eliminá-la. Por nossa parte, temos uma necessidade extrema de uma decisão, porque se a Associação for mantida, ninguém dentro nem fora da China acreditará que existe uma verdadeira liberdade religiosa.

ZENIT: Melhorou a situação a respeito da ordenação dos bispos e da cooperação entre China e Vaticano?

Cardeal Zen: Os progressos alcançados neste último período limitam-se ao fato de que não houve ordenações ilegítimas nos últimos meses. Mas é verdadeiramente um bem? Eu duvido, porque o que significa que um bispo seja aceito por ambas as partes, pelo governo chinês e pela Santa Sé?

Existem muitas possibilidades. Uma possibilidade – que é a que nós queríamos – é que o Santo Padre escolha os bispos e que o governo chinês dê o seu consentimento. Isso seria o ideal. Mas é o caso? Não.

Vemos que frequentemente é o governo que elege o bispo. Talvez não seja o melhor, mas a Santa Sé diz: “nessa outra diocese, queremos este bispo, e se vocês aceitarem, nós aceitaremos o outro”. Portanto é uma troca. Às vezes se obtêm mais vantagens, outras vezes menos.

Já outras vezes se fazem concessões, algo muito perigoso. Certamente não é verdade que o governo chinês aceite de bom grado todos os candidatos da Santa Sé.

ZENIT: Quanto se terá de esperar até que a Santa Sé e Pequim estabeleçam relações diplomáticas?

Cardeal Zen: Na realidade todos os comentaristas consideram este fato pouco provável, já que no momento atual Pequim e Taiwan têm melhores relações. Portanto, em certo sentido, Pequim consente a Taipei manter relações diplomáticas com diversos países pequenos, entre eles a Santa Sé.

Se Pequim aceitasse estabelecer relações diplomáticas com o Vaticano, este se veria obrigado a abandonar Taiwan e, portanto, indiretamente, Pequim ofenderia Taiwan. Por isso, ninguém pressiona para acelerar a abertura das relações diplomáticas. Mas esta não é uma questão central. Inclusive na falta de relações diplomáticas, a melhoria e a normalização da situação já é algo bom.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Novos Cardeais


O Papa Bento XVI anunciou a criação de 24 cardeais, dos quais 20 são eleitores por ter idade abaixo dos 80 anos; estes, em eventual conclave, poderão eleger um novo Papa.Veja a lista abaixo, na qual há um brasileiro: 
 - Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (Brasil);
 -Dom Angelo Amato, S.D.B., Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos;
- S.B. Antonios Naguib, Patriarca de Alexandria dos Coptos (Egito);
- Dom Robert Sarah, Presidente do Conselho Pontifício "Cor Unum";
- Dom Francesco Monterisi, Arcipreste da basílica papal de São Paulo Fora dos Muros;
- Dom Fortunato Baldoli, Penitenciário Maior;
- Dom Raymond Leo Burke, prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica;
- Dom Kurt Koch, Presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos;
- Dom Paolo Sardi, Vice Camarlengo da Santa Igreja Romana;
- Dom Mauro Piacenza, prefeito da Congregação para o Clero;
- Dom Velasio De Paolis, C.S., Presidente da Prefeitura de Assuntos Econômicos da Santa Sé;
- Dom Gianfranco Ravasi, Presidente do Conselho Pontifício para a Cultura;
- Dom Medardo Joseph Mazombwe, arcebispo emérito de Lusaka (Zâmbia);
- Dom Raúl Eduardo Vela Chiriboga, arcebispo emérito de Quito (Equador);
- Dom Laurent Monsengwo Pasinya, arcebispo de Kinshasa (República Democrática do Congo);
- Dom Paolo Romeo, arcebispo de Palermo (Itália);
- Dom Donald William Wuerl, arcebispo de Washington (Estados Unidos);
- Dom Kazimierz Nycz, arcebispo de Varsóvia (Polônia);
- Dom Albert Malcolm Ranjith Patabendige Don, arcebispo de Colombo (Sri Lanka);
- Dom Reinhard Marx, arcebispo de München und Freising (Alemanha).
Além destes, o Papa elevou à dignidade cardenalícia 4 bispos que "se distinguiram por sua generosidade e dedicação no serviço à Igreja":
- Dom José Manuel Estepa Llaurens, arcebispo Ordinário Militar emérito (Espanha);
- Dom Elio Sgreccia, anterior Presidente da Academia Pontifícia para a Vida (Itália);
- Dom Walter Brandmüller, anterior Presidente do Comitê Pontifício de Ciências Históricas (Alemanha);
- Dom Domenico Bartolucci, anterior Maestro Diretor da Capela Musical Pontifícia (Itália).



terça-feira, 19 de outubro de 2010

Eleição presidencial

 


      Assisti à entrevista da candidata a presidência pelo o PT, Dilma Rousseff, no Jornal Nacional, da Globo. Desejo, nesta postagem, comentar sobre a sua resposta em relação ao aborto, que ocupou mais da metade de sua entrevista com duração total de 11 minutos.
      A primeira coisa que me chamou atenção foi que, segundo Dilma, o aborto é uma violência à mulher, que deve ser evitada. Ela seguiu este raciocínio o tempo da sua entrevista, em nenhum momento referindo-se a vida que a mulher carrega no seu ser. A grande pergunta que fica é: para ela, a vida que ela carrega faz parte do corpo da mãe? Não é uma vida por si mesmo? A vida para nós que cremos é um dom de Deus.
      No momento da concepção é gerado um novo DNA e, por isso, é um ser distinto da mãe, que é assassinado em um aborto voluntário. Sabemos que o aborto comporta uma violência para com a mulher, mas antes disso, é um homicídio para com a nova vida gerada. Acreditamos que o estado deve sempre defender o mais fraco e o inocente que, neste caso, é a vida gerada.
      Outro ponto fundamental na sua entrevista é que as mulheres que cometem aborto não devem ser punidas. Isto é descriminalização do aborto!  Será como o “Jogo do bicho”, que é proibido, mas não pode ser punido. Encontramos nos lugares públicos e até nas lotéricas: prestadoras de serviço da Caixa Econômica Federal, um banco público.
      Dilma disse que a lei não precisa ser mudada. Sem a mudança da lei, quem comete aborto no Brasil fora do que a lei permite – estupro e risco de vida – está cometendo crime e, por isso, terá de responder perante a justiça. Existe um forte contradição na sua proposta!
       Sobre a questão de falar sobre o aborto como questão de saúde pública, esta é outra forma de mudar a lei vigente no país, porque, segundo esta lei, o aborto é, antes de tudo, uma questão de justiça, e só suas consequências são questões ligadas à saúde. 
      No momento em que a consequência do aborto for tratada como saúde publica, tornamos todos os médicos e profissionais de saúde obrigados a realizar o aborto, sob pena de responder por omissão de socorro, podendo perder o seu emprego ou até ser preso. Essa seria só uma das consequências desta “forma” de política pública.
       Depois de tudo isso, posso concluir que, apesar de todo o discurso mudado e dos termos usados em relação ao aborto, continuamos diante de uma candidatura e um plano partidário favorável ao avanço da legalização do aborto no Brasil.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Dia de Santa Teresa de Ávila


     
      No dia 15 de outubro a igreja celebra santa Teresa de Ávila, uma grande mística espanhola. Santa Teresa nasceu dia 28 de março de 1515, na cidade de Ávila, Espanha, numa família de muitos irmãos. Aos 13 anos perde sua mãe, e a partir desse momento ela toma Nossa Senhora como sua mãe; aos 20 anos entra no convento carmelita da Encarnação.
      Os dezoitos anos que se seguem no convento da Encarnação foram marcados por profundos conflitos interiores e uma grande enfermidade, que quase tira sua vida. Seu conflito interior se dava porque ela sentia uma forte atração por Deus, na oração, mas na sua vida cotidiana, deixava-se levar por uma vida muito dispersa, marca desse convento na sua época.
      No ano 1554 Teresa tem uma forte experiência de Deus ao contemplar uma imagem de Jesus chagado, atado à coluna. Esta experiência dá início ao tempo que ela chama de conversão. Assim, ela passa a um caminho de fidelidade na oração e de afastamento de situações de dispersão que a rodeavam. Esse período será marcado por grandes fenômenos místicos na sua vida e culmina com a inspiração da fundação de um Mosteiro com observância mais estrita. Esta fundação será denominada reforma carmelita descalça. Depois de grandes lutas e perseguições é fundado o convento de São José, o primeiro de muitos conventos fundados por Santa Teresa.
      No ano 1568, juntamente com São João da Cruz, Teresa funda o ramo masculino dos frades descalços. Até sua morte, em 1582, vários conventos femininos e masculinos são fundados na Espanha; e após sua morte, essas fundações se espalham por vários lugares do mundo.
      Um aspecto fundamental na vida e obra de Santa Teresa são seus livros que influenciaram muito mais do que as casas religiosas fundadas por ela. Os seus grandes escritos são: Livro da vida, Caminho de Perfeição, Fundações e o Castelo Interior, além de outros escritos menores.
      Santa Teresa tem uma grande influência na minha vida. Tive o primeiro contato com ela através do livro da Vida, livro no qual ela conta sua vida e dá orientação sobre a oração. Na época eu tinha 18 anos e me marcou profundamente. Posso dizer que, com santa Teresa, aprendi a rezar com o método que ela chama “trato de amizade”.
      Com o tempo, li outros escritos dela que marcaram profundamente minha visão de Deus e da oração. Creio que, por isso, ela tem um lugar especial no Movimento da Transfiguração: como mestra de oração, que pode nos guiar no caminho de intimidade profunda com Deus.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Campanha Presidencial - Vida e Eleições 2010

      Veja este excelente vídeo esclarecedor sobre a campanha Presidencial, feito por Dom Aldo Pagotto, Ascebispo Metropolitano da Paraíba:

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Nossa Senhora Aparecida

     A Igreja no Brasil celebra, no dia 12 de outubro, sua padroeira: Nossa Senhora Aparecida. Peçamos, de forma especial, pelo destino do Brasil nestas eleições e rezemos com o hino e a oração das laudes:

Ó Virgem a quem veneramos
com piedade enternecida
e a quem alegres chamamos
Aparecida!


Quem poderia narrar
o teu amor sempre novo
e as graças que concedeste
ao nosso povo?

Por tantas e tantas graças
bem mereces a coroa
com que a fronte te cingimos,
ó Mãe tão boa!

As agruras desta vida
sofrendo com paciência,
possamos gozar no céu
tua clemência.

Ao Deus uno e trino glória
e todo louvor convém;
só ele governa o mundo
e o céu. Amém.

     Ó Deus todo-poderoso, ao rendermos culto à Imaculada Conceição de Maria, Mãe de Deus e Senhora nossa, concedei que o povo brasileiro, fiel à sua vocação e vivendo na paz e na justiça, possa chegar um dia à pátria definitiva. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

sábado, 9 de outubro de 2010

O Sínodo para o Oriente Médio


     No dia 10 de outubro tem início o Sínodo para o Oriente Médio. Este é considerado o evento mais importante da Igreja no ano de 2010 .O Sínodo será celebrado em Roma para que o Papa Bento XVI possa ter uma maior participação e também para reafirmar a comunhão das igrejas desta região com o Sumo Pontífice. O lema do Sínodo é "A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma" (Atos 4, 32).
     A assembleia sinodal deste ano se centrará nas igrejas presentes nos países do Oriente Médio, que são: Arábia Saudita, Bahrein, Chipre, Egito, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Irã, Iraque, Israel, Kuwait, Líbano, Omã, Qatar, Síria, Turquia, Territórios Palestinos e Iêmen.
     Uma particularidade deste Sínodo é que participarão seis igrejas orientais que têm comunhão com Roma. Elas têm ritos diferentes do nosso (latino), revelando a grande riqueza da Igreja na sua diversidade .
     O encerramento do Sínodo será no dia 24 de outubro, com missa presidida por Bento XVI, na Basílica de São Pedro. Rezemos para que este Sínodo possa produzir frutos abundantes.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Campanha Presidencial

Segue abaixo uma reportagem da agência de notícias - ACI Digital:

"Em uma recente entrevista ao Jornal O Estado de São Paulo, o deputado federal Luiz Bassuma que teve suspensos seus direitos partidários dentro do PT pelo prazo de um ano por decisão unânime da direção nacional do partido por ser contrário à legalização do aborto. Na sua entrevista, falando sobre a perda de votos que teve Dilma devido ao seu apoio à legalização do aborto, Luiz Bassuma critica o que considera suposta “mudança de opinião” da petista em relação ao assunto.
Na entrevista, o Estadão pergunta a avaliação do Deputado sobre os recentes esforços do PT para dizer que o partido, e sua candidata Dilma Rousseff, não defendem a legalização desta prática anti-natal, à qual o político punido por suas posições pró-vida respondeu: “Ninguém pode apagar a história. Fui punido com um ano de suspensão pelo PT apenas por querer continuar a favor de uma ideia que sempre defendi. Não queria que ninguém pensasse igual a mim. Só queria que o partido respeitasse meu direito de ter opinião diferente”.
“Cumpri quatro mandatos pelo PT e um dos motivos que me fizeram ser filiado ao partido era justamente o artigo interno que permitia aos integrantes terem direito à liberdade de opinião, de religião, de pensamento. Comigo não valeu”, asseverou o político ao Estado de São Paulo.
Ao ser perguntado se há setores do partido que realmente são contra o aborto, Bassuma afirmou:
“É possível. Mas fui punido quase por unanimidade pela direção do partido por ser contra a proposta. Dilma era a ministra chefe da Casa Civil na ocasião. Durante a análise do meu caso, o PT deixou claro que é a favor da legalização e não concordo”.
Falando sobre a suposta mudança de opinião da candidata Dilma Rousseff, que tem negado publicamente ser a favor do aborto o deputado declarou:
“Acho que eles têm de assumir a verdade e dizer o que pensam sobre o assunto. Vai piorar a situação dela se mentir sobre o aborto por questões eleitoreiras. Vai ser um tiro no próprio pé. Na minha opinião, ela é materialista. O presidente Lula não. Todo mundo sabe que ele realmente tem uma posição diferente. Ele sempre disse que era contra o aborto”.
“Eu me sinto honrado por ter sido suspenso pelo PT por ter defendido a vida. Essa é a bandeira da minha vida. Minha principal causa política. E o PT não respeitou esse meu direito. Envergonhado eu estaria se tivesse defendido o mensalão. Eu acho que o aborto significa matar uma vida”, concluiu Luiz Bassuma.
O Deputado punido pelo Partido dos Trabalhadores preferiu pedir sua desfiliação do PT, entrando no PV de Marina Silva, e agora disputa o governo da Bahia por este partido".

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O Papa Bento XVI pede o fim da violência da máfia Cicíliana


     No domingo, dia 03 de outubro, Bento XVI, na sua visita ao sul da Itália – na ilha da Cicília –celebrou uma missa na capital Palermo, região com uma terrível fama de ser dominada pela máfia. Na celebração com a participação de cerca de 200 mil pessoas, o Papa falou para aqueles que “vivem concretamente sua existência em condições de precariedade, devido à falta de trabalho, à incerteza pelo futuro, ao sofrimento físico e moral e por causa do crime organizado".
     Continuando o Papa disse "Hoje estou no meio de vós para dar testemunho da minha proximidade e da minha lembrança na oração - acrescentou. Estou aqui para incentivar-vos fortemente a não ter medo de testemunhar com clareza os valores humanos e cristãos."
     Como sempre, o nosso Papa testemunha a sua coragem de anunciar o evangelho, com clareza, em lugares difíceis e muitas vezes perigosos. Rezemos para que o Espírito Santo continue a fortalecer e dar coragem para que o Papa leve adiante sua missão.

domingo, 3 de outubro de 2010

Transitus de São Francisco de Assis

      Na véspera da festa de São Francisco, que é celebrado no dia 04 de outubro, podemos ver que os franciscanos a celebram de uma forma toda especial. Confira nesta postagem retirada do blog salvem a liturgia.

     "A celebração do Transitus de São Francisco de Assis, tradição das Ordens Franciscanas, encerra o mistério da vida, morte e ressurreição. Conhecedores desta realidade maravilhosa e, ao mesmo tempo, angustiante e cheia de esperança, na tarde de hoje em todo o mundo, os franciscanos, a exemplo do Seráfico Pai, celebram o dom da vida. Desde esta tarde até as segundas Vésperas do dia seguinte (4/10), toda a Liturgia se reveste e é celebrada com o grau e caráter de Solenidade.

                                                                                 
     Quando ouvimos falar em "trânsito" logo pensamos em carro e nos engarrafamentos das grande cidades do Brasil, como Rio de Janeiro ou São Paulo, ou de outros Países, como Nova York, Paris, Madri, Roma ou Lisboa. Mas, aqui no nosso caso, quando falamos em "trânsito" falamos em "passagem", ou seja, da passagem de São Francisco de Assis deste mundo para a eternidade, isto é, de sua morte, acontecida na tarde do dia 3 de outubro de 1226, um sábado. São Franscisco tinha mais ou menos 44 anos de idade. Ele morreu cantando um salmo, na presença de seus confrades.

                                                                              
     No domingo seguinte, 4 de outubro, foi sepultado na igreja de São Jorge, na cidade de Assis; o cortejo fúnebre passou antes pelo mosteiro de São Damião, para que Santa Clara pudesse se despedir.
    Em quase todos os conventos da Primeira Ordem (OFM, OFMConv e OFMCap) a solene "Páscoa" do Santo de Assis, é celebrada como uma paraliturgia, dentro da celebração do ofício de Vésperas. Portanto, com toda estrutura própria: canto do hino, salmodia, cântico evangélico, preces... acrescido, em alguns lugares de uma "encenação", que recorda os últimos momentos do "Alter Christus" nesta terra dos homens.

                                                                  
     Para a Igreja e para a humanidade, São Francisco tornou-se inspiração daqueles valores mais essenciais do Evangelho. Por isso sua mensagem atravessou os séculos, e continua a despertar no coração da humanidade aquilo que de melhor ela pode realizar."

Por frei Cleiton Robson,OFMConv

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Santa Terezinha


      A Igreja celebra no dia 1 de outubro uma pequena grande santa: Santa Terezinha. Nasceu na cidade de Alençom, na França, em 1873 numa família muito religiosa; ainda muito jovem entrou no Carmelo e trilhou um caminho de confiança e humildade que ela mesma denominou como: pequena via.
     Santa Terezinha é uma das três doutoras da Igreja – as outras duas são Santa Teresa de Ávila e Santa Catarina de Sena – por causa da doutrina do amor e da misericórdia; ela também é padroeira das missões, juntamente com são Francisco Xavier.
      Esta grande santa entrou na minha vida de uma forma bastante interessante: há algum tempo eu já era amigo de dois outros santos carmelitas, Santa Teresa de Ávila e de São João da Cruz; confesso que tinha uma certa resistência a Terezinha por achá-la muito "adocicada". Mas, por conselho de um Frei carmelita chamado Frei Patrício Sciadini, comecei a ler seus escritos, o que me causou grande impacto, pela força e determinação na sua busca de Deus e de sua vontade.
       Hoje ela é uma das grandes amigas que eu tenho e tornou-se uma grande ajuda na minha  caminhada e, consequentemente, na do Movimento da Transfiguração.