quarta-feira, 1 de novembro de 2017

PEREGRINAÇÃO FRANÇA E TERRA SANTA (Israel e Jordânia) - 22 de abril de 2018



PEREGRINAÇÃO FRANÇA E TERRA SANTA
22 a Abril a 10 de maio de 2018
Diretor espiritual: Frei Edinaldo da Silva, OCD
Acompanhamento do Grupo: Cesar e Marjorie – Movimento da Transfiguração


1º dia – 22/04/2018 – Domingo – SÃO PAULO / PARIS
Apresentação no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, para embarque com destino a Paris.

2º dia – 23/04/2018 – Segunda-feira – PARIS
Chegada, recepção e hospedagem no hotel. JANTAR

3º dia – 24/04/2018 – Terça-feira – PARIS
Café da manhã. Meio dia de visita panorâmica da cidade: Praça da Concórdia, Avenida dos Campos Elíseos, Arco do Triunfo, Torre Eiffel (vista externa), Igreja da Medalha Milagrosa. Tarde livre. JANTAR.

4º dia – 25/04/2018 – Quarta-feira – PARIS / ALENÇON / LISIEUX
Café da manhã e saída para Alençon, cidade natal de Santa Teresinha do Menino Jesus. Lá visitaremos a casa, na Rue Saint-Blaise, onde nasceu e viveu os primeiros anos de vida. Conheceremos o ambiente em que seus pais, São Louis Martin e Santa Marie-Azélie Guérin viveram o amor de Deus, tanto nas alegrias, como nas tristezas. À tarde, continuaremos a Lisieux, conhecendo ainda nesse dia Les Buissonnets, a bela casa de campo para onde seu pai se mudou com a família após o falecimento de sua mãe. Recepção no hotel e hospedagem. JANTAR.

5º dia – 26/04/2018 – Quinta-feira – LISIEUX / MONTE ST MICHEL
Café da manhã, visitaremos Lisieux, conhecendo a nova Basílica de Santa Terezinha do Menino Jesus – a Santa das Rosas. Em seguida, iremos ao Convento das Carmelitas e a Catedral de São Pedro. À tarde, seguiremos para o Monte St. Michel. Hospedagem e JANTAR

6º dia – 27/04/2018 – Sexta-feira – MONT ST MICHEL / ROCAMADOUR
Café da manhã. Pela manhã, visita ao Mosteiro Beneditino do século VIII, a Capela de Saint Aubert do século XV e a Igreja de Saint Pierre. Saída com destino a Rocamadour, santuário onde nasceu a mais antiga devoção à Nossa Senhora, na França. Neste percurso, passaremos por belíssimos campos e vinhedos. Chegada e hospedagem. JANTAR

7º dia – 28/04/2018 – Sábado – ROCAMADOUR / LOURDES
Café da manhã e visita ao Santuário construído na rocha, incluindo a Igreja de Notre-Dame, que guarda a Virgem Negra. Passeio por essa maravilhosa cidade medieval, a cidade sagrada. Continuação até Lourdes. Chegada e hospedagem. JANTAR.

8º dia – 29/04/2018 – Domingo – LOURDES
Café da manhã. Saída para visita ao Santuário de Nossa Senhora de Lourdes e a Gruta das Aparições. Missa. À tarde, possibilidade de participar da Procissão dos Doentes com Benção do Santíssimo.  Após o JANTAR, tradicional Procissão das Velas.

9º dia – 30/04/2018 – Segunda-feira – LOURDES / TOULOUSE
Café da manhã e saída para Toulouse, quarta maior cidade francesa, conhecendo a Praça do Capitólio, onde está a prefeitura.  a Basílica de Saint-Sernin (São Saturnino) e a Igreja dos Jacobinos, onde se encontram os restos mortais de São Tomás de Aquino e um belíssimo Jardim do Claustro. Hospedagem e JANTAR.

10º dia – 01/05/2018 – Terça-feira – TOULOUSE / TEL AVIV / NAZARÉ
Café da manhã e saída para o Aeroporto para embarque com destino a Tel Aviv, com uma conexão. Chegada no Aeroporto de Tel Aviv e traslado à Nazaré, na região da Galileia. Hospedagem e JANTAR no hotel.
11º dia – 02/05/2018 – Quarta-feira – NAZARÉ / CANÁ / HAIFA / NAZARÉ
Café da manhã e saída para Basílica da Anunciação (Santa Missa) e Igreja de São José com a carpintaria.  Seguiremos até Cana da Galileia, local do primeiro milagre de Jesus com cerimônia de renovação dos votos matrimoniais dos casais. À tarde, visita a Haifa, visita da cidade, subida ao Monte Carmelo, Igreja de Stella Maris e o Profeta Elias. Retorno ao hotel em Nazaré, hospedagem e JANTAR.

12º dia – 03/05/2018 – Quinta-feira – NAZARÉ / MONTE TABOR / MAR DA GALILÉIA / BEM AVENTURANÇAS / CAFARNAUM / NAZARÉ
Café da manhã e saída para subida ao Monte Tabor (possibilidade de subida a pé), local da Transfiguração de Jesus (Santa Missa). Logo após, saída até o Mar da Galileia, onde faremos uma travessia em um barco similar ao da época de Jesus. À tarde, visita ao Monte das Bem Aventuranças, local do sermão da montanha. Visitaremos o local do Primado de Pedro e seguiremos a Cafarnaun, visita às suas ruínas e antiga Sinagoga. Retorno ao hotel, hospedagem e JANTAR.  

13º dia – 04/05/2018 – Sexta-feira – NAZARÉ / JERASH / MONTE NEBO / MADABA / AMMAN
Café da manhã e seguiremos para a Jordânia. Lá visitaremos Jerash, conhecendo as ruínas da cidade greco-romana. Seguiremos a Madaba visitando a Igreja bizantina de São Jorge, que guarda em seu piso o Mapa mais antigo e preservado representando a Terra Santa, que é feito em mosaíco e data do século VI dC. Continuaremos ao Monte Nebo, de onde se tem uma belíssima vista panorâmica da Terra Santa, sendo o local onde Moisés teria visto a Terra Prometida, sem porém chegar a pisar nela. Hospedagem em Amman e JANTAR.

14º dia – 05/05/2018 – Sábado – AMMAN / PETRA / AMMAN
Café da manhã, visita panorâmica pela capital da Jordânia e seguiremos para um dia de visita a Petra, eleita uma das Sete Maravilhas do Mundo, e, também conhecida como a "Cidade Rosa", em referencia a coloração das pedras em que foi esculpida. À tarde, retorno ao hotel em Amman. Hospedagem e JANTAR.

15º dia – 06/05/2018 – Domingo – AMMAN / MASSADA / QUNRAN / JERICÓ / JERUSALÉM
Café da manhã e saída em direção à Israel, cruzando a fronteira, seguiremos para visita a Massada, onde embarcaremos no teleférico para subir e conhecer esta fortaleza no alto da montanha. Seguiremos à Qunran, local foram encontrados os Manuscritos do Mar Morto. Logo após, continuaremos nossa viagem pelo Vale do Jordão passando Jericó, local onde Jesus restaurou a visão do cego Bartimeu e onde converteu Zaqueu, parada para fotos dos sicômoros que ainda restam relembrando o sicômoro no qual Zaqueu subiu para ver Jesus. No fim da tarde, seguiremos a Jerusalém. Hospedagem e JANTAR.

16º dia – 07/05/2018 – Segunda-feira – JERUSALÉM
Café da manhã e saída para visita à Cidade Santa, percorrendo: o Monte das Oliveiras, o local da Ascensão de Jesus, Igreja do Pater Noster, Capela do Dominus Flevit, Túmulo da Virgem, Grutas dos Apóstolos e Basílica da Agonia, com o Jardim das Oliveiras. Seguiremos para entrar na Cidade Velha, visitando a Basílica da Dormição de Maria e o Monte Sião com o Cenáculo, local da última ceia de Jesus e vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Visita a sinagoga que guarda o Túmulo do Rei David. Na cidade antiga, seguiremos até o Tanque de Betesda local da cura do paralítico e prosseguiremos com a Via Dolorosa, onde percorremos o caminho da cruz, rezando a via sacra, começando no Pretório de Pontius Pilatus até o Calvário. Depois visita ao Santo Sepulcro.

17º dia – 08/05/2018 – Terça-feira – JERUSALÉM / BELÉM / EIN KAREN / JERUSALÉM
Café da manhã, saída para visita da cidade começando pela Basílica da Natividade com a Gruta da Estrela de Belém, local do nascimento do Menino Jesus. Visita da Igreja de Santa Catarina, e a Gruta de São Jerônimo, Logo após seguiremos para o Campo dos Pastores e Gruta do Leite. À tarde, saída para Ein Karen para conhecer a Igreja da Visitação de Maria, local onde Nossa Senhora pronunciou o Magnificat e em seguida a Igreja da Natividade de João Batista. Retorno ao hotel. Hospedagem e JANTAR.
18º dia – 09/05/2018 – Quarta-feira – JERUSALÉM / TEL AVIV / SÃO PAULO
Café da manhã. Em horário a ser definido, traslado ao aeroporto para embarque.

19º dia – 10/05/2018 – Quinta-feira – SÃO PAULO
Chegada ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos e assistência para embarque a conexões, se necessário. Fim dos nossos serviços. Agradecemos a sua preferência e esperamos você em outros grupos.



ROTEIRO COMPLETO – FRANÇA E TERRA SANTA
PREÇO POR PESSOA (PARTE AÉREA + TERRESTRE) – EM DÓLARES

Em Apartamento Duplo ......................................................... US$ 5.990,00
Suplemento para Quarto Individual ....................................... US$ 1.345,00
Sinal de entrada: R$ 1.500,00


SOMENTE FRANÇA
PREÇO POR PESSOA (PARTE AÉREA + TERRESTRE) – EM DÓLARES

Em Apartamento Duplo ......................................................... US$ 3.769,00
Sinal de entrada: R$ 1.000,00


SOMENTE TERRA SANTA
PREÇO POR PESSOA (PARTE AÉREA + TERRESTRE) – EM DÓLARES

Em Apartamento Duplo ......................................................... US$ 3.930,00
Sinal de entrada: R$ 1.000,00



HOTÉIS PREVISTOS:
Paris: Novotel la Defanse / similar 4*
Lisieux: Hotel Mercure Lisieux / similar 3*
Mont Saint Michel: Mercure Mont Saint Michel / similar 4*
Brive la Gaillarde : Mercure Brive la Gaillarde / similar 4*
Lourdes: Mercure Imperial/ similar 4*
Toulouse: Novotel Toulouse/ similar 4*
Nazaré: Legacy Hotel & Convention Center / similar 4*
Jerusalém: Ambassador Hotel / similar 4*
Amman: Amman Grand Palace / similar 4*


O QUE INCLUI:
Passagens aéreas em classe econômica;
Ônibus de luxo com Ar Condicionado;
1 mala de 23kg por pessoa;
Hospedagem em hotéis categoria turística e superior e Hospedaria de Peregrinos;
Na França: Meia pensão (café da manhã + almoço ou jantar);
Na Terra Santa: Pensão completa (café da manhã + almoço +  jantar);
Guias locais falando português ou, eventualmente, espanhol;
Ingressos e entradas em passeios mencionados no roteiro;
Impostos e taxas hoteleiras.
Seguro de Viagem



O QUE NÃO INCLUI:
Despesas de caráter pessoal como: telefonemas, lavanderias, fax, e-mail;
Carregadores de mala em hotéis ou aeroportos;
Refeições não previstas no programa;
Bebidas de modo geral;
Taxas de embarque, segurança e combustíveis (cobrado pela cia. aérea);
Vistos consulares (atualmente França e Israel não pedem vistos e Jordânia tem um visto gratuito que providenciamos aos peregrinos);
Taxas de fronteira Israel x Jordania x Israel – US$ 50,00;
Todo serviço que não estiver expressamente previsto no item: O QUE INCLUI.



Informações e vendas:


Laercio – 11 98277-1177 (whatsapp)
Marjorie – 11 99109-0454 (whatsapp)



Organização: Central de Peregrinações e Movimento da Transfiguração

sábado, 5 de agosto de 2017

Explicação do ícone da Transfiguração







O ícone da Transfiguração de Jesus  (Mc 9,2-8) 

Nesse texto de hoje faremos uma experiência de leitura diferente: será uma Lectio divina a partir do ícone da Transfiguração (acima). Na igreja oriental os ícones são compreendidos como palavra de Deus. Por isso, para eles, o ícone não é pintado, mas sim escrito por um iconógrafo, que, após passar meses meditando um texto bíblico, acompanhado de jejum e oração, escreve-o (pinta) sobre a madeira.
Este ícone da Transfiguração em anexo é russo. Foi adquirido em Belém, na Terra Santa. Ele é de uma beleza impressionante! Por isso, faremos a leitura do texto junto com a contemplação do ícone, versículo por versículo.
 “Seis dias depois, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João e os fez subir a um lugar retirado, no alto de uma montanha, a sós. Lá, ele foi transfigurado diante deles.” Esse termo “seis dias depois” faz ligação com a profissão de Pedro em Cesaréia de Felipe, onde ele proclama em nome de todos os discípulos: “tu és o Cristo” (Mc 8,29). Esta ligação deseja exprimir que a transfiguração é o um momento de revelação da identidade de Jesus.
Os três discípulos que presenciam a Transfiguração – Pedro, Tiago e João – são os mesmos que contemplaram dois outros episódios: a ressurreição da filha de Jairo (Mc 5, 21-43) e o momento da agonia no Monte das Oliveiras (Mc 14, 32-42). Podemos dizer que esses três são os “escolhidos dos escolhidos” para serem testemunhas desses eventos únicos.
Passemos para o ícone e vamos localizar cada um dos três discípulos. O primeiro do qual falaremos será São Tiago. Ele é o discípulo que está no centro e usa um manto vermelho que simboliza a glória do martírio. Ele foi o primeiro dos doze a ser martirizado, no ano 42 d.C. (cf. At 12,2). O segundo apóstolo, que está à direita de São Tiago, é São Pedro: ele tem o braço estendido como quem fala, porque é ele que diz: “é bom, Senhor, estarmos aqui, façamos três tendas; uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.” Ele também tem um manto vermelho, que simboliza o martírio. Segundo a tradição, ele foi martirizado no ano 64 d.C., em Roma.
O terceiro apóstolo é São João. Ele é o que não tem o manto vermelho. Foi o único entre os doze que não sofreu o martírio. Sua posição no ícone é peculiar, porque está olhando para Jesus transfigurado. É uma atitude profundamente contemplativa. Na representação dos animais do apocalipse – que estão ao redor do trono de Deus (Ap 4, 6-11) e que, ao longo do tempo, foram identificados como os evangelistas – João é a águia. Para os antigos, a águia era o único animal que podia olhar o sol diretamente. Assim, João foi reconhecido como o grande místico, que podia olhar diretamente para Jesus transfigurado: Aquele que é mais luminoso do que o sol e sempre foi aclamado como Sol da Justiça. É por isso que João pode dizer com propriedade na sua carta: “...Deus é luz e nele não há treva alguma” (I Jo 1, 1-5).
A alta montanha, desde os primórdios do cristianismo, foi identificada como sendo o Monte Tabor: uma elevação de 588 metros, na planície da Galileia. De lá temos uma belíssima visão de toda a região. Nela hoje está construída a Basílica da Transfiguração que, seguindo o desejo de São Pedro, foi edificada como se fossem três tendas: a nave central é a de Jesus e as duas capelas laterais são dedicadas a Moisés e Elias, formando assim um conjunto de três tendas.
 “Sua roupa ficou muito brilhante, tão branca como nenhuma lavadeira na terra conseguiria torná-la assim.” Este versículo, juntamente com a última frase do versículo passado que não comentamos – “Lá, ele foi transfigurado diante deles” – são a imagem central do ícone. Jesus, por alguns instantes, revela sua identidade de Filho de Deus – que é sua identidade mais profunda – e os discípulos percebem esta identidade num mistério de luz. Os discípulos vêem o que Jesus afirmou no evangelho de João: “eu sou a luz do mundo”. (Jo 8,12).
Ao contemplarmos o ícone, percebemos que tudo nele emana luz. Não é uma luz natural como a do sol, ou artificial como a de uma lâmpada. É a luz da glória de Deus. Na Transfiguração, uma janela do céu, da eternidade se abre e nós podemos entrever a luz da glória eterna.
Centremos-nos em dois tipos de raios de luz que, no ícone, emanam de Jesus: primeiro, o raio circular verde: é o circulo da verdade, que ilumina o intelecto humano revelando-o a verdade. O próprio Jesus também diz: “eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6). E também diz: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32). Este é o caminho contemplativo da verdade, que ilumina a inteligência humana e a diviniza.
O segundo tipo de raio são representados pelos três raios de cor avermelhada que descem em direção aos discípulos. Esses raios têm a cor do coração humano, e infundem o amor divino no coração dos discípulos. Este é o caminho contemplativo do coração, que diviniza o coração humano. Podemos até ver um simbolismo complementar a este, onde esses três raios são as três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade.
Como percebemos neste ícone, podemos mergulhar no profundo mistério de Deus revelado em Jesus através dos dois grandes caminhos contemplativos, que não se contradizem e sim se complementam: o caminho da verdade e o caminho do amor. A complementaridade se dá porque o amor protege a inteligência humana da ideologia, que é uma teoria fora da realidade. E a verdade protege o coração humano do sentimentalismo, que é uma deformação do amor.
 “Apareceram-lhes Elias e Moisés, conversando com Jesus.” Neste momento em que a janela do céu se abre, dois personagens centrais do Antigo Testamento aparecem para confirmar e testemunhar Jesus como a plenitude da revelação. No ícone, vamos perceber que, apesar da Transfiguração acontecer no Monte Tabor, Moisés e Elias são retratados em outros montes. Esta é uma forma de leitura espiritual do texto sagrado: para nos mostrar que cada um desses personagens teve revelações de Deus num monte, porém distinto do monte Tabor.
Vejamos Moisés. No ícone, ele é o que segura um livro. Este representa a Lei que Moisés recebeu no Monte Sinai (Ex 34). Moisés está com a cabeça inclinada e apontando o livro da Lei para Jesus, mostrando que, em Jesus, a Lei é realizada e plenificada. Do outro lado está o profeta Elias, que também fez uma peregrinação ao Monte Sinai (Horeb) e lá tem um profundo encontro com Deus que vai confirmar sua vocação como profeta (cf. I Rs 19). Ele está com a mão apontada para Jesus e com a cabeça inclinada, mostrando que, em Jesus, todas as profecias se realizaram.
Tudo isso está envolvido num diálogo profundo de Moisés e Elias com Jesus. No evangelho de Lucas é revelado o conteúdo deste diálogo: “falavam do seu êxodo que se consumaria em Jerusalém” (Lc 9,31). Em outras palavras, conversavam sobre a paixão, morte e ressurreição de Jesus:
“Pedro então tomou a palavra e disse a Jesus: ‘Rabi, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias. Na realidade, não sabia o que devia falar, pois eles estavam tomados de medo.” Os discípulos retratados no ícone caídos por terra revelam o profundo contraste experimentado por eles diante de tão grande revelação: num primeiro momento o temor, que é próprio do contato com o mundo sobrenatural. Como vemos, na bíblia, acontecer com todos aqueles que tiveram alguma forma de contato com Deus; em seguida, têm uma experiência de felicidade, de paz e de alegria como uma forma de participação da eternidade. Isso faz com que Pedro diga: “é bom Senhor, estarmos aqui”.
O pedido de Pedro para construir três tendas pode ser compreendido de uma forma mais profunda a partir da promessa de Deus de que armaria sua tenda no meio do seu povo nos tempos messiânicos. Assim, Pedro, que já tinha reconhecido Jesus como o Cristo, intui que os tempos messiânicos tinham chegado (cf. livro “Jesus de Nazaré” 1ª parte – Bento XVI). Pedro, assim, entendeu que, no momento da Transfiguração aconteceu o que é dito na tradução literal do prólogo do evangelho de João: “o verbo se fez carne e armou sua tenda no meio de nós e nós vimos sua glória” (Jo 1,14)
Desceu, então, uma nuvem, cobrindo-os com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai-o!” Este é o clímax do desenrolar da cena. É a palavra do Pai que dá sentido a tudo o que está acontecendo, quando ele diz: “este é meu filho muito amado. Escutai-o!” Todos os fatos, palavras e acontecimentos servem como uma moldura para que a palavra do Pai possa ser entendida e acolhida com a força que lhe é devida. Esta é a mensagem central: Jesus é a plenitude da revelação; o filho muito amado do Pai; é nele, por ele e para ele que existem todas as coisas. Só podemos conhecer Jesus profundamente quando contemplamos sua relação eterna de amor com o Pai. E isto acontece quando escutamos as palavras de Jesus reconhecendo que ele é Deus, que se fez homem e armou sua tenda no meio de nós.

No Movimento da Transfiguração somos chamados a fazer essa experiência da transfiguração de Jesus todas as vezes que, através da oração, da leitura da Palavra de Deus e da liturgia, buscamos a face de Deus. Nós somos chamados a viver uma oração profunda, intensa e contemplativa que transfigure a nossa vida. Que, através desta oração, a luz de Cristo que recebemos na nossa mente e nosso coração possa iluminar nossos pensamentos e atos e, assim, transbordar para todos aqueles que nos cercam.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

A Festa da Transfiguração no Oriente – 2ª parte

      O Movimento da Transfiguração tem na sua identidade uma profunda influência da tradição da Igreja Oriental. Isso é percebido pela dimensão iconográfica, na maneira de perceber a liturgia e no processo pedagógico da conversão, seguindo o caminho da transfiguração do coração.
      Para melhor mergulhar na compreensão da Transfiguração do Senhor, segue abaixo um comentário de um sacerdote da Igreja Oriental sobre a Transfiguração:
       “Os evangelistas sinóticos – Mateus, Marcos, Lucas – narram o evento da Transfiguração de modo quase idêntico: Jesus toma consigo Pedro, Tiago e João – os dois últimos são irmãos -, mais vezes companheiros seus privilegiados «porque eram mais perfeitos do que os outros», afirma S. João Crisóstomo; Pedro, porque amava a Jesus mais do que os outros, João porque era amado por Jesus mais do que os outros, e Tiago porque se unira na resposta do irmão: «Sim, podemos beber do teu cálice» (cf. Mt 20,22).
      Jesus os conduz à parte a uma “alta montanha”, lugar por excelência das manifestações divinas; dirá a Tradição: o monte Tabor. Ali ele aparece radiante de uma luz esplêndida que emana “tanto de seu rosto brilhante como o sol” como de suas vestes – obra do homem, da cultura humana – e se irradia pela natureza circunstante, como o mostram os ícones.
      Moisés – a lei – e Elias – os profetas – aparecem e conversam com Jesus. A primeira aliança aponta para a última. Lucas precisa que a conversa tem como tema o êxodo, a partida do Senhor. Pedro, em êxtase, sugere construir três tendas, na esperança de poder permanecer longamente naquele estado. Mas tudo está envolvido pela “nuvem luminosa” do Espírito, da qual ressoa no coração dos três discípulos agitados, prostrados com a face por terra, a voz do Pai: “Este é o meu Filho, o amado, escutai-o!”. Depois, tudo desaparece, e permanece Jesus, sozinho, que ordena aos três guardarem segredo a respeito do que tinham visto, “até que o Filho do homem ressuscitasse dos mortos”.
      A partir do fim das perseguições romanas contra os cristãos, no século IV, foram edificadas diversas igrejas no Tabor. Sua dedicação parece estar na origem da festa que, a partir do VI século, difundiu-se por todo o Oriente Médio. No calendário ocidental foi estavelmente introduzida em 1457, pelo papa Calixto III, como reconhecimento pela recente vitória contra os turcos. Os evangelhos não permitem fixar, no ritmo anual, uma data para a Transfiguração. Com a intuição cósmica que o caracteriza, o Oriente fixou a data de 6 de agosto, grande meio-dia do ano, apogeu da luz do verão. Nesse dia se abençoam os frutos da estação; muitas vezes, nos países da bacia do Mediterrâneo, é a uva o fruto por excelência abençoado. O Ocidente, menos sensível ao alcance espiritual do acontecimento, mesmo conservando a festa da Transfiguração em 6 de agosto, preferiu acrescentar uma segunda celebração antes da Páscoa, no segundo Domingo da Quaresma, de tal modo seguindo mais de perto a cronologia da vida de Jesus.
      No Oriente, a festa põe o acento na divindade de Cristo e no caráter trinitário de seu esplendor. “Conversando com Cristo, Moisés e Elias revelam que ele é o Senhor dos vivos e dos mortos, o Deus que tinha falado na lei e nos profetas; e a voz do Pai, que sai da nuvem luminosa, “dá-lhe testemunho”, recita a liturgia bizantina.
      Contudo, a Transfiguração não é um triunfo terreno, que Jesus sempre rejeitou em sua vida – e aqui está o erro de leitura de Calixto III; nem mesmo é uma emoção espiritual para degustar – eis o erro de Pedro. É um lampejo, um esplendor daquele Reino que é o próprio Cristo, uma luz que é também a da Páscoa, do Pentecostes, da parusia quando, com o retorno glorioso de Cristo, o mundo inteiro será transfigurado.
      Moisés e Elias, já o dissemos, falam com Jesus a respeito de sua partida, de sua paixão: apenas esta última fará resplandecer a luz, não no cume do Tabor, a montanha que simbolicamente representa as teofanias e os êxtases, mas no próprio coração dos sofrimentos dos homens, de seu inferno e, enfim, de sua morte. A liturgia ainda nos ajuda a entender: “Ouvi – diz o Pai – aquele que através da cruz esvaziou o inferno e dá aos mortos a vida sem fim”.
      Para a teologia ortodoxa, a luz da Transfiguração é a energia divina (de acordo com o vocabulário precisado no séc. XIV por Gregório Palamas), isto é, o resplandecer de Deus: o mesmo Deus que, enquanto permanece inacessível na sua “supra-essência”, se torna participável aos homens por uma loucura de amor. Daqui a compreensão da importância desta festa para a tradição mística e iconográfica.
      O resplandecer, o esplendor divino é tal que joga por terra, na montanha, os apóstolos. Mesmo assim, no Tabor ele permanece uma luz externa ao homem. Ora, ela nos é doada – como centelha imperceptível ou rio de fogo – no pão e no vinho eucarísticos. Então nossos olhos se abrem e nós compreendemos que o mundo inteiro está impregnado dessa luz: todas as religiões, todas as intuições da arte e do amor o sabem, mas foi necessário que viesse o Cristo e que nele acontecesse aquela imensa metamorfose – assim os gregos denominam a Transfiguração – para que enfim se revelasse que, à nascente dos veios de fogo, de paz e de beleza presentes na história, existe, vencedor da noite e da morte, um Rosto.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Festa da Transfiguração do Senhor - A Igreja Oriental 1ª parte

No dia 6 de agosto a Igreja celebra a Festa da Transfiguração do Senhor. Esta é também a Festa do Movimento da Transfiguração e, por isso, nesses dias que antecedem esta grande celebração, teremos no blog algumas postagens que nos ajudarão a mergulhar neste grande mistério onde Jesus revelou sua identidade de Filho de Deus a Pedro, Tiago e João, no Monte Tabor (cf. Mt 17, 1-9; Mc 9, 2-10 e Lc 9, 28-36).
A Festa da Transfiguração no oriente bizantino, também é celebrada no dia 6 de agosto. É uma das doze festas da liturgia bizantina. Vejamos abaixo um comentário do ícone da Transfiguração, como é visto na tradição oriental:


“O ícone da Transfiguração fica exposto, no meio da igreja, à veneração dos fiéis, desde a tarde do dia 5 de agosto até 13 do mesmo mês. O complexo pictórico resume bem o conjunto da festa conforme o esquema que nos foi transmitido por séculos. Ao centro domina a figura do Cristo em vestes brancas. Raios de luz se desprendem da sua pessoa e se espalham em todas as direções rumo à extremidade de um círculo, símbolo da verdade.

Ele está no alto de um monte e aos lados, sobre dois picos rochosos, admiramos as figuras de Moisés e Elias, ligeiramente inclinados para o Salvador, com o qual conversam, representantes respectivamente da Lei e dos Profetas, que têm na pessoa do Salvador o seu cumprimento. Embaixo, a cena é mais movimentada e apresenta figuras do Novo Testamento: os três discípulos escolhidos para subir ao monte estão em atitude de grande espanto. À direita (de quem olha), Pedro, de joelhos, com uma das mãos se apóia no chão e com a outra aponta para o divino fulgor que observa de esguelha. Tiago e João estão caídos no chão e cobrem os olhos ofuscados pela luminosa teofania. A fraqueza humana perante o evento excepcional, por contraste, ressalta a paz transcendente e a divina segurança de Jesus, centro de tudo.
A tradição oriental reconhece na Transfiguração uma nova manifestação trinitária após a ocorrida no batismo de Jesus, porque no Tabor ‘a voz do Pai dá testemunho, o Espírito ilumina e o Filho recebe e manifesta a palavra e a luz’ ”.


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

2º Dia da Novena à Virgem da Ternura


Oração de invocação ao Espírito Santo – Sequência do Espírito Santo

Vem, ó Santo Espírito 
Manda do céu a todos nós
Um raio da tua luz, um raio de luz
Vem ó Pai do pobres,
Vem, doador de tantos dons,
Luz de cada coração, dos corações.

1. Consolador perfeito,
Hóspede doce da alma,
Suave alegria, suave alegria.
Na fadiga, repouso;
No calor, restauro;
Em todo pranto, conforto,
Em todo pranto, conforto.
Vem ó Santo Espírito…

2. Luz beatíssima,
Invade os nossos corações.
Sem a tua força, nada,
Nada existe no homem.
Lava o que é impuro,
Aquece o que é frio,
Eleva o decaído,
Eleva o decaído.
Vem ó Santo Espírito…

3. Doa a todos os teus fiéis,
Que confiam sempre em ti,
Os teus santos dons, os teus santos dons. Doa virtude e prêmio,
Doa morte santa, Doa alegria eterna, Doa alegria eterna.
Vem ó Santo Espírito…


Leitura – Lucas 1, 39-45  

A visitação39 Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá. 40Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. 41Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. 42Com um grande grito, exclamou: ‘Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre! 43Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? 44Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. 45Feliz aquela que creu, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!’”.

Meditação

Isabel proclama duas bênçãos sobre Maria, que são crescentes em importância: a primeira é sobre a maternidade física do Messias, em que ela diz: “tu és bendita entre todas as mulheres, e bendito é o filho que levas em teu seio” (Lc 1,42). Esta saudação é semelhante à da mulher que, já no tempo do ministério público de Jesus, disse no meio da multidão: “felizes as entranhas que te geraram, e os seios que te amamentaram” (Lc 11,27); ao que o próprio Jesus respondeu: “felizes antes os que ouvem a Palavra de Deus e a põe em prática” (Lc 11,28). É por isso que a segunda bênção de Isabel sobre Maria é muito mais profunda, demonstrando uma maior dignidade: “bem-aventurada és tu que acreditaste naquilo que foi dito pelo Senhor” (Lc 1,45).
A maior dignidade de Maria advém de ser ela a primeira discípula de Jesus, porque acreditou e acolheu a Palavra de Deus em sua vida. Com isso, podemos chegar à conclusão de que Maria é duplamente bem-aventurada: primeiro por ser a mãe do Messias; e segundo, porque acreditou na Palavra do Senhor, como discípula. A segunda bem-aventurança é a mais importante.

(se a novena for feita pessoalmente, faça um momento de silêncio para meditar)
(se for feita em grupo, é o momento para a partilha)

Oração do dia:

Ó Virgem da Ternura, tu que és “bem-aventurada porque acreditaste”, ajuda-nos a crescer na fé no Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo, e que esta fé nos impulsione a nos colocar apressadamente a serviço do outro.
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Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo…

Consagração à Virgem da Ternura

Consagro-me a ti, ó Virgem da Ternura, tu que és a amada filha de Deus Pai, obediente esposa do Espírito Santo e mãe amorosa de Jesus. A tua íntima relação com a Trindade santa te transfigurou num grau de beleza, doçura e ternura jamais alcançados por nenhuma outra criatura do céu ou da terra. 
Ó Virgem da Ternura, tu que és bela, atrai meus sentidos, afetos e faculdades para Jesus para que assim eu possa conhecê-Lo como “Caminho, Verdade e Vida”. 
Ó Virgem da Ternura, tu que foste plenamente dócil a Deus, ensina-me o caminho da obediência ao teu Filho Jesus, para que eu possa dizer como São Pedro: “a quem iremos, só tu tens palavras de vida eterna”. 
Ó Virgem da Ternura, tu que, ao conviver íntima e profundamente com teu Filho Jesus, te tornaste toda terna, ensina-me o caminho da intimidade com Ele, para que eu também possa dizer como São Paulo: “já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”.
Por fim, ó mãe bela, doce e terna, como filho confiante na tua união com teu amado Jesus, peço a graça.... (pedido pessoal), sabendo que serei atendido conforme a vontade do Pai, que me ama e sabe o que é melhor para mim. Amém.

Pai nosso...

Ave-Maria...