segunda-feira, 28 de abril de 2014

Retiro Movimento da Transfiguração em Fortaleza/CE

No dia 26 de abril de 2014 estivemos em Fortaleza/CE para o retiro do Movimento nesta cidade. O tema do retiro foi: "Ela guardava todas as coisas no coração". Foi um momento de muita graça. Veja abaixo algumas fotos:


















sábado, 19 de abril de 2014

Vigília Pascal

Concluindo nossa série de meditações sobre o Tríduo Pascal, meditaremos hoje sobre a Vigília Pascal que é celebrada na noite do sábado para o domingo de Páscoa. Na sua liturgia da Palavra tem uma sequência de leituras que percorre toda a história da salvação, começando pela criação do mundo, no livro do Gêneses; e concluindo a Ressurreição de Jesus, no livro de Lucas.
Mais uma vez com a ajuda de Nicola Box, mergulhemos em toda riqueza simbólica que é própria dessa Vigília:
“A Páscoa do Reino de Deus se realizou em Jesus: oferecida e consumida a Ceia, “na noite em que ia ser entregue”; imolada sobre o Calvário na Sexta-Feira Santa, quando “houve escuridão sobre toda a terra”, mais uma vez à noite recebe a consagração da aprovação divina, na ressurreição de Cristo Senhor: por João, sabemos que Maria Madalena se aproximou do sepulcro “bem de madrugada”; portanto, aconteceu nas últimas horas da noite após o sábado pascal.
No Novus Ordo, o sacerdote, desde o início da Vigília, está vestido de branco, como para a Missa. Ele abençoa o fogo e acende o círio pascal com o novo fogo, se procede, após ter aplicado, como na liturgia antiga, uma cruz. Depois grava sobre o lado vertical da cruz a letra grega alfa e, abaixo, a letra omega; entre os braços da cruz, faz a incisão de quatro algarismos para indicar o ano em curso, dizendo: Cristo ontem e hoje. Depois, feita a incisão da cruz e dos demais sinais, pode aplicar no círio cinco grãos de incenso, dizendo: Por suas santas chagas. Depois, cantando o Lumen Christi, guia a procissão rumo à igreja. O sacerdote está à cabeça do povo dos fiéis aqui na terra, para poder guiá-lo ao céu.
É o sacerdote que entoa solenemente Eis a luz de Cristo!. Ele o canta três vezes, elevando gradualmente o tom da voz: o povo, depois de cada vez, repete-o no mesmo tom. Na liturgia batismal, o sacerdote, estando de pé diante da fonte, abençoa a água, cantando a oração: Ó Deus, por meio dos sinais sacramentais; enquanto invoca: Desça, Pai, sobre esta água, pode introduzir nela o círio pascal, uma ou três vezes.

O significado é profundo: o sacerdote é o órgão fecundador do seio eclesial, simbolizado pela fonte batismal. Verdadeiramente, na pessoa de Cristo Cabeça, ele gera filhos que, como pai, fortifica com o crisma e nutre com a Eucaristia. Também em razão destas funções maritais com relação à Igreja esposa, o sacerdote não pode senão ser homem. Todo o sentido místico da Páscoa se manifesta na identidade sacerdotal, chegando à plenitude, o plếroma, como diz o Oriente. Com ele, a iniciação sacramental chega ao cume e a vida cristã se torna o centro.
Portanto, o sacerdote, que subiu com Jesus à cruz na Sexta-Feira Santa e desceu ao sepulcro no Sábado Santo, no Domingo de Páscoa pode afirmar realmente com a sequência: “Sabemos que Cristo verdadeiramente ressuscitou dentre os mortos”.
Desejamos que estas meditações ajude a todos a viver, de forma mais intensa e profunda, o mistério pascal de Cristo. Desde já, desejamos a todos que acompanham este blog: uma FELIZ PÁSCOA!

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Sexta-feira da Semana Santa

Continuando nossa série de meditações sobre o Tríduo Pascal, nos centralizaremos na ação litúrgica da Paixão de Cristo – não é uma Celebração Eucarística porque não há consagração, e a comunhão é com as partículas consagradas na Celebração da noite anterior. A Celebração da Palavra começa logo após a procissão de entrada e tem como centro a solene proclamação da Paixão de Jesus Cristo segundo o evangelho de São João. Este evangelho é lido de uma forma especial: com vários leitores e com a participação de toda assembléia, nos fazendo participantes deste momento central da historia da salvação. Assim, somos introduzidos pela força da Palavra de Deus a vivenciar, juntos com Jesus, sua paixão e morte pelos nossos pecados.
Com a ajuda de Nicola Box, professor de Liturgia Oriental e consultor de diversos dicastérios da Santa Sé, mergulhemos em mais detalhes da celebração da Paixão de Cristo: “Na Sexta-Feira Santa in Passione Domini, o sacerdote é convidado a subir ao Calvário. Às três da tarde, às vezes um pouco mais tarde, acontece a celebração da Paixão do Senhor, em três momentos: a Palavra, a Cruz e a Comunhão. Dirige-se em procissão e em silêncio ao altar. Depois de ter reverenciado o altar, que representa Cristo na austera nudez do Calvário, ele se prostra em terra: é a proskýnesis, como no dia da ordenação. Assim, expressa a convicção do seu nada diante da Majestade divina, e o arrependimento por ter se atrevido a medir-se, por meio do pecado, com o Onipotente. Como o Filho que se anulou, o sacerdote reconhece seu nada e assim tem início sua mediação sacerdotal entre Deus e o povo, que culmina na oração universal solene.

Depois se faz a ostensão e a adoração da Santa Cruz: o sacerdote se dirige ao altar com os diáconos e lá, em pé, ele a recebe e a descobre em três momentos sucessivos – ou a mostra já descoberta – e convida os fiéis à adoração, em cada momento, com as palavras: Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo. Em sua descarnada solenidade, aqui, no coração do ano litúrgico, a tradição resistiu tenazmente mais que em outros momentos do ano.

O sacerdote, após ter depositado a casula, se possível descalço, aproxima-se primeiramente da Cruz, ajoelha-se diante dela e a beija. A teologia católica não teme em dar aqui à palavra “adoração” seu verdadeiro significado. A verdadeira Cruz, banhada com o sangue do Redentor, torna-se, por assim dizer, uma só coisa com Cristo e recebe a adoração. Por isso, prostrando-nos diante do lenho sagrado, nós nos dirigimos ao Senhor: ‘Nós vos adoramos, ó Cristo, e vos bendizemos, porque pela vossa Santa Cruz redimistes o mundo’ ”.

Que mais esta meditação nos ajude a vivenciar o Tríduo Pascal com maior profundidade e piedade, e assim a nossa vida possa ser renovada e transfigurada em Cristo, nesta Páscoa.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Quinta-feira Santa

Com essa postagem damos o início a uma série de meditações sobre o tríduo pascal, para nos ajudar a mergulhar nos grandes mistérios que se revelam através dos ritos celebrados. Nos centralizaremos na celebração da quinta a noite, o lava pés, depois, na celebração da Paixão do Senhor, e por fim, na Vigília Pascal.
Para nos ajudar a mergulhar, vejamos a importância dos símbolos na liturgia como um caminho privilegiado de experiência com Deus. Vejamos um dos textos do Movimento da Transfiguração: “a Liturgia é uma forma pedagógica de termos um encontro com Deus e crescermos na nossa fé. É por isso que a Liturgia é toda repleta de símbolos, desde a construção da Igreja (edifício) até a forma de vestimenta do Sacerdote, tudo é uma linguagem simbólica que nos remete a Cristo e ao seu mistério. O espaço sagrado, com suas formas próprias, como: o átrio (espaço de ligação entre o que está fora da Igreja e o que está dentro), a nave (espaço em que fica a assembléia) e o presbitério (espaço onde ficam o altar e tudo o que o cerca), a capela do Santíssimo, as pinturas, as imagens, nos fazem mergulhar num mundo de símbolos e, dentro deste sentido, está a forma como o Sacerdote se veste, as cores e toda a forma do rito de celebração de todos os sacramentos. Todos eles são marcados por gestos que são simbólicos, como: ficar de pé, ajoelhar, aspergir água, as procissões e tudo o mais são símbolos que nos remetem a Cristo.”
Deteremos-nos agora de forma mais específica na Quinta-Feira Santa, acompanhando a meditação de Nicola Box, professor de Liturgia Oriental e consultor de diversos dicastérios da Santa Sé:
“Com a Missa in Cena Domini, da Quinta-Feira Santa, o sacerdote entra nos principais mistérios – a instituição da Santíssima Eucaristia e do sacerdócio ministerial –, assim como do mandamento do amor fraterno, representado pelo lavatório dos pés, gesto que a liturgia copta realiza ordinariamente cada domingo. Nada melhor para expressá-lo que o canto do Ubi caritas. Após a comunhão, o sacerdote, usando o véu umeral, sobre o altar, faz a genuflexão e, ajudado pelo diácono, segura a píxide (ambula) com as mãos cobertas pelo véu umeral. É o símbolo da necessidade de mãos e corações puros para aproximar-se dos mistérios divinos e tocar o Senhor!”
Desejo que esta meditação possa nos ajudar a vivenciar de forma mais intensa e piedosa o tríduo pascal, onde celebramos os mistérios centrais da nossa fé.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Quarta-feira da Semana Santa – Mt 26,14-25

Neste último dia que antecede o início do tríduo Pascal – que tem início amanhã, quinta-feira santa – o evangelho narra a traição de Judas, conforme o evangelista Mateus. Na terça-feira santa já tinha sido narrado esse mesmo fato pelo evangelista João.

Isso demonstra como, para a Igreja, a traição de um dos doze tem um significado muito importante. Judas, que foi escolhido por Jesus, conviveu com ele durante três anos, vendo seus milagres, escutando suas palavras, observando seu testemunho, mesmo assim o traiu.

A consequência deste fato é que ninguém pode sentir-se plenamente “seguro” no seu seguimento a Jesus. Isto deve nos fazer reconhecer que a força do mal e do pecado está no nosso coração e que carregaremos esta tendência até o momento da nossa morte. Por isso, neste dia, de forma especial, escutemos as palavras de Jesus, que diz: “Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”.

Concluímos nossa meditação, com a oração do dia: “Ó Deus, que fizestes vosso filho padecer o suplício da cruz para arrancar-nos à escravidão do pecado, concedei aos vossos servos e servas a graça da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém”.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Terça-feira da Semana Santa - Jo 13,21-33,36-38


 O nosso texto de hoje nos introduz com mais força no clima da paixão de Cristo, com Jesus, “comovido interiormente”, declarando que um dos seus discípulos irá traí-lo; isso depois de Jesus já ter anunciado esta mesma traição em Jo 10,18. Agora é o momento decisivo, onde Judas toma a iniciativa da traição.
Na traição de Judas, percebemos algo que fica muito evidente: a paixão e morte de Jesus é a batalha final entre Jesus e satanás, porque Judas fica possuído por satanás: “satanás entrou nele”. Assim podemos perceber que tudo que se desenrolará nos momentos que acontecerão, como: a traição de Judas, o julgamento das autoridades judaicas e o processo diante de Pilatos, são apenas coisas que podemos ver superficialmente; eles são os meios que o inimigo de Deus usa para atacar Jesus. Jesus tem consciência que, na verdade, ele enfrenta o príncipe deste mundo.
Esta grande batalha é entre Jesus e o príncipe deste mundo. Mas o evangelho de João também nos faz ver aonde é travada esta batalha: o campo de batalha é o coração humano. Assim, o objetivo de cada lado é conquistar o coração humano, e duas pessoas vão sinalizar esta realidade: o discípulo amado e Judas
No nosso texto de hoje, o discípulo amado está com a cabeça recostada no lado de Jesus. Podemos dizer: escutando o coração de Jesus. Está completamente voltado, direcionado para Jesus; e sua intimidade com o mestre é tal que Jesus o responde de forma direta. Jesus revela seus mistérios ao discípulo amado. Nele percebemos a vitória da batalha da luz contra as trevas. A luz foi acolhida no seu coração, como o próprio Jesus proclamou: “eu sou a luz do mundo, quem me segue não caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). Assim, o discípulo amado é um filho da luz.
 Na pessoa de Judas vemos o outro lado da batalha: aquele que sucumbiu às tentações do príncipe deste mundo; ele tomou o lado das trevas, assumiu para si o lado de satanás. Por isso, é profundamente simbólico que, quando Judas sai para executar a traição de Jesus – pois já tinha decidido isso no seu coração –, o evangelista diga: “era noite”.
A noite é mais do que uma referência cronológica: é um símbolo do que tinha acontecido no coração de Judas. As trevas tinham tomado conta do coração dele e ele, apesar de estar tão próximo de Jesus, não o segue. Assim, naquele momento, Judas é um filho das trevas.
Que possamos nesta terça-feira santa escolher o lugar do discípulo amado – nestes dias tão especiais que nos aproximam da paixão de Jesus – e assim nos tornar filhos da luz

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Segunda-feira da Semana Santa - Jo 12,1-11

A ceia em Betânia é marcada pela intimidade e a amizade. É, talvez, o último momento tranquilo de Jesus antes de sua paixão e dos dias bastante agitados em Jerusalém. Jerusalém, em períodos de festa como a Páscoa, chegava a receber entre 50 e 80 mil peregrinos; e tinha cerca de 50 mil habitantes. Por isso era uma agitação geral. Porém, o coração de Jesus estava agitado por outro motivo: percebia que sua hora havia chegado.
Neste momento de intimidade e amizade, na ceia, parece que Maria percebe a profunda comoção do coração de Jesus. Isso nós vemos pelas próprias palavras de Jesus: “deixai, o que ela faz é em vista a minha sepultura”. Os gestos de Maria em relação a Jesus são bastante exagerados. Parece que no coração dela havia uma percepção profunda de uma grande despedida. Por isso ela não economiza em nada, vejamos: “Maria, então, tomando meio litro de perfume de nardo puro e muito caro, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os cabelos. A casa inteira encheu-se do aroma do perfume”.
Outro personagem central do texto é o de Judas que, ao ver os gestos carregados de afeto e o valor do perfume que estava sendo derramado por Maria em Jesus, comenta com um raciocínio frio, que na verdade encobria seus reais motivos: “Falou assim, não porque se preocupasse com os pobres, mas, porque era ladrão: ele guardava a bolsa e roubava o que nela se depositava”. A resposta de Jesus a essa forma racionalista – e, no fundo, interesseira – é que a atitude de Maria é um gesto de amor, que já antecipa o momento da sua morte, onde ele será ungido como todo judeu, para ser sepultado.
A segunda parte da resposta de Jesus ao questionamento de Judas é: “Os pobres, sempre os tendes convosco. A mim, no entanto, nem sempre tereis.” Revela que, aquilo que é gasto com Jesus na sua Igreja – que é seu corpo, especialmente na liturgia – não é um desperdício, e sim uma forma justa de honrá-lo.
Que nesta segunda-feira da Semana Santa, o exemplo de Maria, que percebeu o sofrimento no coração de Jesus que via que sua hora estava chegando, nos ajude a mergulhar neste tempo, em união profunda com Jesus.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Curso sobre Lectio Divina - Comunidade Bodas de Caná / Campos do Jordão-SP

Nos dias 5 e 6 de abril estivemos em Campos do Jordão/SP, para ministrar um Curso sobre Lectio Divina membros das Comunidade Bodas de Caná. Foi um momento de muita graça e experiência com Deus. Veja abaixo as fotos: