O dom da piedade gera no coração humano a experiência existencial da nossa filiação divina. Por ele, somos introduzidos no relacionamento do filho de Deus, Jesus, com o Pai, na Trindade.
Com este dom, a pessoa começa a experimentar a intimidade e confiança de Jesus em relação ao Pai. É a forma de vivenciarmos plenamente o nosso batismo, a filiação divina, através da nossa incorporação em Cristo, como diz são Paulo: “somos filhos no filho”.
A vivência deste dom possibilita um relacionamento afetivo e efetivo com Deus, nosso Pai. Este relacionamento se expressa de forma especial na nossa oração e transborda para a nossa vida. A qualidade da nossa oração passa a ser mais simples e profunda como o relacionamento de uma criança que se sente amada por seu pai.
Outra consequência é a vivência fraterna, que passa de um mero conceito bonito, para uma realidade existencial; o amor aos irmãos torna-se, assim, fruto do nosso relacionamento com aquele que é o nosso Pai comum.
Uma grande santa da igreja tinha esse dom de uma forma muito perceptível: Santa Terezinha do Menino Jesus. Ela desenvolve uma espiritualidade que se chama infância , um caminho para permanecer como uma criança que vive na confiança absoluta de Deus que é Pai.
O caminho para que este dom, que recebemos no batismo, possa crescer em nós é: primeiro, a súplica do espírito santo; e o segundo, é o exercício da virtude da religião, isto é, de uma espiritualidade disciplinada, marcada pela oração, pela vivencia litúrgica e leitura orante da Palavra de Deus.
Destacaria, entre esses, o exercício diário da Lectio Divina, que é uma leitura orante da Palavra de Deus, que vai, aos poucos, nos introduzindo na dinâmica do relacionamento de Jesus com o Pai. Desta forma, vamos aprendendo que a oração é um dialogo de amor e intimidade que, quanto mais nos aproximamos e nos exercitamos, mais vai crescendo dentro de nos.
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