Neste domingo, 10 de junho, é um dia triste para todo o Brasil, em
especial, para a cidade de São Paulo, onde ocorre mais uma “Parada do orgulho
gay”. Como estou morando nesta cidade a menos de um mês, a procura de um
apartamento para alugar, estou provisoriamente num flat que fica a 600m da
Avenida Paulista, onde acontece a referida “Parada”. Aqui é possível perceber
um pouco do “clima” que cerca esse triste evento. Aproveito a ocasião para
postar uma reflexão do Pe. Hélio Luciano, membro da comissão de bioética da
CNBB, sobre o assunto do homossexualismo e da homofobia:
“Nas últimas semanas temos acompanhado novas discussões sobre leis
contra a homofobia – discussão que volta à tona pelo seminário organizado pela
Senadora Marta Suplicy sobre o Projeto de Lei da Câmara 122/2006 (mais
conhecido como PLC 122) e pelas propostas para o novo Código Penal Brasileiro.
Com base nessas discussões, poderíamos perguntar-nos, qual é a posição dos
católicos em relação à homofobia?
É já ideia comum entre os não-católicos – e infelizmente entre muitos
católicos também – pensar que nós, católicos, somos homofóbicos. Nada mais
equivocado. Atitudes de violência física ou moral, ridicularizações – ou o
famoso bullyng, que agora está de moda – são tão contrários à doutrina católica
como qualquer outro pecado contra a caridade. Sendo assim – repito para deixar
bem claro – não somos e jamais seremos homofóbicos se queremos seguir a Cristo.
Ao mesmo tempo somos também contrários aos atuais projetos de lei
propostos e já citados. Por sermos homofóbicos? Não. Mas por diversas outras
razões. A primeira delas é por ser um projeto legislativamente desnecessário.
Contra a violência – seja física ou moral – e contra a discriminação, já
existem leis às quais as pessoas que se sintam injustiçadas podem recorrer. Não
é necessário criar uma nova lei, mas sim fazer que as leis já existentes se
apliquem de fato. Porque estamos vivendo em uma tendência de multiplicar leis
que já existem?
Em segundo lugar, a lei apresentada é contrária à liberdade de
expressão e à liberdade religiosa. É verdade que a liberdade de expressão não é
e não pode ser absoluta – por exemplo, ninguém nunca pode incitar à violência
recorrendo à liberdade de expressão. Mas também é verdade que, com a nova lei,
os limites do que poderá ser interpretado como agressão ou não-agressão – do
ponto de vista moral – serão muito frágeis. Se um pastor protestante ou um
sacerdote católico lerem ou pregarem sobre a 1ª Carta de São Paulo aos
Corintios – Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros,
nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os
bêbados, nem os maldizentes, nem os ladrões herdarão o reino de Deus – não
poderá alguém recorrer à “nova” lei por sentir-se agredido? Se um sacerdote
negar a comunhão a um “casal” homossexual, estes não poderiam acusar ao
sacerdote de “homofóbico”?
Queremos apenas a liberdade de poder afirmar aquilo em que acreditamos.
De poder dizer claramente, sem nenhuma pretensão de ofender a ninguém, que uma
pessoa que vive atos homossexuais está ofendendo a Deus. De poder oferecer
ajuda – somente àquelas pessoas que queiram e acreditem que precisam ser
ajudadas – a que vivam o amor de Deus em plenitude. Queremos ser livres, sem
ofender a ninguém, mas ser de fato livres para pensar.
Em um artigo escrito há aproximadamente dois anos sobre este mesmo tema,
fui acusado em um blog – por pessoas que não me conhecem – de ser pedófilo,
pederasta, homossexual, etc. Tudo isso pelo simples fato de ser sacerdote. Como
sabemos, a discriminação atual contra a Igreja e contra os sacerdotes não são
casos isolados – somos os únicos que não temos mais direito à liberdade.
Devemos criar então uma lei de “sacerdociofobia” ou “eclesiofobia”por causa
disso? Não. Por que então reivindicam que para os grupos homossexuais é
necessária uma lei específica?”
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