Concluindo nossa série de meditações sobre o
Tríduo Pascal, meditaremos hoje sobre a Vigília Pascal que é celebrada na noite
do sábado para o domingo de Páscoa. Na sua liturgia da Palavra tem uma sequência
de leituras que percorre toda a história da salvação, começando pela criação do
mundo, no livro do Gêneses; e concluindo a Ressurreição de Jesus, no livro de
Lucas.
Mais uma vez com a ajuda de Nicola Box,
mergulhemos em toda riqueza simbólica que é própria dessa Vigília:
“A Páscoa do Reino de Deus se realizou em
Jesus: oferecida e consumida a Ceia, “na noite em que ia ser entregue”; imolada
sobre o Calvário na Sexta-Feira Santa, quando “houve escuridão sobre toda a
terra”, mais uma vez à noite recebe a consagração da aprovação divina, na
ressurreição de Cristo Senhor: por João, sabemos que Maria Madalena se aproximou
do sepulcro “bem de madrugada”; portanto, aconteceu nas últimas horas da noite
após o sábado pascal.
No Novus Ordo, o sacerdote, desde o início da
Vigília, está vestido de branco, como para a Missa. Ele abençoa o fogo e acende
o círio pascal com o novo fogo, se procede, após ter aplicado, como na liturgia
antiga, uma cruz. Depois grava sobre o lado vertical da cruz a letra grega alfa
e, abaixo, a letra omega; entre os braços da cruz, faz a incisão de quatro
algarismos para indicar o ano em curso, dizendo: Cristo ontem e hoje. Depois,
feita a incisão da cruz e dos demais sinais, pode aplicar no círio cinco grãos
de incenso, dizendo: Por suas santas chagas. Depois, cantando o Lumen Christi,
guia a procissão rumo à igreja. O sacerdote está à cabeça do povo dos fiéis aqui
na terra, para poder guiá-lo ao céu.
É o sacerdote que entoa solenemente Eis a luz
de Cristo!. Ele o canta três vezes, elevando gradualmente o tom da voz: o povo,
depois de cada vez, repete-o no mesmo tom. Na liturgia batismal, o sacerdote,
estando de pé diante da fonte, abençoa a água, cantando a oração: Ó Deus, por
meio dos sinais sacramentais; enquanto invoca: Desça, Pai, sobre esta água, pode
introduzir nela o círio pascal, uma ou três vezes.
O significado é profundo: o sacerdote é o órgão
fecundador do seio eclesial, simbolizado pela fonte batismal. Verdadeiramente,
na pessoa de Cristo Cabeça, ele gera filhos que, como pai, fortifica com o
crisma e nutre com a Eucaristia. Também em razão destas funções maritais com
relação à Igreja esposa, o sacerdote não pode senão ser homem. Todo o sentido
místico da Páscoa se manifesta na identidade sacerdotal, chegando à plenitude, o
plếroma, como diz o Oriente. Com ele, a iniciação sacramental chega ao cume e a
vida cristã se torna o centro.
Portanto, o sacerdote, que subiu com Jesus à
cruz na Sexta-Feira Santa e desceu ao sepulcro no Sábado Santo, no Domingo de
Páscoa pode afirmar realmente com a sequência: “Sabemos que Cristo
verdadeiramente ressuscitou dentre os mortos”.
Desejamos que estas meditações ajude a todos a
viver, de forma mais intensa e profunda, o mistério pascal de Cristo. Desde já,
desejamos a todos que acompanham este blog: uma FELIZ PÁSCOA!
Nenhum comentário:
Postar um comentário