quinta-feira, 31 de maio de 2012

Festa da visitação

Das Homilias de São Beda, o Venerável, presbítero

(Lib. 1,4: CCL 122,25-26.30)

(Séc.VIII)

Maria engrandece o Senhor que age nela Minha alma engrandece o Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador (Lc 1,46).Com estas palavras, Maria reconhece, em primeiro lugar, os dons que lhe foram
especialmente concedidos; em seguida, enumera os benefícios universais com que Deus favorece continuamente o gênero humano.

Engrandece o Senhor a alma daquele que consagra todos os sentimentos da sua vida interior ao louvor e ao serviço de Deus; e, pela observância dos mandamentos, revela pensar sempre no poder da majestade divina.

Exulta em Deus, seu Salvador, o espírito daquele que se alegra apenas na lembrança de seu Criador, de quem espera a salvação eterna. Embora estas palavras se apliquem a todas as almas santas, adquirem contudo a mais plena ressonância ao serem proferidas pela santa Mãe de Deus. Ela, por singular privilégio,
amava com perfeito amor espiritual aquele cuja concepção corporal em seu seio era a causa de sua alegria.

Com toda razão pôde ela exultar em Jesus, seu Salvador, com júbilo singular, mais do que todos os outros santos, porque sabia que o autor da salvação eterna havia de nascer de sua carne por um nascimento temporal; e sendo uma só e mesma pessoa, havia de ser ao mesmo tempo seu Filho e seu Senhor.

O Poderoso fez em mim maravilhas, e santo é o seu nome! (Lc 1,49). Maria nada atribui a seus méritos, mas reconhece toda a sua grandeza como dom daquele que, sendo por essência poderoso e grande, costuma transformar os seus fiéis,pequenos e fracos, em fortes e grandes.

Logo acrescentou: E santo é o seu nome! Exorta assim os que a ouviam, ou melhor, ensinava a todos os que viessem a conhecer suas palavras, que pela fé em Deus e pela invocação do seu nome também eles poderiam participar da santidade divina e da verdadeira salvação. É o que diz o Profeta: Então, todo aquele que invocar o nome do  Senhor, será salvo (Jl 3,5). É precisamente este o nome a que Maria se refere ao dizer: Exulta meu espírito em Deus, meu Salvador.

Por isso, se introduziu na liturgia da santa Igreja o costume belo e salutar, de cantarem todos, diariamente, este hino na salmodia vespertina. Assim, que o espírito dos fiéis, recordando freqüentemente o mistério da encarnação do Senhor, se entregue com generosidade ao serviço divino e, lembrando-se constantemente dos exemplos da Mãe de Deus, se confirme na verdadeira santidade. E pareceu muito oportuno que isto se fizesse na hora das Vésperas, para que nossa mente fatigada e distraída ao longo do dia por pensamentos diversos, encontre o recolhimento e a paz de espírito ao aproximar-se o tempo do repouso.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Novos Doutores da Igreja

“O Espírito, que «falou pelos profetas», com os dons da sabedoria e da ciência continua a inspirar homens e mulheres que se empenham na busca da verdade, propondo vias originais de conhecimento e aprofundamento do mistério de Deus, do homem e do mundo. Neste contexto, alegra-me anunciar que no próximo dia 7 de outubro, no início da assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, proclamarei São João de Ávila e Santa Hildegarda de Bingen Doutores da Igreja universal. Estas duas grandes testemunhas da fé viveram em períodos históricos e ambientes culturais assaz diversos. Hildegarda foi monja beneditina no coração da Idade Média alemã, autêntica mestra de teologia e profunda estudiosa das ciências naturais e da música. João, sacerdote diocesano nos anos do renascimento espanhol, participou no trabalho de renovação cultural e religiosa da Igreja e dos movimentos sociais nos albores da modernidade. Mas a santidade da vida e a profundidade da doutrina os tornam perenemente atuais: a graça do Espírito Santo, de fato, os lançou àquela experiência de penetrante compreensão da revelação divina e de inteligente diálogo com o mundo que constituem o horizonte permanente da vida e da ação da Igreja”.
Bento XVI
27 de maio de 2002
Solenidade de Pentecostes


LISTA COMPLETA DOS DOUTORES DA IGREJA

Quatro Grandes Doutores Latinos
1. São Gregório Magno, Papa de Roma (540-604)
2. Santo Ambrósio, Bispo de Milão (340-397)
3. Santo Agostinho, Bispo de Hipona (354-430)
4. São Jerônimo, monge e tradutor da Bíblia (347-420)
Proclamados pelo Papa Bonifácio VIII em 1298
5. Santo Tomás de Aquino, frade (1225-1274) – proclamado em 1567 por São Pio V
Quatro Grandes Doutores Gregos
6. São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla (348-407)
7. São Basílio Magno, Bispo de Cesareia (330-379)
8. São Gregório Nazianzeno, Patriarca de Constantinopla (329-390)
9. Santo Atanásio, Patriarca de Alexandria (298-373)
Proclamados pelo Papa São Pio V em 1568
Demais Doutores Universais
10. São Boaventura, frade (1221-1274) – proclamado em 1588
11. Santo Anselmo, Arcebispo de Cantuária (1033-1109) – proclamado em 1720
12. Santo Isidoro, Bispo de Sevilha (560-636) – proclamado em 1722
13. São Pedro Crisólogo, Arcebispo de Ravena (406-451) – proclamado em 1729
14. São Leão Magno, Papa de Roma (400-461) – proclamado em 1754
15. São Pedro Damião, Cardeal (1007-1072) – proclamado em 1828
16. São Bernardo de Claraval, monge (1090-1153) – proclamado em 1830
17. Santo Hilário, Bispo de Poitiers (300-367) – proclamado em 1851
18. Santo Afonso de Ligório, Bispo (1696-1797) – proclamado em 1871
19. São Francisco de Sales, Bispo de Genebra (1567-1622) – proclamado em 1877
20. São Cirilo, Patriarca de Alexandria (376-444) – proclamado em 1883
21. São Cirilo, Bispo de Jerusalém (315-386) – proclamado em 1883
22. São João Damasceno, monge (675-749) – proclamado em 1883
23. São Beda, o Venerável, monge (672-735) – proclamado em 1899
24. Santo Efrém, monge e diácono (306-373) – proclamado em 1920
25. São Pedro Canísio, sacerdote (1521-1597) – proclamado em 1925
26. São João da Cruz, frade (1542-1591) – proclamado em 1926
27. São Roberto Belarmino, Cardeal (1542-1621) – proclamado em 1931
28. Santo Alberto Magno, Bispo de Regensburg (1206-1280) – proclamado em 1931
29. Santo Antônio de Pádua, frade (1195-1231) – proclamado em 1946
30. São Lourenço de Bríndisi, frade (1559-1619) – proclamado em 1959
31. Santa Teresa d’Ávila, monja (1515-1582) – proclamada em 1970
32. Santa Catarina de Sena, leiga (1347-1380) – proclamada em 1970
33. Santa Teresa de Lisieux, monja (1873-1897) – proclamada em 1997
34. São João de Ávila, sacerdote (1500-1569) – a ser proclamado em 2012
35. Santa Hildegarda de Bingen, monja (1098-1179) a ser proclamada em 2012    

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dons do Espírito Santo V – dom de Ciência


O dom de ciência é uma forma de participar, através da ação do Espírito Santo, do conhecimento das criaturas, das coisas e de sua relação com o criador. Esta é uma forma de conhecimento amoroso, dado pelo Espírito Santo.
O dom de ciência nos possibilita ter um relacionamento com as criaturas e com as coisas com absoluta liberdade e ordem, reconhecendo a relação íntima de todas as coisas com Deus e, consequentemente, sua utilidade.
Este dom nos faz perceber a obra de Deus na criação, gerando um louvor profundo e intenso por cada criatura. Desenvolve em nós o cuidado com a criação, nosa ajudando a reconhecer a diferença fundamental entre o ser humano – centro de toda criação – do restante da criação de Deus.
Através desse dom, o Espírito Santo nos faz avaliar o valor de cada coisa a partir da utilidade real para o ser humano, retirando toda supervalorização e apêgo aos bens materias, gerando, assim, uma profunda liberdade e gratuidade na forma de lidar com os mesmos.
Um grande santo Italiano, São Francisco de Assis, tinha esse dom de forma muito especial. Ele era completamente desapegado dos bens materias. Tinha um profundo amor pelas criaturas por elas terem sido criadas por Deus e expressarem seu  grande amor por nós. Abaixo o cântico das criaturas de São Francisco:


Altíssimo, onipotente, bom Senhor,
teus são o louvor, a glória e a honra e toda bênção.
A ti somente, Altíssimo, são devidos
e homem algum é digno de te mencionar
Altíssimo, onipotente, bom Senhor,
teus são o louvor, a glória e a honra e toda bênção.
A ti somente, Altíssimo, são devidos
e homem algum é digno de te mencionar.

Louvado sejas, meu Senhor, com todas as tuas criaturas,
especialmente meu senhor o irmão sol
que, com luz, ilumina o dia e a nós.
E ele é belo e radiante com grande esplendor:
de ti, Altíssimo, carrega significação.

Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã luz e as estrelas,
no céu as formaste claras e preciosas e belas.

Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento
e pelo ar e nublado e sereno e todo o tempo
pelo qual dás sustento às tuas criaturas.

Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água
que é muito útil e humilde e preciosa e casta.

Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo
pelo qual iluminas a noite e ele é belo e jucundo e robusto e forte.

Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã nossa mãe terra
que nos sustenta e governa e produz diversos frutos
com coloridas flores e ervas.

Louvado sejas, meu Senhor, por aqueles
que perdoam por teu amor
e suportam enfermidades e tribulações.
Bem-aventurados aqueles que sustentam a paz porque por ti, Altíssimo, serão coroados.

Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã nossa morte corporal
da qual nenhum homem vivente pode escapar.
Infelizes aqueles que morrem em pecado mortal;
bem-aventurados aqueles
que se encontram em tua santíssima vontade
porque a morte segunda não lhes fará mal.

Louvai e bendizei a meu Senhor
e agradecei e servi-o com grande humildade

O dom de ciência deve ser pedido, na oração, ao Espírito Santo. Juntamente com isto, devemos exercitar a virtude do desapego dos bens materias e procurar não ter como  nossa propriedade algo que não nos é útil, resistindo à tentação do consumismo e da valorização excessiva de algum bem material.
Nossa atitude interior deve ser de louvor a Deus, especialmente pela criação: pela água que usamos, pelo ar que respiramos, pela comida que comemos. Devemos cultivar o hábito de dar graças nos momentos das refeições. Desta forma, estamos reconhecendo a profunda verdade de que tudo vem de Deus!

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Dons do Espírito Santo IV- O Dom do conselho


O dom do conselho é uma forma de participar da docilidade de Jesus ao Espírito Santo no cumprimento da vontade do Pai. Esta docilidade fica bem expressa quando Jesus diz no evangelho de João, no episódio do encontro com a samaritana, à beira do poço de O dom do conselho é uma forma de participar da docilidade de Jesus ao Espírito Santo Jacó: “meu alimento é fazer a vontade do Pai” (Jo 4,34).

O dom do conselho realiza em nós esta docilidade à vontade de Deus, que ultrapassa a simples observância dos mandamentos e o que é próprio do estado de vida de cada um. Neste dom, a pessoa desenvolve uma percepção interior do que Deus deseja para cada circunstância da vida e, consequentemente, uma conformação de vontade com a vontade de Deus.

Os que são abertos a este dom, além de obedecerem aos mandamentos e àquilo que é próprio do seu estado – sacerdotal ,matrimonial ,consagrado e solteiro –, o Espirito Santo vai desenvolvendo meios da pessoa perceber mais detalhadamente a vontade de Deus.

O dom do conselho, quando é bastante desenvolvido, faz com que a pessoa possa também ajudar os outros na sua busca da vontade de Deus. Esse é o motivo desse dom ser de extrema importância para aqueles que exercem a direção espiritual.

Na história da Igreja, um grande santo tinha esse dom de forma extraordinária: santo Inácio de Loyola, fundador dos jesuítas. Ele não só tinha docilidade à vontade de Deus na sua vida e na daqueles que ele dirigia, como desenvolveu regras e métodos para discernir a vontade de Deus.

Para receber este dom é necessário pedi-lo ao Espirito Santo com insistência e, juntamente com isto, exercitar a arte do discernimento. Esta prática, aliada a oração, nos abrirá ao dom do conselho. Abaixo colocamos algumas regras básicas do método de discernimento da vontade divina.

1º passo: desejar conformar toda a sua vida a vontade de Deus;

2º passo: cumprir os mandamentos da lei de Deus e da Igreja;

3º passo: ter o hábito da oração diária, especialmente da lectio divina, que nos ajuda a ter familiaridade com a voz de Deus para assim poder reconhecê-la nos nossos discernimentos;

4º passo: aprender a perceber no “coração” os sentimentos gerados por cada possível decisão, pois o que vem de Deus traz:

• Paz

• Alegria (serena e não eufórica e tola)

• Fervor

• Bons desejos

• Humildade perante Deus e os outros

• Gratidão

Já as decisões que não vêm de Deus trazem:

• Inquietação

• Ressentimento

• Desejo de vingança

• Raiva

• Desânimo

• Inconstância

• Alegria eufórica intercaladas com fortes tristezas

• Inconstância de ânimo

5º passo: ter um diretor espiritual que o ajude a ler junto com você os sinais do “coração”.

Concluímos com um aviso importante: estas orientações são básicas e bastante simplificadas, próprias para quem desejar iniciar este caminho de discernimento como meio de buscar a vontade de Deus e assim também abrir- se ao dom do conselho.


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Preparação para Pentecostes

Neste último domingo, dia 20, voltei a Goiânia para pregar um encontro de preparação para Pentecostes para o Movimento da Transfiguração. Falamos sobre o significado do Pentecostes no Antigo Testamento e no Novo, e sobre os dons de Santificação. Veja abaixo as fotos:





sábado, 19 de maio de 2012

Ícones da Virgem Maria- VI Parte

Neste mês dedicado a Nossa Senhora postaremos uma série sobre a vida da Virgem Maria, através dos ícones. Que esta série nos ajude a crescer no nosso amor por aquela que é a mãe de Deus e nossa.




  

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Ícones da Virgem Maria- V Parte

Neste mês dedicado a Nossa Senhora postaremos uma série sobre a vida da Virgem Maria, através dos ícones. Que esta série nos ajude a crescer no nosso amor por aquela que é a mãe de Deus e nossa.
Ícone das bodas de Caná

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Faleceu o Bispo mais idoso do mundo.



Kreuz.net
 |  – Itália. Faleceu no último domingo o bispo vietnamita Antoine Nguyen Van Thien (106), em Nizza, noticiou o diário vaticano ‘Osservatore Romano’. Mons. Van Thien era o bispo mais velho do mundo. Ao todo ele sobreviveu a nove Papas. Atualmente o bispo vivo mais idoso é o Mons. Francis Hong Yong-ho (105) de Pjöngjang na Coréia do Norte.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Mudança para São Paulo/SP



Desejo partilhar com os membros do Movimento da Transfiguração, familiares e amigos que eu e a Marjorie estamos nos mudando para São Paulo, capital. Eu já estou em São Paulo e a Marjorie virá no final do mês.
O fato que desencadeou nossa mudança foi que fui chamado pelo Tribunal Regional do Trabalho, de São Paulo, para um concurso que fiz em 2008. Já nem lembrava mais do mesmo e, por isso, não acompanhava a lista de chamada.  Foi um grande susto quando recebi um e-mail me chamando para fazer a segunda fase do concurso, no início de fevereiro deste ano.
Foi uma notícia que nos deixou muito indecisos num primeiro momento, e passamos a rezar na busca da vontade de Deus para as nossas vidas. No momento que recebi o primeiro e-mail referente ao concurso, o pensamento que me veio foi de que a Cidade de São Paulo seria uma grande oportunidade de divulgar e fazer crescer o Movimento.
Neste processo de discernimento, eu e a Marjorie conversamos e rezamos bastante. Mesmo a cidade de São Paulo oferecendo grandes desafios – próprios de uma grande metrópole –, com o passar do tempo permanecia cada vez mais no nosso coração a certeza de que deveríamos dar este passo.
Por isso, escrevemos para Dom Gregório – que é o nosso diretor espiritual – apresentando todo o nosso processo de discernimento.  De sua parte, ele nos animou muito na direção de que deveríamos nos encaminhar o mais rápido possível para São Paulo.
Deixar Goiânia foi difícil. Principalmente pelos laços criados com as pessoas da cidade, especialmente com os participantes do Movimento. As amizades criadas a partir de Deus têm uma força e riquezas profundas. Sempre seremos profundamente gratos a Deus por tudo que ele fez nesses pouco mais de cinco anos que moramos em Goiânia.
Cheguei a São Paulo no dia 13 de maio, dia consagrado a Nossa Senhora de Fátima, a quem, de forma toda especial, consagramos esta missão, confiada por Deus a nós, de levar a palavra de Deus nesta grande cidade. 
Concluo pedindo a todos que rezem para que Deus realize Sua obra através de nós.
Na expectativa de Pentecoste,
Cesar e Marjorie

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ícones da Virgem Maria- IV Parte

Neste mês dedicado a Nossa Senhora postaremos uma série sobre a vida da Virgem Maria, através dos ícones. Que esta série nos ajude a crescer no nosso amor por aquela que é a mãe de Deus e nossa.
Ícone da Virgem da Ternura

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ofício das leituras - Cartas a Diogneto


Nestes dias que os cristãos na India sofrem grandes perseguisões, somos chamados a rezar por eles. Que este texto do oficio das leituras nos faça compreender a grandeza de ser cristão e a importância dos cristãos no mundo.

Da Carta a Diogneto
 (N.5-6: Funk 1,317-321)
(Séc.II)

Os cristãos no mundo

Os cristãos não se diferenciam dos outros homens nem pela pátria nem pela língua nem por um gênero de vida especial. De fato, não moram em cidades próprias, nem usam linguagem peculiar, e a sua vida nada tem de extraordinário. A sua doutrina não procede da imaginação fantasista de espíritos exaltados, nem se apóia em qualquer teoria simplesmente humana, como tantas outras.
Moram em cidades gregas ou bárbaras, conforme as circunstâncias de cada um; seguem os costumes da terra, quer no modo de vestir, quer nos alimentos que tomam, quer em outros usos;mas o seu modo de viver é admirável e passa aos olhos de todos por um prodígio. Habitam em suas pátrias, mas como de passagem; têm tudo em comum como os outros cidadãos, mas tudo suportam como se não tivessem pátria. Todo país estrangeiro é sua pátria e toda pátria é para eles tera estrangeira. Casam-se como toda gente e criam seus filhos, mas não rejeitam os recém-nascidos. Têm em comum a mesa, não o leito.
São de carne, porém, não vivem segundo a carne. Moram na terra, mas sua cidade é no céu. Obedecem às leis estabelecidas, mas com seu gênero de vida superam as leis. Amam a todos e por todos são perseguidos. Condenam-nos sem os conhecerem; entregues à morte, dão a vida.São pobres, mas enriquecem a muitos; tudo lhes falta e vivem na abundância. São desprezados,mas no meio dos opróbrios enchem-se de glória; são caluniados, mas transparece o testemunho de sua justiça. Amaldiçoam-nos e eles abençoam. Sofrem afrontas e pagam com honras.Praticam o bem e são castigados como malfeitores; ao serem punidos, alegram-se como se lhes dessem a vida. Os judeus fazem-lhes guerra como a estrangeiros e os pagãos os perseguem; mas
nenhum daqueles que os odeiam sabe dizer a causa do seu ódio.
Numa palavra: os cristãos são no mundo o que a alma é no corpo. A alma está em todos os membros do corpo; e os cristãos em todas as cidades do mundo. A alma habita no corpo, mas não provém do corpo; os cristãos estão no mundo, mas não são do mundo. A alma invisível é guardada num corpo visível; todos vêem os cristãos, pois habitam no mundo, contudo, sua piedade é invisível. A carne, sem ser provocada, odeia e combate a alma, só porque lhe impede o gozo dos prazeres; o mundo, sem ter razão para isso, odeia os cristãos precisamente porque se opõem a seus prazeres.
A alma ama o corpo e seus membros, mas o corpo odeia a alma; também os cristãos amam os que os odeiam. Na verdade, a alma está encerrada no corpo, mas é ela que contém o corpo; os cristãos encontram-se detidos no mundo como numa prisão, mas são eles que abraçam o mundo. A alma imortal habita numa tenda mortal; os cristãos vivem como peregrinos em moradas corruptíveis, esperando a incorruptibilidade dos céus. A alma aperfeiçoa-se com a mortificação na comida e na bebida; os cristãos, constantemente mortificados, vêem seu número crescer dia a dia. Deus os colocou em posição tão elevada que lhes é impossível desertar.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Ícones da Virgem Maria- III Parte

Neste mês dedicado a Nossa Senhora postaremos uma série sobre a vida da Virgem Maria, através dos ícones. Que esta série nos ajude a crescer no nosso amor por aquela que é a mãe de Deus e nossa.
Ícone do nascimento de Jesus

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ícones da Virgem Maria- II Parte

Neste mês dedicado a Nossa Senhora postaremos uma série sobre a vida da Virgem Maria, através dos ícones. Que esta série nos ajude a crescer no nosso amor por aquela que é a mãe de Deus e nossa.
Ícone da anunciação do anjo a Virgem Maria

domingo, 6 de maio de 2012

Ícones da Virgem Maria- I Parte

Neste mês dedicado a Nossa Senhora postaremos uma série sobre a vida da Virgem Maria, através dos ícones. Que esta série nos ajude a crescer no nosso amor  por aquela que é a mãe de Deus e nossa.
Ícone da Natividade da Virgem Maria

sábado, 5 de maio de 2012

Avó de 70 anos agora é religiosa contemplativa

VALENCIA, 03 Mai. 12 / 07:01 pm (ACI)

Uma viúva de 70 anos, mãe de 3 filhos e avó de 5 netos, professou seus votos solenes como religiosa contemplativa na ordem das Franciscanas Clarissas na localidade de Canals, na Espanha.
Célia de Jesus, foi o nome eleito pela nova religiosa nascida em Valência, que professou seus votos perpétuos no mosteiro de Santa Clara, onde colaborava com seu esposo antes de ficar viúva em 2004, e depois disto esteve recebendo formação para esta consagração, indicaram à agência AVAN fontes da ordem religiosa.
"Antes de ingressar no mosteiro, Irmã Célia de Jesus colaborava com Ação Católica Geral de Valência e na atenção dos doentes, uma vez que faleceu seu marido decidiu entregar-se completamente ao Senhor como religiosa", assinalaram.
A cerimônia, à qual compareceram os filhos e os netos da religiosa, foi presidida pelo Pe. Miguel Albiñana e concelebrada por uma dezena de presbíteros vinculados à localidade ou ao mosteiro.
A ordem das Clarissas foi fundada em 1212 pela Santa Clara de Assis, a primeira mulher a receber a aprovação da Igreja para uma regra religiosa. Estabeleceu-se na Espanha em 1228, ao fundar o primeiro mosteiro da ordem em Pamplona. Foi canonizada pelo Papa Alejandro IV no ano 1255.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O casal brasileiro: Servos de Deus Zélia e Jerônimo


Por Maria Emília Marega
ROMA, quarta-feira, 02 de maio de 2012(ZENIT.org) – A experiência da vida matrimonial dos Servos de Deus Zélia e Jerônimo, casal brasileiro do século 19, mostra que é possível ser santo na vida cotidiana correspondendo à vocação ao qual foi chamado.
Jerônimo de Castro Abreu Magalhães nasceu em Magé e Zélia Pedreira Abreu Magalhãesem Niterói. Casaram-seem 27 de julho de 1876, na Chácara da Cachoeira, bairro da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro.
Ele engenheiro civil e ela uma jovem letrada, com primorosa formação artística, literária e científica, de modo que aos 14 anos traduziu do italiano para o português, a obra de Cesare Cantu “Il Giovinetto”.
O desejo de Jerônimo e Zélia sempre foi o de agradar a Deus desde o período em que se conheceram, quando na troca de olhar já ficou claro que o namoro deles seria um namoro diferente, declarou Dom Roberto Lopes, vigário episcopal para a Vida Consagrada e responsável pelos processos de candidatos à causa dos santos da Arquidiocese do Rio; conforme nota da Portalum.
"Zélia e Jerônimo eram muito apaixonados. A vida de oração foi crescendo dentro do coração do casal. Eles educaram seus filhos para Deus, e a Eucaristia era algo que procuravam dar de presente para o povo de Deus que o cercava", destacou.
Desse casamento nasceram 13 filhos, quatro falecidos em tenra idade, os demais (três homens e seis mulheres) abraçaram diferentes ordens religiosas, dentre eles o frei franciscano José Pedreira de Castro, professor de ciências bíblicas que fundou em 1956 um Centro Bíblico e o curso de Sagrada Escritura por correspondência.
Na fazenda onde eles moravam havia uma capela, onde inúmeras vezes ao dia o casal era visto rezando, assim como também seus escravos, que iniciavam o trabalho do dia sempre com oração conduzida por Jerônimo e Zélia no pátio da fazenda.
A pesquisa histórica sobre Jerônimo de Castro Abreu Magalhães e sua esposa Zélia está sendo feita por uma comissão arquidiocesana, instalada no dia 23 de dezembro pelo arcebispo Dom Orani João Tempesta.
Da década de 30 até a década de 60, avida de Zélia foi bastante conhecida. Sua biografia chegou à sexta edição e foi traduzida em iugoslavo, alemão, francês, espanhol, em italiano, e em português de Portugal.
Atualmente, existem no Brasil em torno de cinquenta causas de beatificação, das quais 25 figura como postulador o Dr. Paolo Vilotta, responsável também pela causa dos Servos de Deus Zélia e Jerônimo.

terça-feira, 1 de maio de 2012

São José Operário


O TRABALHO DIGNIFICADO

 Celebramos a festa de São José operário, patrono dos trabalhadores. Desejoso de ajudar os trabalhadores a santificar o seu dia, já mundialmente comemorado, o Papa Pio XII instituiu a festa de São José operário, modelo do trabalhador. De origem nobre da Casa de Davi, ganhando a vida como simples carpinteiro, São José harmoniza bem a união de classes que deve existir em uma sociedade cristã, onde predominam a justiça e a caridade.

O trabalho é obra de Deus. Deus, ao criar o homem, colocou-o no jardim do Éden para nele trabalhar. O trabalho existe, portanto, antes do pecado. Depois deste, passou a ter a conotação de penitência, pois adquiriu uma nota de dificuldade e o necessário esforço para desempenhá-lo:“Comerás o pão com o suor do teu rosto” (Gn 3,19).

Assim, o trabalho tem o aspecto natural necessário para o nosso sustento e o aspecto adicional de penitência, pois ele contraria nossa tendência, exacerbada pelo pecado, à preguiça e ao relaxamento. O trabalho é algo muito digno e nobre, seja ele qual for, desde que seja honesto e nos encaminhe para Deus, seu autor.

O trabalho é também expressão do amor. “A expressão quotidiana deste amor na vida da Família de Nazaré é o trabalho. O texto evangélico especifica o tipo de trabalho, mediante o qual José procurava garantir a sustentação da Família: o trabalho de carpinteiro. Esta simples palavra envolve toda a extensão da vida de José. Para Jesus este período abrange os anos da vida oculta, de que fala o Evangelista, a seguir ao episódio que sucedeu no templo: «Depois, desceu com eles para Nazaré e era-lhes submisso» (Lc 2, 51). Esta submissão, ou seja, a obediência de Jesus na casa de Nazaré é entendida também como participação no trabalho de José. Aquele que era designado como o ‘filho do carpinteiro’, tinha aprendido o ofício de seu ‘pai’ adotivo. Se a Família de Nazaré, na ordem da salvação e da santidade, é exemplo e modelo para as famílias humanas, é-o analogamente também o trabalho de Jesus ao lado de José carpinteiro. Na nossa época, a Igreja pôs em realce isto mesmo, também com a memória de São José Operário, fixada no primeiro de maio. O trabalho humano, em particular o trabalho manual, tem no Evangelho uma acentuação especial. Juntamente com a humanidade do Filho de Deus ele foi acolhido no mistério da Encarnação, como também foi redimido de maneira particular. Graças ao seu banco de trabalho, junto do qual exercitava o próprio ofício juntamente com Jesus, José aproximou o trabalho humano do mistério da Redenção” (B. João Paulo II, Ex. Apost. Redemptoris Custos).

“Trata-se, em última análise, da santificação da vida quotidiana, no que cada pessoa deve empenhar-se, segundo o próprio estado, e que pode ser proposta apontando para um modelo accessível a todos: São José é o modelo dos humildes, que o Cristianismo enaltece para grandes destinos; é a prova de que para serem bons e autênticos seguidores de Cristo não se necessitam grandes coisas, mas requerem-se somente virtudes comuns, humanas, simples e autênticas.”

Dom Fernando Rifan
Administrador Apostólico
Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney