O dom do conselho é uma forma de participar da docilidade de Jesus ao Espírito
Santo no cumprimento da vontade do Pai.
Esta docilidade fica bem expressa quando Jesus diz no evangelho de João, no
episódio do encontro com a samaritana, à beira do poço de O dom do conselho é
uma forma de participar da docilidade de Jesus ao Espírito Santo Jacó: “meu
alimento é fazer a vontade do Pai” (Jo 4,34).
O dom do conselho realiza em nós
esta docilidade à vontade de Deus, que ultrapassa a simples observância dos
mandamentos e o que é próprio do estado de vida de cada um. Neste dom, a pessoa
desenvolve uma percepção interior do que Deus deseja para cada circunstância da
vida e, consequentemente, uma conformação de vontade com a vontade de Deus.
Os que são abertos a este dom,
além de obedecerem aos mandamentos e àquilo que é próprio do seu estado –
sacerdotal ,matrimonial ,consagrado e solteiro –, o Espirito Santo vai
desenvolvendo meios da pessoa perceber mais detalhadamente a vontade de Deus.
O dom do conselho, quando é
bastante desenvolvido, faz com que a pessoa possa também ajudar os outros na
sua busca da vontade de Deus. Esse é o motivo desse dom ser de extrema
importância para aqueles que exercem a direção espiritual.
Na história da Igreja, um grande
santo tinha esse dom de forma extraordinária: santo Inácio de Loyola, fundador
dos jesuítas. Ele não só tinha docilidade à vontade de Deus na sua vida e na
daqueles que ele dirigia, como desenvolveu regras e métodos para discernir a
vontade de Deus.
Para receber este dom é
necessário pedi-lo ao Espirito Santo com insistência e, juntamente com isto,
exercitar a arte do discernimento. Esta prática, aliada a oração, nos abrirá ao
dom do conselho. Abaixo colocamos algumas regras básicas do método de
discernimento da vontade divina.
1º passo: desejar conformar toda
a sua vida a vontade de Deus;
2º passo: cumprir os mandamentos
da lei de Deus e da Igreja;
3º passo: ter o hábito da oração
diária, especialmente da lectio divina, que nos ajuda a ter familiaridade com a
voz de Deus para assim poder reconhecê-la nos nossos discernimentos;
4º passo: aprender a perceber no
“coração” os sentimentos gerados por cada possível decisão, pois o que vem de
Deus traz:
• Paz
• Alegria (serena e não eufórica
e tola)
• Fervor
• Bons desejos
• Humildade perante Deus e os
outros
• Gratidão
Já as decisões que não vêm de Deus
trazem:
• Inquietação
• Ressentimento
• Desejo de vingança
• Raiva
• Desânimo
• Inconstância
• Alegria eufórica intercaladas
com fortes tristezas
• Inconstância de ânimo
5º passo: ter um diretor
espiritual que o ajude a ler junto com você os sinais do “coração”.
Concluímos com um aviso importante: estas orientações são básicas e
bastante simplificadas, próprias para quem desejar iniciar este caminho de
discernimento como meio de buscar a vontade de Deus e assim também abrir- se ao
dom do conselho.
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