LONDRES, 17 Jan. 13 / 03:30 pm (ACI).- A jovem inglesa
Katyia Rowe rechaçou em várias oportunidades o pedido de aborto por parte dos
médicos para seu bebê, Lucian Haydes, que ia nascer com danos cerebrais que o
impediriam de falar e caminhar que havia sido diagnosticado uma curta vida.
Quando em um ultra-som 3D ela o viu sorrindo, disse: "eu sabia que não
poderia terminar com sua vida".
"Se ele podia sorrir, brincar e sentir então apesar de
seus danos cerebrais, ele merecia desfrutar do tempo de vida que tenha, não
importa quão curta ela seja, só porque sua vida será curta e diferente, não
significa que não mereça vivê-la", relatou a jovem mãe de 26 anos ao Daily
Mail em 14 de janeiro.
O menino faleceu nove horas depois de ter nascido. Durante o
tempo que viveu recebeu todo o amor e cuidados de sua mãe, seus tios e avós. A
jovem recorda: "foi sem dúvida o momento mais feliz de minha vida. Lucian
poderia morrer em qualquer momento em meu ventre mas nasceu para nos conhecer".
Quando Katyia e Shane Johnson, também de 26 anos de idade,
receberam a notícia da gravidez estavam assustados mas emocionados. Inclusive
planejaram suas bodas para quando Lucian crescesse e pudesse caminhar e assim
os acompanhasse ao altar.
Os planos se desvaneceram depois de um exame médico
realizado às 20 semanas de gravidez. Nessa oportunidade os doutores advertem ao
casal que o bebê apresentava danos cerebrais e solicitaram que Katya se
submetesse a um aborto às 24 semanas. Katyia rechaçou logo o pedido e pediu
outros exames para conhecer em detalhe a gravidade do problema.
Peritos do hospital pediátrico Birmingham confirmaram que o
pequeno nunca falaria nem poderia caminhar e precisaria cuidados especiais
sempre. Katyia não se intimidou e seguiu adiante com a gravidez, fazendo-os
ultra-sons nos quais podia ver o menino sorrir, fazer bolhas, chutar e mover
seus braços.
"Enquanto esteja dentro de mim sua qualidade de vida
será maravilhosa e não diferente da de outros meninos, é uma alegria para mim
vê-lo".
"Investiguei sobre todos os problemas que teria que
estar preparada para atendê-lo, nunca tive um momento de dúvida, só tive que
olhar o ultrassom e ver como ele desfruta no ventre para saber que eu fazia o
correto ao dar-lhe uma chance".
Katyia conta que "sem saber quanto tempo viveria
(Lucian), Shane e eu estávamos decididos a desfrutá-lo mais que
pudéssemos".
"Enquanto crescia podia ver seus pequenos pés e mãos.
Ele ainda não nascia mas já era nosso filho e cada momento era um sinal que
estávamos fazendo o correto. Falava com ele e colocava música porque queria que
experimentasse tudo o que podia".
Sobre o desejo de ser mãe ela diz: "não me importava
absolutamente, era irônico porque nunca me considerei uma pessoa maternal, mas
agora não queria outra coisa mais que cuidar do meu filho e dar a melhor
qualidade de vida possível. Era mais que feliz ao dedicar minha vida totalmente
ao seu cuidado".
As últimas nove semanas da gravidez, Katyia se submeteu a
dolorosos procedimentos para drenar o líquido amniótico que rodeava ao bebê.
"Era uma agonia –recordou– e sabia que algumas pessoas me questionariam se
valia a pena ter que passar por esses procedimentos por um menino com
defciência e que não viveria muito".
Lucian nasceu com parto induzido quando a placenta rompeu no
dia 23 de outubro de 2012, no hospital Royal Shrewsbury. Imediatamente após o
seu nascimento foi levado à unidade de cuidados pediátricos especiais.
Uma enfermeira disse a Katyia que seu menino "tinha
pouco tempo de vida", por isso a jovem mãe saiu de seu quarto para onde
estava o pequeno para poder sustentá-lo em seus braços. "Ele tinha me dado
a maior honra de ser sua mamãe durante os últimos nove meses, mas dependia dele
se estava já preparado para ir-se", assinalou.
"Eu estava em shock mas já tínhamos decidido que depois
do nascimento deixaríamos que Lucian indicasse o caminho, não queria dar a ele
tratamento desnecessário se isto não o ajudava".
Consciente de que não poderia levar seu bebê para casa como
qualquer outra mãe e sem saber com claridade "o que o futuro
proporcionaria", a jovem recorda como foi esse primeiro momento quando viu
o Lucian na unidade de cuidados especiais.
"Meu filho parecia perfeito, o amor e a alegria que
senti no momento que punham o Lucian em meus braços valia a pena. Pensei que
não queria ser mãe, mas Lucian me ensinou que é o trabalho mais maravilhoso no
mundo e estarei sempre agradecida por isso".
Katyia conta ainda que não se arrepende de ter rechaçado o
aborto que lhe pediram várias vezes os médicos, já que assim "eu decidi
deixar que (Lucian) desfrute de sua vida dentro de mim e fora de mim. Como uma
mãe faria algo por seu filho e eu fui mãe assim que fiquei grávida: meu
trabalho tinha começado".
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