O evangelho do quarto domingo é da narração da cura do cego de nascença (Jo 9,1-41).A narração do milagre em si é feita em poucas palavras, porque ele não é o centro do episódio, mas sim as discussões que são suscitadas por ele. é interessante perceber um detalhe no milagre: o fato de Jesus cuspir no chão e da mistura fazer barro. Isso nos faz ver que toda a narração tem como tema de fundo o Sacramento do Batismo – como veremos a seguir.
O barro nos faz lembrar a criação de Adão que foi modelado do barro (Gen 2,7). Assim, o Batismo que é evocado pelo gesto curador de Jesus através do barro, revela-se como uma nova criação, retirando o homem da cegueira do pecado para que ele receba a luz da fé. Nos primeiros tempos da Igreja, o Batismo era chamado de “iluminação”.
A figura do cego de nascença, na sua crescente opção por Jesus ao ponto de aceitar sofrer injúrias, perseguições e humilhações, nos motive, nesta Quaresma, a crescer e renovar todos os dias nossa opção por seguir a Jesus. Que possamos hoje, e todos os dias da nossa existência, dizer: “eu creio, Senhor!”. E em adoração, diante de Jesus, repetir o gesto do cego: “e ajoelhou-se diante de JesusI
Vejamos o que o Papa Bento XVI diz sobre o evangelho do cego de nascensa, na sua mensagem para a Quaresma deste ano:
“O domingo do cego de nascença apresenta Cristo como luz do mundo. O Evangelho interpela cada um de nós: «Tu crês no Filho do Homem?». «Creio, Senhor» (Jo 9, 35.38), afirma com alegria o cego de nascença, fazendo-se voz de todos os crentes. O milagre da cura é o sinal que Cristo, juntamente com a vista, quer abrir o nosso olhar interior, para que a nossa fé se torne cada vez mais profunda e possamos reconhecer n’Ele o nosso único Salvador. Ele ilumina todas as obscuridades da vida e leva o homem a viver como «filho da luz»”
Juntos com toda a Igreja, em clima de oração, digamos: “Ó Deus, que por vosso Filho realizais de modo admirável a reconciliação do gênero humano, concedei ao povo cristão correr ao encontro das festas que se aproximam, cheios de fervor e exultando de fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.
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