quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Clima de oração toma conta da praça de São Pedro no Vaticano



Oração, lágrimas e aplausos unidos ao som dos sinos da grande basílica vaticana anunciaram, às 20 horas (de Roma), que a Cátedra de Pedro está vazia. Este era o clima sentido por todos que se fizeram presente na Praça de São Pedro nesta quinta-feira, 28, horário em que a Sé Apostólica ficou oficialmente vacante.

Grupos de peregrinos, provenientes de vários partes do mundo, logo se uniram em oração. Um clima de profunda espiritualidade tomou conta do ambiente, cenas que talvez não consigamos traduzir em palavras.

Um grupo de sacerdotes e seminaristas cantavam de joelhos o Regina Caeli no centro da Praça de São Pedro. Num outro ponto, jovens com velas nas mãos se reuniam em grupos de oração numa vigilia pela Igreja. Sim, é verdade que também um clima de orfandade podia ser sentido entres os peregrinos. Pessoas que não sabiam para onde olhar, o que falar ou como se comportar. As palavras eram, muitas vezes, trocadas por um abraço, um Pai-Nosso ou uma Ave-Maria dirigidas, a Bento XVI - agora bispo emérito de Roma -, e ora para o futuro da Igreja

Sé Vacante

Às 20 horas, no exato momento em que tocaram os sinos da vasilica de São Pedro, também no Palácio Apostólico em Castel Gandolfo, milhares de pessoas acompanharam o momento em que a Guarda Suiça deixou o serviço de segurança de Bento XVI, fechando o grande portão de madeira diante de numerosas pessoas que gritavam: viva o Papa. O corpo militar, que na tradição da Igreja faz a guarda do Sumo Pontífice, volta para o Vaticano e já não se ocupa da segurança de Joseph Ratzinger.

O Palácio Apostólico do Vaticano foi lacrado e as janelas, da qual Bento XVI saudou os peregrinos por quase oito anos, agora estão fechadas e com as luzes apagadas até a posse do futuro sucessor de Pedro.

Fonte: Canção Nova Notícias / Foto: Gregorio Borgia

Da redação do Portal Ecclesia.

Bento XVI se despede dos Cardeais: Prometo total obediência ao futuro Papa



 Cidade do Vaticano (RV) – Após ouvir a saudação do Decano do Colégio Cardinalício, Bento XVI tomou a palavra para se despedir dos Cardeais.
Assim como o Card. Sodano, o Papa também citou a experiência dos discípulos de Emaús, afirmando que também para ele foi uma alegria caminhar em companhia dos cardeais nesses anos na luz da presença do Senhor ressuscitado.
Como disse ontem diante de milhares de fiéis que lotavam a Praça S. Pedro, a solidariedade e o conselho do Colégio foram de grande ajuda no seu ministério. “Nesses oito anos, vivemos com fé momentos belíssimos de luz radiosa no caminho da Igreja, junto a momentos em que algumas nuvens se adensaram no céu.Buscamos servir Cristo e a sua Igreja com amor profundo e total. Doamos a esperança que nos vem de Cristo e que é a única capaz de iluminar o caminho. Juntos, podemos agradecer ao Senhor que nos fez crescer na comunhão. Juntos, podemos pedir para que nos ajude a crescer ainda nessa unidade profunda, de modo que o Colégio dos Cardeais seja como uma orquestra, onde as diversidades, expressão da Igreja universal, concorrem à superior e concorde harmonia”.
Aos Cardeais, o Papa expressou “um pensamento simples” sobre a Igreja e sobre o seu mistério, que constitui para todos nós a razão e a paixão da vida, escrita por Romano Guardini. Ou seja, de que a Igreja não é uma instituição excogitada, mas uma realidade viva. Ela vive do decorrer do tempo, transformando-se, mas em sua natureza permanece sempre a mesma. O seu coração é Cristo.
“Parece que esta foi a nossa experiência ontem na Praça. Ver que a Igreja é um corpo vivo, animado pelo Espírito Santo, e vive realmente da força de Deus. Ela está no mundo, apesar de não ser do mundo. É de Deus, de Cristo, do Espírito Santo e nós o vimos ontem. Por isso é verdadeira e eloquente a outra famosa expressão de Guardini:
A Igreja se desperta no ânimo das pessoas. A Igreja vive, cresce e se desperta nos ânimos que, como a Virgem Maria, acolhem a palavra de Deus e a concebem por obra do Espírito Santo. Oferecem a Deus a própria carne e o próprio trabalho em sua pobreza e humildade, se tornando capazes de gerar Cristo hoje no mundo.
Através da Igreja, disse o Papa, o mistério da encarnação permanece presente sempre. E fez um apelo aos Cardeais:
“Permaneçamos unidos, queridos irmãos, neste mistério, na oração, especialmente na Eucaristia cotidiana, e assim serviremos a Igreja e toda a humanidade. Esta é a nossa alegria que ninguém pode nos tirar. Antes de saudá-los pessoalmente, desejo dizer que continuarei próximo com a oração, especialmente nos próximos dias, para que sejais plenamente dóceis à ação do Espírito Santo na eleição do novo Papa. Que o Senhor vos mostre quem Ele quer. E entre vós, entre o Colégio dos cardeais, está também o futuro Papa, ao qual já hoje prometo a minha incondicionada reverência e obediência.”

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Na íntegra, última Catequese de Bento XVI – 27/02/13

Cerca de 150 mil fiéis se reuniram na Praça São Pedro para ouvirem a última Catequese de Bento XVI 



Catequese
Praça São Pedro
Quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Venerados irmãos no Episcopado e no Sacerdócio!
Ilustres Autoridades!
Queridos irmãos e irmãs!

Agradeço-vos por terem vindo em tão grande número para esta minha última Audiência geral.

Obrigado de coração! Estou realmente tocado! E vejo a Igreja viva! E penso que devemos também dizer um obrigado ao Criador pelo tempo belo que nos doa agora ainda no inverno.

Como o apóstolo Paulo no texto bíblico que ouvimos, também eu sinto no meu coração o dever de agradecer sobretudo a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, que semeia a sua Palavra e assim alimenta a fé no seu Povo. Neste momento a minha alma se expande para abraçar toda a Igreja espalhada no mundo; e dou graças a Deus pelas “notícias” que nestes anos do ministério petrino pude receber sobre a fé no Senhor Jesus Cristo, e da caridade que circula realmente no Corpo da Igreja e o faz viver no amor, e da esperança que nos abre e nos orienta para a vida em plenitude, rumo à pátria do Céu.

Sinto levar todos na oração, um presente que é aquele de Deus, onde acolho em cada encontro, cada viagem, cada visita pastoral. Tudo e todos acolho na oração para confiá-los ao Senhor: para que tenhamos plena consciência da sua vontade, com toda sabedoria e inteligência espiritual, e para que possamos agir de maneira digna a Ele, ao seu amor, levando frutos em cada boa obra (cfr Col 1,9-10).

Neste momento, há em mim uma grande confiança, porque sei, todos nós sabemos, que a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida. O Evangelho purifica e renova, traz frutos, onde quer que a comunidade de crentes o escuta e acolhe a graça de Deus na verdade e vive na caridade. Esta é a minha confiança, esta é a minha alegria.

Quando, em 19 de abril há quase oito anos, aceitei assumir o ministério petrino, tive a firme certeza que sempre me acompanhou: esta certeza da vida da Igreja, da Palavra de Deus. Naquele momento, como já expressei muitas vezes, as palavras que ressoaram no meu coração foram: Senhor, porque me pedes isto e o que me pede? É um peso grande este que me coloca sobre as costas, mas se Tu lo me pedes, sobre tua palavra lançarei as redes, seguro de que Tu me guiarás, mesmo com todas as minhas fraquezas. E oito anos depois posso dizer que o Senhor me guiou, esteve próximo a mim, pude perceber cotidianamente a sua presença. Foi uma parte do caminho da Igreja que teve momentos de alegria e de luz, mas também momentos não fáceis; senti-me como São Pedro com os Apóstolos na barca no mar da Galileia: o Senhor nos doou tantos dias de sol e de leve brisa, dias no qual a pesca foi abundante; houve momentos também nos quais as águas eram agitadas e o vento contrário, como em toda a história da Igreja, e o Senhor parecia dormir. Mas sempre soube que naquela barca está o Senhor e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas é Sua. E o Senhor não a deixa afundar; é Ele que a conduz, certamente também através dos homens que escolheu, porque assim quis. Esta foi e é uma certeza, que nada pode ofuscá-la.  E é por isto que hoje o meu coração está cheio de agradecimento a Deus porque não fez nunca faltar a toda a Igreja e também a mim o seu consolo, a sua luz, o seu amor.

Estamos no Ano da Fé, que desejei para reforçar propriamente a nossa fé em Deus em um contexto que parece colocá-Lo sempre mais em segundo plano. Gostaria de convidar todos a renovar a firme confiança no Senhor, a confiar-nos como crianças nos braços de Deus, certo de que aqueles braços nos sustentam sempre e são aquilo que nos permite caminhar a cada dia, mesmo no cansaço. Gostaria que cada um se sentisse amado por aquele Deus que doou o seu Filho por nós e que nos mostrou o seu amor sem limites. Gostaria que cada um sentisse a alegria de ser cristão. Em uma bela oração para recitar-se cotidianamente de manhã se diz: “Adoro-te, meu Deus, e te amo com todo o coração. Agradeço-te por ter me criado, feito cristão…”. Sim, somos contentes pelo dom da fé; é o bem mais precioso, que ninguém pode nos tirar! Agradeçamos ao Senhor por isto todos os dias, com a oração e com uma vida cristã coerente. Deus nos ama, mas espera que nós também o amemos!

Mas não é somente a Deus que quero agradecer neste momento. Um Papa não está sozinho na guia da barca de Pedro, mesmo que seja a sua primeira responsabilidade. Eu nunca me senti sozinho no levar a alegria e o peso do ministério petrino; o Senhor colocou tantas pessoas que, com generosidade e amor a Deus e à Igreja, ajudaram-me e foram próximas a mim. Antes de tudo vós, queridos Cardeais: a vossa sabedoria, os vossos conselhos, a vossa amizade foram preciosos para mim; os meus Colaboradores, a começar pelo meu Secretário de Estado que me acompanhou com fidelidade nestes anos; a Secretaria de Estado e toda a Cúria Romana, como também todos aqueles que, nos vários setores, prestaram o seu serviço à Santa Sé: são muitas faces que não aparecem, permanecem na sombra, mas propriamente no silêncio, na dedicação cotidiana, com espírito de fé e humildade foram para mim um apoio seguro e confiável. Um pensamento especial à Igreja de Roma, a minha Diocese! Não posso esquecer os Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio, as pessoas consagradas e todo o Povo de Deus: nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens, sempre percebi grande atenção e profundo afeto; mas também eu quis bem a todos e a cada um, sem distinções, com aquela caridade pastoral que é o coração de cada Pastor, sobretudo do Bispo de Roma, do Sucessor do Apóstolo Pedro. Em cada dia levei cada um de vós na oração, com o coração de pai.

Gostaria que a minha saudação e o meu agradecimento alcançasse todos: o coração de um Papa se expande ao mundo inteiro. E gostaria de expressar a minha gratidão ao Corpo diplomático junto à Santa Sé, que torna presente a grande família das Nações. Aqui penso também em todos aqueles que trabalham para uma boa comunicação, a quem agradeço pelo seu importante serviço.

Neste ponto gostaria de agradecer verdadeiramente de coração todas as numerosas pessoas em todo o mundo, que nas últimas semanas me enviaram sinais comoventes de atenção, de amizade e de oração. Sim, o Papa não está nunca sozinho, agora experimento isso mais uma vez de um modo tão grande que toca o coração. O Papa pertence a todos e tantas pessoas se sentem muito próximas a ele. É verdade que recebo cartas dos grandes do mundo – dos Chefes de Estado, dos Líderes religiosos, de representantes do mundo da cultura, etc. Mas recebo muitas cartas de pessoas simples que me escrevem simplesmente do seu coração e me fazem sentir o seu afeto, que nasce do estar junto com Cristo Jesus, na Igreja. Estas pessoas não me escrevem como se escreve, por exemplo, a um príncipe ou a um grande que não se conhece. Escrevem-me como irmãos e irmãs ou como filhos e filhas, com o sentido de uma ligação familiar muito afetuosa. Aqui pode se tocar com a mão o que é a Igreja – não uma organização, uma associação para fins religiosos ou humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que une todos nós. Experimentar a Igreja deste modo e poder quase tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor é motivo de alegria, em um tempo no qual tantos falam do seu declínio. Mas vejamos como a Igreja é viva hoje!

Nestes últimos meses, senti que as minhas forças estavam diminuindo e pedi a Deus com insistência, na oração, para iluminar-me com a sua luz para fazer-me tomar a decisão mais justa não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo na plena consciência da sua gravidade e também inovação, mas com profunda serenidade na alma. Amar a Igreja significa também ter coragem de fazer escolhas difíceis, sofrer, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não de si próprio.

Aqui, permitam-me voltar mais uma vez a 19 de abril de 2005. A gravidade da decisão foi propriamente no fato de que daquele momento em diante eu estava empenhado sempre e para sempre no Senhor. Sempre – quem assume o ministério petrino já não tem mais privacidade alguma. Pertence sempre e totalmente a todos, a toda a Igreja. Sua vida vem, por assim dizer, totalmente privada da dimensão privada. Pude experimentar, e o experimento precisamente agora, que se recebe a própria vida quando a doa. Antes disse que muitas pessoas que amam o Senhor amam também o Sucessor de São Pedro e estão afeiçoadas a ele; que o Papa tem verdadeiramente irmãos e irmãs, filhos e filhas em todo o mundo, e que se sente seguro no abraço da vossa comunhão; porque não pertence mais a si mesmo, pertence a todos e todos pertencem a ele.

O “sempre” é também um “para sempre” – não há mais um retornar ao privado. A minha decisão de renunciar ao exercício ativo do ministério não revoga isto. Não retorno à vida privada, a uma vida de viagens, encontros, recepções, conferências, etc. Não abandono a cruz, mas estou de modo novo junto ao Senhor Crucificado. Não carrego mais o poder do ofício para o governo da Igreja, mas no serviço da oração estou, por assim dizer, no recinto de São Pedro. São Benedito, cujo nome levo como Papa, será pra mim de grande exemplo nisto. Ele nos mostrou o caminho para uma vida que, ativa ou passiva, pertence totalmente à obra de Deus.

Agradeço a todos e a cada um também pelo respeito e pela compreensão com o qual me acolheram nesta decisão tão importante. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja com a oração e a reflexão, com aquela dedicação ao Senhor e à sua Esposa que busquei viver até agora a cada dia e que quero viver sempre. Peço-vos para lembrarem-se de mim diante de Deus e, sobretudo, para rezar pelo Cardeais, chamados a uma tarefa tão importante, e pelo novo Sucessor do Apóstolo Pedro: o Senhor o acompanhe com a sua luz e a força do seu Espírito.

Invoquemos a materna intercessão da Virgem Maria Mãe de Deus e da Igreja para que acompanhe cada um de nós e toda a comunidade eclesial; a ela nos confiemos, com profunda confiança.

Queridos amigos! Deus guia a sua Igreja, a apoia mesmo e sobretudo nos momentos difíceis. Não percamos nunca esta visão de fé, que é a única verdadeira visão do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, haja sempre a alegre certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está próximo a nós e nos acolhe com o seu amor. Obrigado!


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Audiência com Dom Tarcísio Scaramussa - Bispo Auxiliar de São Paulo Região Sé


Hoje, dia 26 de fevereiro, tivemos audiência com Dom Tarcísio, Bispo auxiliar de São Paulo, responsável pela Região Sé, da qual fazemos parte. Na audiência falamos sobre o carisma do Movimento da Transfiguração e de como tem sido nosso trabalho aqui em São Paulo e em outras cidades. Fomos muito bem acolhidos e em seguida Dom Tarcísio nos expôs, de forma abrangente, as graças e os desafios da evangelização nesta cidade, nos apresentando o programa pastoral. No final, nos colocamos à disposição da Arquidiocese para o que fosse necessário nesse trabalho de evangelização. 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Último ângelus de Bento XVI: servirei a Igreja com o mesmo amor e dedicação de sempre


VATICANO, 24 Fev. 13 / 09:42 am (ACI).- No marco do segundo domingo da Quaresma, e em seu último ângelus como Sumo Pontífice Bento XVI fez um chamado à primazia da oração na vida cristã, e partilhou que, agora, mediante uma vida de oração “não abandono a Igreja, pelo contrário. Continuarei a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor”.

A Praça S. Pedro, informou a Rádio Vaticano, estava repleta neste domingo para este evento histórico. Faixas e cartazes em várias línguas demonstraram o carinho dos fiéis. A Praça se enchia desde as primeiras horas da manhã aos poucos foi sendo tomada por religiosas, sacerdotes, turistas, mas principalmente por famílias com crianças e muitos jovens.

Ao meio-dia, assim que a cortina da janela de seus aposentos se abriu, Bento XVI foi aclamado pela multidão.

Em sua catequese o Papa iniciou a meditação ressaltando que “no segundo domingo da Quaresma, a liturgia nos apresenta sempre o Evangelho da Transfiguração do Senhor”.

“O evangelista Lucas coloca especial atenção para o fato de que Jesus foi transfigurado enquanto orava: a sua é uma profunda experiência de relacionamento com o Pai durante uma espécie de retiro espiritual que Jesus vive em uma alta montanha na companhia de Pedro, Tiago e João.

“O Senhor, que pouco antes havia predito sua morte e ressurreição (9:22), oferece a seus discípulos antes da sua glória. E mesmo na Transfiguração, como no batismo, ouvimos a voz do Pai Celestial, "Este é o meu Filho, o Eleito ouvi-lo" (9:35). A presença de Moisés e Elias, representando a Lei e os Profetas da Antiga Aliança, é muito significativa: toda a história da Aliança está focada Nele, o Cristo, que faz um "êxodo" novo (9:31) , não para a terra prometida, como no tempo de Moisés, mas para o céu”, explicitou o Papa.

Meditando sobre a atitude do Apóstolo Pedro que queria continuar no Tabor, prolongando a experiência de comunhão com o Senhor, o Papa afirmou que da Transfiguração do Senhor “podemos tirar um ensinamento muito importante. Primeiro, o primado da oração, sem a qual todo o trabalho de apostolado e de caridade é reduzido ao ativismo. Na Quaresma, aprendemos a dar bom tempo para a oração, pessoal e comunitária, o que dá ânimo à nossa vida espiritual. Além disso, a oração não é isolar-se do mundo e suas contradições, como no Tabor desejava Pedro, mas a oração reconduz ao caminho, à ação. "A vida cristã - Eu escrevi na Mensagem para a Quaresma - consiste em uma subida contínua da montanha para encontrar-se com Deus, antes de cair de volta trazendo o amor e o poder dele derivado, a fim de servir os nossos irmãos e irmãs com o mesmo amor de Deus "

Partilhando sobre seu retiro a uma vida dedicada à oração e reflexão, que terá início após sua renúncia que será efetiva dentro de 3 dias, o Papa afirmou que “o Senhor me chama a "subir o monte”, para me dedicar ainda mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja, ao contrário, se Deus me pede isso é precisamente para que eu possa continuar a servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor com o qual eu fiz até agora, mas de um modo mais adequado à minha idade e às minhas forças”.

Na saudação em várias línguas, Bento XVI falou também em português: “Queridos peregrinos de língua portuguesa que viestes rezar comigo o Angelus: obrigado pela vossa presença e todas as manifestações de afeto e solidariedade, em particular pelas orações com que me estais acompanhando nestes dias. Que o bom Deus vos cumule de todas as bênçãos”.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

A Igreja e a mídia



Lamentável o papel dos meios de comunicação quando cobrem notícias sobre a Igreja! Lamentável que alguns site e blogs ditos católicos se prestem a ecoar o lixo que se divulga por aí...
A Cúria Romana não é um covil de ladrões nem um antros de amorais. O Papa não era um isolado dentro da Cúria e pela Cúria. Ele mesmo disse isto várias vezes.
Como toda cúria, como todo pessoal burocrático do mundo, o pessoal da Cúria Romana tem suas fraquezas e falhas. Mas daí a querer fazer da Cúria um antro vai uma distância muito grande. Conheci sacerdotes dedicados que deram a vida no trabalho generoso pela Igreja precisamente na burocracia da Cúria.
Mas, para a mídia, é necessário criar casos, levantar suspeitas, fazer ilações...
O triste é constatar católicos que engolem esse tipo de coisa... Na eleição de Bento XVI foi assim; agora de novo!
Peço aos católicos: concentremo-nos no essencial: o Santo Padre renunciou livre e conscientemente; deu-nos seus motivos, com a simplicidade, sinceridade e clareza de sempre. Preparemo-nos pela oração para acompanhar a escolha do novo Sucessor de Pedro.
Candidatos? Bobagem! Deixemos isso para o mundo e para a imprensa que não compreende nada da lógica do Evangelho. Vi um monte de lista de papáveis: cada uma mais tola e ingênua que a outra! Os critérios e preocupações dos cardeais são muito diversos dos da mídia!
Católicos, rezemos e, reverentemente aguardemos a eleição do novo Sucessor de Pedro!

Por Dom Henrique Soares da Costa-Bispo auxiliar de Aracajú/SE

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Papa em retiro: cardeal fala sobre figura do sacerdote e família

"O sacerdote deve estar presente na sociedade, propriamente porque é o elo entre Deus e as pessoas, deve ter liberdade de todos os laços e interesse concreto".


No penúltimo dia dos exercícios espirituais no Vaticano, nesta sexta-feira, 22, o presidente do Pontifício Conselho da Cultura, cardeal Gianfranco Ravasi, responsável pelas meditações deste ano, centrou sua reflexão sobre a figura do sacerdote, mas também sobre a família e os idosos.

A primeira meditação do dia foi a partir dos Salmos 16 e 73, dois textos sacerdotais que têm no final uma mensagem quaresmal. Em ambos se confessa a fraqueza, o pecado, mas depois se olha à meta final que é a comunhão perfeita com Deus. Descrevendo as características do sacerdote na Torá, o cardeal se concentrou em um ponto fundamental, que é a presença do sacerdote na sociedade.

"O sacerdote deve estar presente na sociedade, propriamente porque é o elo entre Deus e as pessoas, deve ter liberdade de todos os laços e interesse concreto, não deve participar, não deve deixar-se levar nas questões da política, embora presente com o seu testemunho".

Com relação ao Salmo 73, dom Ravasi lembrou que nas "coisas santas de Deus" indica-se o caminho para voltar para Ele. Depois das crises vocacionais, ele destacou que se reencontra o caminho antes de tudo na oração, na confiança completa e no abandono ao projeto que o Senhor reserva para cada um, mas em particular na pureza da fé.

Já na segunda meditação, cardeal Ravasi falou sobre a família. Ele destacou que, infelizmente, a sociedade contemporânea adotou como emblema a "porta blindada", em que se tem medo de tudo o que está lá fora. Ele citou a figura do pai, no Salmo 128, como aquele que mantém a família, a mãe sua "vinha fecunda", aquela que está na intimidade da casa.

O presidente do Pontifício Conselho da Cultura falou ainda dos filhos, sinais da criação e da história da salvação que continua, e também dos idosos, presentes repetidamente no Saltério. Deles se recorda quantos são testemunhas, voz "do braço do seu poder". Concluindo a meditação, o cardeal Ravasi recitou um antigo hino tibetano: "o corpo do idoso é um precioso tesouro de canções de fé".

Neste sábado, 23, o cardeal faz sua última meditação no retiro quaresmal e o Papa Bento XVI fará um discurso, concluindo os exercícios espirituais.

Fonte: Rádio Vaticano

Da redação do Portal Ecclesia.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Curso sobre Lectio Divina em São Paulo/SP - 1º Dia

Ontem, dia 20 de fevereiro, iniciamos o I Curso sobre Lectio Divina na Paróquia Santa Teresinha, no bairro de Higienópolis, em São Paulo/SP. Foi um momento de muita graça, especialmente por podermos mergulhar mais no conhecimento de Deus através da leitura oracional das Sagradas Escrituras. Nesse primeiro dia vimos a origem da Lectio Divina, o que é a Lectio propriamente dita e uma iniciação aos degraus da Lectio.
Veja abaixo as fotos:









quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Festa litúrgica de Francisco e Jacinta Marto



Fátima, 20 de Fevereiro de 2013 (Zenit.org).

A Igreja celebra a 20 de fevereiro a festa litúrgica dos beatos Francisco e Jacinta Marto, dois dos três pastorinhos videntes de Nossa Senhora, em 1917. A data coincide com a da morte da beata Jacinta Marto.
Para o reitor do Santuário de Fátima, em palavras proferidas na homilia da Eucaristia celebrada esta manhã na Basílica da Santíssima Trindade, o “grande engano” é pensar-se que os dois pequenos videntes foram beatificados por terem visto Nossa Senhora.
“Não foram beatificados por terem visto Nossa Senhora: a Igreja proclamou-os beatos porque, depois das aparições, transformaram as suas vidas, orientando-a totalmente para Deus. Não fizeram actos extraordinários: viveram radicalmente centrados em Deus na sua condição de crianças”, disse o padre Carlos Cabecinhas.
Em tempo de Quaresma, o reitor destacou o testemunho dos Beatos, que, disse, deve “desafiar vivamente” os cristãos a viverem este tempo de conversão que antecede a Páscoa.
“Nos Pastorinhos encontramos um modelo para a nossa vivência quaresmal. Peçamos a sua intercessão para que a nossa vivência da Quaresma, como tempo de mais intensa oração, escuta mais frequente da Palavra de Deus, Penitência e amor ao próximo, seja frutuosa e nos leve a celebrar e viver festivamente a Páscoa que se aproxima, para que, um dia, possamos viver com os Beatos Francisco e Jacinta a Páscoa eterna junto de Deus”, afirmou.
A eucaristia terminou com a bênção das crianças presentes na celebração.
O programa oficial que o Santuário de Fátima propôs para a celebração desta festa iniciou na noite de ontem na Capelinha das Aparições, com a recitação do Rosário, seguida, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário, de uma Vigília de Oração.
Nesta Basílica, no local onde estão tumulados os três videntes de Fátima, a oração foi enriquecida com a evocação e contemplação de momentos e gestos das curtas vidas dos beatos Francisco e Jacinta, através da leitura de passagens das “Memórias da Irmã Lúcia”.
LeopolDina Simões

Nossa fé na Igreja


Desde que, no dia 11 de fevereiro, o papa Bento 16 anunciou que renunciará à Cátedra de São Pedro como Sumo Pontífice, no dia 28 de fevereiro, apareceram na mídia as manifestações mais diversas sobre o Papa e a Igreja. De repente, a Igreja Católica está novamente no centro das atenções, talvez até para a surpresa e irritação daqueles que achavam que ela já fosse página virada na história. Muitas dessas manifestações são compreensíveis apenas a partir de posições preconceituosas em relação à Igreja, que não vão além de retirar da gaveta (ou da internet) velhos fichários, aplicando-os às circunstâncias presentes de maneira inapropriada e até injusta. Quanta especulação em torno da renúncia do Papa!

Mas quem leu as palavras do próprio Bento 16, ao apresentar sua intenção de renunciar diante de um grupo de cardeais? Elas foram logo sendo colocadas de lado ou postas sob suspeita, como não verdadeiras, e todas as atenções voltaram-se para as teses de supostos “entendidos” nas coisas do Vaticano, mais sabedores das intenções do Papa que ele próprio!

Será que o Papa não merece mais respeito e crédito naquilo que disse em seu comunicado, emitido somente depois de longa e conscienciosa reflexão e oração diante de Deus? Falaram de tribuna os críticos do Papa e da Igreja; mereceriam eles mais fé que o próprio Papa, quando fala da sua intenção de renunciar e dos motivos que o levaram a isso? Algumas considerações dão a impressão de não distinguir entre o que é fantasia de romance e de cinema e o que é a realidade mesma. Como é importante, nesses momentos, ir às fontes, ao texto original, e não se basear em conceitos e considerações várias vezes recicladas, até perderem a aderência ao fato que lhes deram origem!

A verdade é que o próprio Bento 16 havia aludido, há cerca de dois anos, a possibilidade da renúncia no livro de entrevistas dadas a um jornalista alemão, publicado em português com o título - “Luz do Mundo”. Por outro lado, embora a renúncia de um papa seja um fato novo para nós, essa possibilidade até está prevista no Código de Direito Canônico. O Papa teria renunciado por pressão de alguém? Tenho a certeza de que não foi por isso. Ele mesmo disse que tomou essa pesada decisão somente depois de rezar longamente e de examinar várias vezes a sua consciência diante de Deus. As suas condições de saúde, devidas também à idade, já não lhe permitiam mais levar adiante, de maneira adequada, a grande responsabilidade de sumo pontífice. Por isso, decidiu renunciar e pediu que os cardeais elejam um novo papa.

E como fica a Igreja? Deverá ter um novo papa, pois ela tem no papa o sucessor do apóstolo Pedro, a quem Jesus confiou o pastoreio universal das ovelhas do Supremo Pastor, Jesus Cristo. Como Pedro, o papa recebe de Cristo a missão de “confirmar os irmãos na unidade fé” e de ser o “primeiro” dentre os sucessores dos apóstolos, que são os bispos; estes, unidos ao papa, são responsáveis pela Igreja presente em cada uma de suas dioceses. Todos juntos e unidos ao papa, eles são responsáveis pela vida e a missão da Igreja inteira. Nossa Igreja não pode ficar por longo tempo sem o papa. E enquanto a sede de Pedro está vacante, a própria norma da Igreja prevê como deve acontecer tudo para eleger um novo papa.

Neste tempo, devemos colocar-nos em atitude de oração e pedir que o Espírito Santo aumente a nossa fé e conduza a Igreja na fidelidade a Cristo e seu Evangelho. O Espírito o faz através das mediações humanas, em que pode haver deficiências e falhas, como acontece em toda parte onde há pessoas e organizações humanas. No entanto, sendo o Espírito Santo a “alma da Igreja” e Aquele que a conduz de maneira sua, e misteriosa e segura, ela sempre consegue encontrar as respostas para as situações novas que vive.

As avaliações e análises sobre a Igreja, que a consideram simplesmente uma organização humana e não levam em conta essa realidade de fé, acabam sempre sendo deficientes. Só com o olhar da fé, e a partir de dentro dela, é que se pode compreender bem a Igreja. Ela faz parte daquele Mistério da Fé, relacionado diretamente com o desígnio e a ação de Deus salvador e com o Mistério de Jesus Cristo Salvador.

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 19.02.2013

Cardeal Odilo Pedro Scherer

Arcebispo de São Paulo

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Sacerdote: Depois de ser abusada, minha mãe não abortou, perdoei e confessei o meu pai


                                          Sacerdote Luis Alfredo León Armijos


REDAÇÃO CENTRAL, 18 Fev. 13 / 01:43 pm (ACI/EWTN Noticias).- "Eu poderia estar em uma lata de lixo, mas me deram a vida", afirma o sacerdote Luis Alfredo León Armijos, de Loja (Equador) quem aos seus 41 anos compartilha sua história. O seu nascimento foi fruto de um estupro quando sua mãe tinha apenas 13 anos. O presbítero também conta como conheceu e perdoou o seu pai a quem confessou e que agora leva uma vida de fé.
Em diálogo telefônico com o grupo ACI em 6 de fevereiro, o sacerdote diocesano e pároco da Paróquia São José em Loja, relatou que sua mãe, María Eugenia Armijos Romero, quando ainda era menor, cuidava e limpava uma casa em Loja para ajudar os seus pais e seus sete irmãos: "o dono da casa aproveitando que estava sozinho, abusou dela deixando-a grávida".
Apesar do rechaço de sua família que "não queria que o bebê nascesse e por isso batiam na sua barriga e davam-lhe algumas bebidas para que abortasse", María sempre defendeu a vida de seu filho e ao ver-se sozinha e sem apoio "orou e sentiu em seu coração que o Senhor lhe dizia: defende essa criança que está em ti", contou o Pe. León.
María fugiu de Loja para a cidade de Cuenca onde sobreviveu por seus próprios meios. No domingo 10 de outubro de 1961 às 10:00 a.m., em um parto cheio de complicações por sua pequena idade e fraca contextura, nasceu Luis Alfredo com alguns problemas respiratórios que o amor de mãe também ajudou a sanar.
Depois de um tempo e com a ajuda paterna, María voltou para Loja para começar "uma vida como mãe solteira. Meu pai aceitou reconhecer-me e encarregar-se de mim, mas isso não quer dizer que as coisas estavam bem entre eles", relatou o Pe. León.
O presbítero recorda que seu "pai visitava sempre a casa e cumpria suas obrigações para conosco. Eles (seus pais) tiveram mais 3 filhos, e minha relação com ele era distante, mas boa. Eu tinha muito respeito por ele, infundia autoridade, foi muito forte comigo, me levava para trabalhar".
Quando o Pe. León tinha 16 anos o convidaram à Renovação Carismática onde "tive meu primeiro encontro com Cristo, aprendi de seu amor maravilhoso", e começou a pregar e dar catequese "em todo lugar que Deus me colocava" como nos ônibus e nas casas de recuperação de menores.
Aos 18 anos sentiu o chamado à vocação sacerdotal e ingressou no Seminário de Loja sobrepondo-se à oposição do seu pai. "Ele me dizia: você não pode ser sacerdote porque você deve saber bem quem você é".
Com uma permissão especial do Bispo por sua pouca idade, foi ordenado aos 23 anos: "foi toda uma bênção para minha vida", recorda.
Dois anos depois ingressou no Caminho Neocatecumenal e sua mãe lhe contou, depois de terminar a relação com seu pai, como foi que veio ao mundo. Isso marcou o ponto de início para um caminho de reconciliação de ambos. O sacerdote ajudou a sua mãe a entender que não podia odiar o seu pai e que Deus a convidava a amar sua própria história.
O sacerdote relatou ao grupo ACI que com esta experiência ele compreendeu que sempre tinha pregado aos outros sobre o amor de Cristo em suas vidas e agora entendia que "Deus me permitia ser sacerdote não para julgar, mas para perdoar, para ser instrumento de sua misericórdia, e eu tinha julgado muito o meu pai por tudo".
Anos mais tarde recebeu uma ligação do seu pai "ia fazer uma operação e estava com medo, e me disse: quero que me confesse". Depois de 30 anos sem comungar, "meu pai retornou à comunhão, à Eucaristia".
"Eu lhe dizia: pai, você merece o céu, uma vida eterna, assim como a Igrejatambém está me fazendo ver o céu, e nesse momento os olhos do meu pai se encheram de lágrimas".
Quando o Pe. León prega para mães gestantes que passam por dificuldades lhes recorda que assim como Jeremias, Deus forma no ventre a vida de um filho, e que não o vejam como "um filho que traz sofrimento, que traz dor, eu lhes digo que um filho traz a salvação, traz bênçãos".
"Como Jesus Cristo que foi insultado, açoitado, já desde menino foi causa de cruz e de dor, em seus filhos recebam a bênção de Jesus" adicionou.
O presbítero aconselha aos filhos que conheçam bem "a própria história. Aprendam a ver as coisas desde o amor de Deus. Podemos inteirar-nos de nossa história e odiar a própria vida, julgar a Deus como aconteceu comigo, mas descobri que o amor de Deus tinha estado aí me cuidando em toda a vida".
"Jovem, se o pai da terra errou e te falhou, Deus Pai nunca nos falhou. Se for filho e mãe solteira deve ver em sua vida como Deus Pai te cuidou", exorta.
"Eu poderia estar em uma lata de lixo, mas me deram à vida, eu digo é uma gratuidade, tudo o que tenho, a vida em si mesmo é um dom delicioso que Deus dá", concluiu.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Uma liberdade que assusta!




Que liberdade é esta, surpreendente, desconcertante, desse Bento XVI? Onde encontrou luz, fibra, inspiração para tomar uma decisão tão importante deixando-se guiar somente pela sua consciência? Qual o segredo desse homem tão frágil fisicamente e tão gigante na fé?

O segredo é uma Pessoa, é Jesus Cristo nosso Senhor, em Quem o Santo Padre sempre teve seu olhar fixo! Seu amor a Jesus, sua intimidade com Jesus, sua entrega total a Jesus - eis o motivo de Bento XVI, o único, simples e absoluto motivo!

Sabem o que me impressiona e faz-me rir, meus amigos? É a tremenda hipocrisia de um mundo que vive falando em autenticidade, liberdade, em simplicidade, e quando encontra um homem tão autêntico, tão livre, tão simples quanto Bento XVI, fica apavorado, não o compreende e, então, sem compreender a simplicidade desarmada de seus motivos, a limpidez de sua palavra, fica a todo custo inventando motivos, procurando explicações complexas, criando conspirações e tramas...

Tudo porque não consegue suportar, não pode compreender, não é capaz de enquadrar a lógica de um homem que vive, pensa e age segundo o Evangelho.

Na verdade, nunca agradeceremos o bastante ao Santo Padre Bento XVI por este seu vívido e profético gesto de amor a Cristo e à Igreja!

Confesso sem acanhamento: esse homem é um gigante, diante do qual sinto-me miseravelmente pequeno.

Que orgulho tenho de Cristo, que gera homens assim, livres!

Que orgulho tenho da Igreja, minha Mãe, que mostra ao mundo pastores assim, generosos, preocupados do interesse de Cristo e não dos seus próprios!

Que gratidão deveríamos ter ao Senhor por presenciar gestos assim!

Dom Henrique Soares da Costa, 
Bispo Titular de Acúfica e Auxiliar de Aracaju.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

A renúncia do Papa Bento XVI



Recebi a notícia da renúncia do Papa Bento XVI quando estava pregando o retiro do Movimento da Transfiguração no Mosteiro Trapista Nossa Senhora do Novo Mundo, no Paraná. Tomei um grande susto e confesso que levei alguns dias para conseguir assimilar essa notícia. Nestes últimos oito anos acompanhei seus passos quase que diariamente, e com isso fui desenvolvendo um relacionamento e afeto que se tem a um grande amigo ou a um familiar muito próximo. 


Na verdade tive meu primeiro contato com Bento XVI na época que ele era Cardeal, através da leitura de um livro de entrevistas: “Sal da terra e Luz do mundo”. Isso foi no ano de 1992. A partir daí, ele foi se tornando aquele que era o meu Cardeal preferido, por isso senti uma grande emoção quando o vi eleito Papa, em 2005. Desde esse dia minha aproximação de sua pessoa tornou-se cada vez mais intensa. 

É com um véu de tristeza no meu coração que tomo a consciência de que não poderei vê-lo – através das imagens – nas audiências gerais todas as quartas-feiras; nas transmissões das celebrações que ele presidia; e, principalmente, seus discursos e homilias que eu esperava ansiosamente a tradução para o português. Tenho que reconhecer que ele foi e é o grande mestre da minha vida cristã, pois seus ensinamentos foram uma janela que se abriu para que eu conhecesse mais o mistério de Deus, da Igreja e, consequentemente, da situação do mundo de hoje.

A sua renúncia ressalta duas virtudes vividas com muita intensidade: a humildade e a coragem. Santa Teresa de Ávila diz que a humildade é a verdade. Bento XVI, ao renunciar, fez uma análise muito profunda da verdade acerca de suas condições físicas e as necessidades da Igreja de hoje, mostrando com isso uma grande humildade, tendo assim a clareza do que era o melhor para Igreja. A segunda virtude, a da coragem de colocar em prática aquilo que sua consciência, iluminada pela luz da fé, o orientava a fazer, sem temer a expectativa das pessoas nem os seus comentários. Sua renúncia é um coroar da vivência dessas duas virtudes em toda sua vida. 

Bento XVI ficará na história como um grande mestre da fé, com a mesma grandeza que os padres da Igreja o foram. Acredito que seus escritos farão com que sua influência na Igreja cresça ao longo do tempo, como aconteceu com os grandes mestres da fé da Igreja, como: Santo Agostinho, Santo Inácio de Antioquia, São Tomás de Aquino e outros. Isto acontecerá especialmente porque, aliado a seus grandes conhecimentos teológicos, está sua santidade de vida. 

Resta-nos expressarmos nossa gratidão a Deus pelo bom pastor que Ele nos deu na pessoa de Bento XVI, e a nossa oração intensa e perseverante para que o Espirito Santo ilumine os Cardeais na eleição do novo Papa, para que ele seja um homem segundo o coração de Deus. 

Cesar Augusto Nunes de Oliveira
Fundador do Movimento da Transfiguração

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Curso sobre Lectio Divina em São Paulo/SP


Retiro no Mosteiro Trapista - Carnaval de 2013

Nos dias 9, 10, 11 e 12 de fevereiro estivemos no Mosteiro Trapista, em Campo do Tenente/PR, para mais um retiro do Movimento da Transfiguração no período do carnaval. Foi um momento de muita graça e aprofundamento da nossa fé. O tema do retiro foi "A Fé como caminho para a caridade", pregado por mim a partir da mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma de 2013, enfocando também os pecados capitais e as purificações da alma (São João da Cruz). 
Durante o retiro tivemos também uma explanação do Pe. Alexandre sobre confissão e como preparar-se para ela.
Com certeza um dos pontos mais fortes do retiro foi a pregação do Abade Bernardo, que sempre nos edifica pelo seu testemunho e por suas palavras que penetram de forma profunda cada um de nós.
Veja abaixo as fotos:














Foto com D. Abade Bernardo, depois da pregação que ele deu para nós


Lista dos cardeais que participarão do conclave para eleger o sucessor de Bento XVI

Publicado em 14/02/2013, às 21:55.

Cinco eleitores são brasileiros: dom Geraldo Majella Agnelo, dom Odilo Pedro Scherer, dom Raymundo Damasceno Assis, dom João Braz de Aviz e dom Cláudio Hummes.


Com a renúncia do Papa Bento XVI, um conclave para a escolha do novo Pontífice será realizado a partir do dia 15 de março. Nesta data, cardeais de todo o mundo se reunirão no Vaticano para eleger o novo Papa. Estarão aptos a participar da eleição 117 cardeais - que terão até 79 anos a partir do início da Sé vacante, período entre a saída de um Papa e a escolha de seu sucessor.

São cardeais eleitores aqueles que não tiverem completado 80 anos até o início da Sé vacante - o período entre a renúncia do Papa e a escolha de um novo Pontífice. Desta vez, há 117 que atendem o requisito. Três deles completam 80 anos em março, mas poderão participar do conclave e dar seus votos. Cinco eleitores são brasileiros. O cardeal mais novo, o indiano Baselios Cleemis Thottunkal, tem 53 anos.

Confira a lista dos cardeais que poderão votar e a idade deles no início do conclave (previsto para iniciar em 15 de março):

Walter Kasper, alemão, 80 anos (completados em 5 de março, após o início da Sé Vacante)
Severino Poletto, italiano, 79 anos (fará 80 em 18 de março, após o início do Conclave)
Juan Sandoval Iñiguez, mexicano, 79 anos (fará 80 em 28 de março, após o início da Sé Vacante e possivelmente após a definição do novo Papa)
Godfried Danneels, belga, 79 anos
Francisco Javier Errázuriz Ossa, chileno, 79 anos
Raffaele Farina, italiano, 79 anos
Geraldo Majella Agnelo, brasileiro, 79 anos
Joachim Meisner, alemão, 79 anos
Raúl Eduardo Vela Chiriboga, equatoriano, 79 anos
Giovanni Battista Re, italiano, 79 anos
Dionigi Tettamanzi, italiano, 79 anos
Francesco Monterisi, italiano, 78 anos
Cláudio Hummes, brasileiro, 78 anos
Carlos Amigo Vallejo, espanhol, 78 anos
Paolo Sardi, italiano, 78 anos
Paul Josef Cordes, alemão, 78 anos
Franc Rodé, esloveno, 78 anos
Tarcisio Bertone, italiano, 78 anos
Julius Riyadi Darmaatmadja, indonésio, 78 anos
Jean-Baptiste Pham Minh Mân, vietnamita, 78 anos
Giovanni Lajolo, italiano, 78 anos
Antonius Naguib, egípcio, 77 anos
Justin Francis Rigali, norte-americano, 77 anos
Velasio de Paolis, italiano, 77 anos
Santos Abril y Castelló, espanhol, 77 anos
José da Cruz Policarpo, português, 77 anos
Roger Michael Mahony, norte-americano, 77 anos
Julio Terrazas Sandoval, boliviano, 77 anos
Ivan Dias, indiano, 76 anos
Karl Lehmann, alemão, 76 anos
William Joseph Levada, norte-americano, 76 anos
Anthony Olubunmi Okogie, nigeriano, 76 anos
Jean-Claude Turcotte, canadense, 76 anos
Antonio María Rouco Varela, espanhol, 76 anos
Jaime Lucas Ortega y Alamino, cubano, 76 anos
Nicolás de Jesús López Rodríguez, dominicano, 76 anos
Ennio Antonelli, italiano, 76 anos
Théodore-Adrien Sarr, senegalês, 76 anos
Jorge Mario Bergoglio, argentino, 76 anos
Francis Eugene George, norte-americano, 76 anos
Audrys Juozas Bačkis, lituano, 76 anos
Raymundo Damasceno Assis, brasileiro, 76 anos
Attilio Nicora, italiano, 75 anos
Lluís Martínez Sistach, espanhol, 75 anos
Antonio Maria Vegliò, italiano, 75 anos
Paolo Romeo, italiano, 75 anos
Francesco Coccopalmerio, italiano, 75 anos
Keith Michael Patrick o’Brien, escocês, 74 anos
Manuel Monteiro de Castro, português, 74 anos
Carlo Caffarra, italiano, 74 anos
Angelo Amato, italiano, 74 anos
Edwin Frederick o’Brien, norte-americano, 73 anos
Stanisŀaw Dziwisz, polonês, 73 anos
John Tong Hon, chinês, 73 anos
Seán Baptist Brady, irlandês, 73 anos
Laurent Monsengwo Pasinya, congolês, 73 anos
Zenon Grocholewski, polonês, 73 anos
Telesphore Placidus Toppo, indiano, 73 anos
Béchara Boutros Rai, libanês, 73 anos
Agostino Vallini, italiano, 72 anos
Donald William Wuerl, norte-americano, 72 anos
Gabriel Zubeir Wako, sudanês, 72 anos
Wilfrid Fox Napier, sul-africano, 72 anos
George Pell, australiano, 71 anos
Angelo Scola, italiano, 71 anos
Norberto Rivera Carrera, mexicano, 70 anos
Jorge Liberato Urosa Savino, venezuelano, 70 anos
Rubén Salazar Gómez, colombiano, 70 anos
Giuseppe Bertello, ialiano, 70 anos
Gianfranco Ravasi, italiano, 70 anos
André Vingt-Trois,francês, 70 anos
Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, hondurenho, 70 anos
Angelo Bagnasco, italiano, 70 anos
Domenico Calcagno, italiano, 70 anos
Jean-Louis Tauran, francês, 69 anos
Dominik Duka, tcheco, 69 anos
Crescenzio Sepe, italiano, 69 anos
Giuseppe Versaldi, italiano, 69 anos
Angelo Comastri, italiano, 69 anos
Leonardo Sandri, argentino, 69 anos
Juan Luis Cipriani Thorne, peruano, 69 anos
John Olorunfemi Onaiyekan, nigeriano, 69 anos
Marc Ouellet, canadense, 68 anos
Seán Patrick o’Malley, norte-americano, 68 anos
Polycarp Pengo, tanzaniano, 68 anos
Mauro Piacenza, italiano, 68 anos
Jean-Pierre Ricard, francês, 68 anos
Oswald Gracias, indiano, 68 anos
John Njue, queniano, 68 anos
Christoph Schönborn, austríaco, 68 anos
George Alencherry, inidano, 67 anos
Robert Sarah, guineano, 67 anos
Stanisław Ryłko, polonês, 67 anos
Vinko Puljić, bósnio, 67 anos
Antonio Cañizares Llovera, espanhol, 67 anos
Fernando Filoni, italiano, 66 anos
Thomas Christopher Collins, canadense, 66 anos
Giuseppe Betori, italiano, 66 anos
João Braz de Aviz, brasileiro, 65 anos
Albert Malcolm Ranjith Patabendige Don, cingalês, 65 anos
Raymond Leo Burke, norte-americano, 64 anos
Peter Kodwo Appiah Turkson, ganense, 64 anos
Francisco Robles Ortega, mexicano, 64 anos
Josip Bozanić, croata, 63 anos
Daniel Nicholas Dinardo, norte-americano, 63 anos
Odilo Pedro Scherer, brasileiro, 63 anos
James Michael Harvey, norte-americano, 63 anos
Kazimierz Nycz, polonês, 63 anos
Timothy Michael Dolan, norte-americano, 63 anos
Kurt Koch, suíço, 63 anos
Philippe Barbarin, francês, 62 anos
Péter Erdő, húngaro, 60 anos
Willem Jacobus Eijk, holandês, 59 anos
Reinhard Marx, alemão, 59 anos
Rainer Maria Woelki, alemão, 56 anos
Luis Antonio G. Tagle, filipino, 55 anos
Baselios Cleemis Thottunkal, indiano, 53 anos

Fonte: G1

Da redação do Portal Ecclesia.