VATICANO, 24 Fev. 13 / 09:42 am (ACI).- No marco do segundo domingo da
Quaresma, e em seu último ângelus como Sumo Pontífice Bento XVI fez um chamado
à primazia da oração na vida cristã, e partilhou que, agora, mediante uma vida
de oração “não abandono a Igreja, pelo contrário. Continuarei a servi-la com a
mesma dedicação e o mesmo amor”.
A Praça S. Pedro, informou a Rádio Vaticano, estava repleta neste
domingo para este evento histórico. Faixas e cartazes em várias línguas
demonstraram o carinho dos fiéis. A Praça se enchia desde as primeiras horas da
manhã aos poucos foi sendo tomada por religiosas, sacerdotes, turistas, mas
principalmente por famílias com crianças e muitos jovens.
Ao meio-dia, assim que a cortina da janela de seus aposentos se abriu,
Bento XVI foi aclamado pela multidão.
Em sua catequese o Papa iniciou a meditação ressaltando que “no segundo
domingo da Quaresma, a liturgia nos apresenta sempre o Evangelho da
Transfiguração do Senhor”.
“O evangelista Lucas coloca especial atenção para o fato de que Jesus
foi transfigurado enquanto orava: a sua é uma profunda experiência de
relacionamento com o Pai durante uma espécie de retiro espiritual que Jesus
vive em uma alta montanha na companhia de Pedro, Tiago e João.
“O Senhor, que pouco antes havia predito sua morte e ressurreição
(9:22), oferece a seus discípulos antes da sua glória. E mesmo na
Transfiguração, como no batismo, ouvimos a voz do Pai Celestial, "Este é o
meu Filho, o Eleito ouvi-lo" (9:35). A presença de Moisés e Elias,
representando a Lei e os Profetas da Antiga Aliança, é muito significativa:
toda a história da Aliança está focada Nele, o Cristo, que faz um
"êxodo" novo (9:31) , não para a terra prometida, como no tempo de
Moisés, mas para o céu”, explicitou o Papa.
Meditando sobre a atitude do Apóstolo Pedro que queria continuar no
Tabor, prolongando a experiência de comunhão com o Senhor, o Papa afirmou que
da Transfiguração do Senhor “podemos tirar um ensinamento muito importante.
Primeiro, o primado da oração, sem a qual todo o trabalho de apostolado e de
caridade é reduzido ao ativismo. Na Quaresma, aprendemos a dar bom tempo para a
oração, pessoal e comunitária, o que dá ânimo à nossa vida espiritual. Além
disso, a oração não é isolar-se do mundo e suas contradições, como no Tabor
desejava Pedro, mas a oração reconduz ao caminho, à ação. "A vida cristã -
Eu escrevi na Mensagem para a Quaresma - consiste em uma subida contínua da
montanha para encontrar-se com Deus, antes de cair de volta trazendo o amor e o
poder dele derivado, a fim de servir os nossos irmãos e irmãs com o mesmo amor
de Deus "
Partilhando sobre seu retiro a uma vida dedicada à oração e reflexão,
que terá início após sua renúncia que será efetiva dentro de 3 dias, o Papa
afirmou que “o Senhor me chama a "subir o monte”, para me dedicar ainda
mais à oração e à meditação. Mas isto não significa abandonar a Igreja, ao
contrário, se Deus me pede isso é precisamente para que eu possa continuar a
servi-la com a mesma dedicação e o mesmo amor com o qual eu fiz até agora, mas
de um modo mais adequado à minha idade e às minhas forças”.
Na saudação em várias línguas, Bento XVI falou também em português:
“Queridos peregrinos de língua portuguesa que viestes rezar comigo o Angelus:
obrigado pela vossa presença e todas as manifestações de afeto e solidariedade,
em particular pelas orações com que me estais acompanhando nestes dias. Que o
bom Deus vos cumule de todas as bênçãos”.
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