Recebi
a notícia da renúncia do Papa Bento XVI quando estava pregando o retiro
do Movimento da Transfiguração no Mosteiro Trapista Nossa Senhora do
Novo Mundo, no Paraná. Tomei um grande susto e confesso que levei
alguns dias para conseguir assimilar essa notícia. Nestes últimos oito
anos acompanhei seus passos quase que diariamente, e com isso fui
desenvolvendo um relacionamento e afeto que se tem a um grande amigo ou a
um familiar muito próximo.
Na verdade tive meu primeiro
contato com Bento XVI na época que ele era Cardeal, através da leitura
de um livro de entrevistas: “Sal da terra e Luz do mundo”. Isso foi no
ano de 1992. A partir daí, ele foi se tornando aquele que era o meu
Cardeal preferido, por isso senti uma grande emoção quando o vi eleito
Papa, em 2005. Desde esse dia minha aproximação de sua pessoa tornou-se
cada vez mais intensa.
É com um véu de tristeza no meu coração
que tomo a consciência de que não poderei vê-lo – através das imagens –
nas audiências gerais todas as quartas-feiras; nas transmissões das
celebrações que ele presidia; e, principalmente, seus discursos e
homilias que eu esperava ansiosamente a tradução para o português. Tenho
que reconhecer que ele foi e é o grande mestre da minha vida cristã,
pois seus ensinamentos foram uma janela que se abriu para que eu
conhecesse mais o mistério de Deus, da Igreja e, consequentemente, da
situação do mundo de hoje.
A sua renúncia ressalta duas
virtudes vividas com muita intensidade: a humildade e a coragem. Santa
Teresa de Ávila diz que a humildade é a verdade. Bento XVI, ao
renunciar, fez uma análise muito profunda da verdade acerca de suas
condições físicas e as necessidades da Igreja de hoje, mostrando com
isso uma grande humildade, tendo assim a clareza do que era o melhor
para Igreja. A segunda virtude, a da coragem de colocar em prática
aquilo que sua consciência, iluminada pela luz da fé, o orientava a
fazer, sem temer a expectativa das pessoas nem os seus comentários. Sua
renúncia é um coroar da vivência dessas duas virtudes em toda sua vida.
Bento XVI ficará na história como um grande mestre da fé, com a mesma
grandeza que os padres da Igreja o foram. Acredito que seus escritos
farão com que sua influência na Igreja cresça ao longo do tempo, como
aconteceu com os grandes mestres da fé da Igreja, como: Santo Agostinho,
Santo Inácio de Antioquia, São Tomás de Aquino e outros. Isto
acontecerá especialmente porque, aliado a seus grandes conhecimentos
teológicos, está sua santidade de vida.
Resta-nos expressarmos
nossa gratidão a Deus pelo bom pastor que Ele nos deu na pessoa de
Bento XVI, e a nossa oração intensa e perseverante para que o Espirito
Santo ilumine os Cardeais na eleição do novo Papa, para que ele seja um
homem segundo o coração de Deus.
Cesar Augusto Nunes de Oliveira
Fundador do Movimento da Transfiguração
Nosso site: www.movimentodatransfiguracao.com.br
Nosso blog: http://cesaraugustoliveira.blogspot.com/
Facebook: http://www.facebook.com/mtransfiguracao
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