Conforme tínhamos anunciado na postagem do dia 05 de janeiro, numa série de postagem sobre a agenda de Bento XVI para o ano de 2010, o Papa visitou, no dia 07 de janeiro, a Sinagoga dos Judeus em Roma. Esta visita era profundamente esperada por causa das tensões geradas com a proclamação das virtudes heróicas de Papa Pio XII (controvérsia que comentamos na postagem do dia 28 de dezembro de 2009).
A visita ocorreu num clima de tranquilidade e diálogo. Bento XVI fez um gesto bastante simbólico, ao chegar à pé a sinagoga. No caminho, prestou homenagem diante da placa que recorda os judeus que foram deportados, no dia 16 de outubro de 1943. Lá ele depositou flores e se recolheu, num momento de oração silenciosa.
No seu discurso o Papa mais uma vez declarou a sua repulsa ao Shoá (o Holocausto dos judeus na II Grande Guerra), falando sobre isso disse: "representa, de alguma forma, o início de um caminho de ódio que nasce quando o homem esquece seu criador e se coloca no centro do universo".
Bento XVI mostra, através de sua atitude, uma forma de diálogo que é profundamente exigente, mas que precisa ser seguida, principalmente no diálogo inter-religioso. Esse diálogo deve ser feito de coração aberto, com toda a sinceridade e sem nunca renunciar à busca da verdade. Talvez, muitos que desejam acordos à maneira dos acordos comerciais, onde cada um renuncia uma parte para que se possa chegar a um resultado, fiquem um pouco desapontados com essa forma de dialogar; mas um autêntico diálogo precisa enfrentar com coragem os pontos que geram tensão, e ter a paciência e sabedoria para superar todas as dificuldades.
Continuemos assim, a rezar por esse diálogo importantíssimo da Igreja com os judeus, com aqueles que João Paulo XII chamava de "irmãos mais velhos na fé".
Um comentário:
César,
parabéns pelo Blog! Essa é uma maneira atual e inteligente de manter todos atualizados nas questões que se referem à fé cristã e, especialmente, católica.
Grande abraço.
Renato Borges Neto
Postar um comentário