terça-feira, 6 de julho de 2010

História e sentido do sacrário na liturgia - 1ª parte

     Com essa postagem, damos início a uma série sobre o histórico e o sentido no sacrário na liturgia. Esse texto, juntamente com a fotos, foram retirados do blog Salvem a Liturgia.


 

    "Atualmente chamamos de Sacrário ou Tabernáculo o local, o receptáculo, onde se deve conservar a Sagrada Eucaristia na Igreja. Seu desenvolvimento e regulamentação pelas autoridades eclesiásticas resultam de um cuidado e devoção fomentados pela Santa Igreja ao longo dos séculos com o intuito de realçar a adoração devida ao Cristo substancialmente presente nas espécies consagradas.
      Já nos primeiros séculos da Igreja fazia-se necessário a existência de um receptáculo digno para se guardar a Eucaristia. De início, utilizavam-se pequenos vasos ou caixas chamados de arca ou arcula para guardar a Eucaristia reservada aos doentes e também para os fiéis levarem a Eucaristia para casa, haja vista as eventuais impossibilidades de participações freqüentes na Missa em tempos de perseguição. Nesse sentido, também alguns fiéis usavam a Eucaristia guardada em lenços costurados de linho (oraria) ou vasinhos ou caixas de marfim, prata, ouro, madeira ou argila (encolpia) que eram presos ao pescoço. Tal costume foi, contudo, proibido pela Igreja depois do século IV para evitar-se os abusos, profanações e tratamentos de forma supersticiosa para com o Santíssimo Sacramento (atualmente essa prática também é proibida. Vide a Instrução Redemptionis Sacramentum da Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, n. 132).
     Com a liberdade de culto promulgada pelo Imperador Constantino I em 313, os cristãos passaram a construir edifícios próprios para o culto litúrgico (basílicas) e juntamente surgiu o costume de conservar a Eucaristia dentro das basílicas. Além dos casos raros em que o vinho consagrado era mantido em um pequeno vaso de ouro (dolium), o pão consagrado era guardado em pequenos receptáculos de ouro ou prata em formato de torre ou pomba. Estes receptáculos eram inicialmente mantidos no pastophorium (também chamado por alguns escritos da época por sacrarium) que se tratava do lugar mais reservado e inacessível da Igreja. Ou seja, buscava-se custodiar cuidadosamente a Santíssima Eucaristia como a um tesouro. Segundo o Arcebispo Piacenza, “as espécies eucarísticas eram introduzidas na pomba por uma pequena abertura em seu dorso, fechada com cuidado por uma tampa com dobradiça.” Aos poucos, as torres ou pombas passaram a ser colocadas suspensas por correntes no baldaquino (ciborium) que erguia-se por quatro colunas acima do altar".

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