segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Mineiros chilenos agradecem pelo seu milagroso resgate na Terra Santa



Quatro meses após seu histórico resgate, 25 dos 33 mineiros soterrados na Mina São José de Atacama (Chile) percorreram a Via Dolorosa em Jerusalém e chegaram até o Santo Sepulcro para dar graças a Deus por terem sobrevivido.
Conforme informa a agência EFE, os mineiros estavam acompanhados por suas esposas e mães, percorreram as nove primeiras estações da Via Dolorosa e chegaram à praça da Igreja do Santo Sepulcro, onde foram recebidos com aplausos pelos turistas e religiosos que ali se encontravam.
Na Basílica do Santo Sepulcro, os mineiros e seus familiares rezaram juntos "o Pai-Nosso e uma Ave Maria no Monte do Calvário, no interior da Basílica, e tocaram com suas mãos a fenda da pedra dentro da qual se acredita que a cruz esteve enterrada".
Os mineiros peregrinos tentaram evitar as câmaras dos jornalistas para ter um momento de recolhimento. Um deles levou seu bebê e o batizará no rio Jordão.
"Temos muitas viagens, mas esta é o mais bonita, que sabíamos que ia ficar conosco para toda a vida, a do caminho de Deus e tudo o que Ele passou para poder estar conosco", declarou à agência EFE o mineiro Víctor Zamora.
José Henríquez, que foi o guia espiritual do grupo durante as semanas que permaneceram soterrados, recordou que nas profundidades da mina "clamamos a um Deus vivo e Ele nos respondeu e nos deu de presente todas estas viagens a diferentes países do mundo. Ele nos resgatou e tomou domínio de todo o aparato da salvação. É um Deus que responde à oração, que tem ouvidos, que escuta o pecador. Nós acreditamos nele e Ele nos respondeu".
O sacerdote franciscano Agustín Molini, que os guiou na visita à Basílica e dirigiu a oração, estabeleceu um paralelo entre a salvação terrestre dos mineiros e salvação divina.
"Este lugar da ressurreição é para retirar a todos da escravidão e do abismo do pecado para ressuscitar para uma vida nova e eterna. Este é o paralelo do resgate dos mineiros do Chile, pela graça do Senhor, e do resgate que Ele quer para nós e para todo a humanidade para sempre", argumentou.
Os 33 mineiros permaneceram soterrados durante 70 dias a mais de 600 metros de profundidade na jazida mineira San José de Atacama, logo após um desmoronamento ocorrido no dia 5 de agosto de 2010. Graças a uma impecável operação de resgate que incluiu trabalhos de perfuração e a construção de uma cápsula para extraí-los um por um, puderam abandonar a mina entre o dia 11 e 13 de outubro do ano passado.

Retirado da agência de notícias ACI Digital

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A natureza sacrifical da Missa à luz do Antigo Testamento



Sabemos que os ritos judaicos do Antigo Testamento simbolizavam as realidades vindouras da Nova Aliança. Assim, Cristo é chamado de Cordeiro pascal. Para entender bem isso, é preciso voltar aos tempos do Antigo Testamento. Desde os tempos antigos que os homes dos diversos povos oferecem sacrifícios (cruentos ou não) às suas divindades, para obterem favores e para reconhecerem o senhorio das mesmas divindades. Um tipo de sacrifício bastante comum era o sacrifício de animais, dado muito desses povos serem essencialmente pastoris: o oferecimento de parte do rebanho significa o reconhecimento de que deviam aqueles bens que os sustentavam a Deus.

Entre os hebreus, o sacrifício de cordeiros, bodes, touros, etc, já era comum na época dos Patriarcas. Contudo, após o Exôdo, Deus por meio da revelação instituiu sacrifícios, ritos e um sacerdócio regulamentado e institucionalizado. A razão é que estes ritos simbolizariam melhor as realidades sobrenaturais. No sacrifício dos animais, o homem “passava” seus pecados para o animal a ser sacrificado, simbolizando que seus pecados deviam “morrer” junto com a vítima imolada no altar. Mas certamente o rito mais significativo era o do Cordeiro Pascal. O Cordeiro pascal era sacrificado e sua carne deveria ser consumida completamente. Nos ritos antigos, para que o fiel pudesse se unir, entrar em comunhão com a oferenda do altar, deveria comer da carne oferecida. É nesse sentido que São Paulo advertia sobre o fator pecaminoso de se comer carnes oferecidas aos ídolos, pois seria como comungar de uma oferenda a um falso deus. O Cordeiro pascal representava a libertação do povo de Israel da escravidão do Egito e relembrava a Aliança de Deus com o povo eleito.

A Missa é a Páscoa verdadeira e definitiva, não simbólica como a Páscoa hebraica. Pelo sacrifício pascal de Cristo fomos libertos da escravidão e corrupção do pecado. Tal como o animal do Antigo Testamento, Cristo "tomou sobre si nossos pecados" para que com sua morte na Cruz nos redimisse de nossas culpas. Hoje em dia muitas vezes lembra-se apenas do caráter de Ceia da Missa. Fala-se muito da Última Ceia de Jesus com seus Apóstolos. De fato, ceando com seus apóstolos o Senhor instituiu a Missa, o sacrifício da Nova e Eterna Aliança. Mas convém lembrarmos que não era uma ceia ordinária, uma refeição comum. Era uma ceia sagrada, um banquete sacrifical, todo regido por cerimônias especiais e atos sagrados e de culto. Se comemos da carne de Cristo, é para entrarmos em comunhão com a oferenda que foi sacrificada no altar. O aspecto mais importante da Missa é seu aspecto de sacrifício oferecido a Deus para seu louvor e ação de graças, pela nossa redenção e nossas necessidades (a comunhão eucarística é a forma com a qual nos unimos mais intensamente a esse sacrifício oferecido). O Cardeal Tomás de Vio Cayetano, OP, em seu tratado De Missa Sacrificio et Ritu adversus Lutheranos recorda que a natureza sacrifical da Eucaristia estão contidas nas próprias palavras do Salvador “meu corpo que é entregue por vós” e “meu sangue que será derramado por vós e por muitos”: Jesus não menciona apenas Seu Corpo e Seu Sangue, mas para que fim eles estão destinados, id est, o Sacrifício da nossa redenção.

O ofício do sacerdote consiste em oferecer sacrifícios. Se a Epístola aos Hebreus nos diz que Cristo continua exercendo seu sacerdócio, é claro que Ele o exerce especialmente por meio da Santa Missa, o memorial que perpetua seu sacrifício pascal, fazendo-nos participantes de seus frutos. Que possamos ao reconhecer a beleza do que simbolizavam os ritos do Antigo Testamento, contemplar a Beleza imensurável dos ritos e do Sacrifício que realiza as antigas promessas e os antigos símbolos com perfeição. Lembremos sempre de que a Missa é um sacrifício perfeito em que rendemos a Deus a adoração, a ação de graças e pela qual recebemos a redenção e as graças que necessitamos. Assim, lembremos de fazer do Sacrifício de Cristo oferecido pelas mãos dos sacerdotes da Igreja também o nosso sacrifício, unindo nossas necessidades, orações, louvores, agradecimentos, intenções e obras (enfim, toda nossa vida e todo nosso ser) a oferenda de Cristo para que nossa oferenda imperfeita seja santificada pelos méritos do Cristo, Cordeiro de Deus oferecido ao Pai na unidade do Espírito Santo.
 
Fonte blog Salvem a liturgia

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O Papa aceitou a renuncia ao cargo de Patriarca de Antioquia dos Maronitas

 O Papa aceitou a renúncia ao cargo de Patriarca de Antioquia dos Maronitas apresentada pelo cardeal libanês Nasrallah Pierre Sfeir, que no próximo dia 15 de Maio completará 91 anos. Numa carta ao purpurado, Bento XVI recorda os seus 60 anos de sacerdócio, prova de fidelidade e de amor a Jesus e os quase 50 anos de episcopado, dos quais 25 a frente da Igreja maronita, num serviço – sublinhou – prestado com entusiasmo e docilidade a exemplo de Maria, para a maior gloria de Deus e para o bem dos fiéis. Vós – escreve o Papa na carta – começaste este nobre ministério de Patriarca de Antioquia dos maronitas no tumulto da guerra que ensanguentou o Libano, durante demasiados anos. Com o ardente desejo de paz para o vosso país, guiastes esta Igreja e girastes o mundo para confortar o vosso povo obrigado a emigrar. Finalmente – conclui a mensagem do Papa – a paz voltou, sempre frágil, mas ainda presente.
A Igreja Maronita é uma Igreja particular sui juris católica, do rito oriental, em plena comunhão com a Santa Sé, ou seja, tem o Papa com lider máximo.
Fonte Rádio Vaticano.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Universidade Harvard dá razão ao Papa na luta contra AIDS


Estudo realizado a partir do caso do Zimbábue
Um estudo realizado pela Universidade Harvard deu razão à posição de Bento XVI sobre a AIDS, afirmando que um comportamento sexual responsável e a fidelidade ao próprio cônjuge foram fatores que determinaram uma drástica diminuição da epidemia no Zimbábue.
Quem explica, em sua última pesquisa, é Daniel Halperin, do Departamento de Saúde Global da População da universidade norte-americana, que, desde 1998, estuda as dinâmicas sociais que causam a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis nos países em vias de desenvolvimento.
Halperin usou dados estatísticos e análises sobre o estudo de campo, tais como entrevistas e focus group, o que lhe permitiu coletar depoimentos de pessoas que pertencem a grupos sociais mais desfavorecidos.
A tendência de dez anos é evidente: de 1997 a 2007, a taxa de infecção entre adultos diminuiu de 29% a 16%. Após sua pesquisa, Halperin não hesita em afirmar: a repentina e clara diminuição da incidência de AIDS se deve "à redução de comportamentos de risco, como sexo fora do casamento, com prostitutas e esporádico".
O estudo, publicado em PloSMedicine.org, foi financiado pela Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional, da qual Halperin foi conselheiro, e pelo Fundo das Nações Unidas para a População e Desenvolvimento.
"Com este estudo, Halperin promove uma reflexão séria e honesta sobre as políticas até agora adotadas pelas principais agências de combate à AIDS nos países em desenvolvimento", afirma o jornal L'Osservatore Romano, ao dar a notícia, em sua edição de 26 de fevereiro.
Segundo o estudo, fica claro que a drástica mudança no comportamento sexual da população do Zimbábue "recebeu o apoio de programas de prevenção na mídia e de projetos educativos patrocinados pelas igrejas".
Poucos anos atrás, Halperin se perguntava como é possível que as políticas de prevenção "mais significativas tenham sido feitas até agora baseando-se em evidências extremamente fracas", ou seja, na ineficácia dos preservativos.
Em suma, segundo o estudo de Halperin, é necessário "ensinar a evitar a promiscuidade e promover a fidelidade", apoiando iniciativas que visem a construir na sociedade afetada pela AIDS uma nova cultura.
Como disse Bento XVI, é necessário promover uma "humanização da sexualidade".
Notícia retirada da agência de notícias Zenit

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A criação e a evolução das espécies



Esta postagem sobre a criação do mundo e a evolução das espécies é uma resposta ao questionamento do grupo do Movimento, em Fortaleza/CE, e do meu sobrinho - Paulo Rubens - em Natal/RN. Resolvi postar aqui, para que mais pessoas tenham acesso a este conteúdo.

Para melhor compreender essa questão da evolução das espécies precisamos, de uma forma rápida e que não crie complicações de linguagem, explicar alguns termos:

• Criacionismo – é uma teoria abraçada especialmente pelos protestantes, que tem uma interpretação da Bíblia de forma fundamentalista, em outras palavras: eles acham que as coisas aconteceram justamente como está escrito na Bíblia.

• Evolucionismo – teoria radical da evolução das espécies, que afirma que a natureza foi criada ao acaso, sem nenhum tipo de pessoa ou divindade por detrás dos acontecimentos.

• Teoria da evolução – tese científica que comprova que os animais evoluem através da seleção natural. Eles conseguem provar, através de várias realidades e de forma científica, que isso acontece; mas respeita o fato de não ter uma resposta para tudo, principalmente para a pergunta fundamental: como tudo começou?

• Revelação Bíblica – é como é compreendida no âmbito da Igreja Católica e da forma que nós usamos bastante no Movimento da Transfiguração: buscando o gênero literário de cada texto, no contexto no qual foi escrito. Neste caso especial, o livro do Gêneses, que narra nos seus primeiros capítulos, de forma poética e simbólica, a criação do mundo. Neste relato, não existe nenhum desejo, por parte do autor, de dar uma explicação técnico-científica, mas revelar que um Deus-amor criou todo o universo e fez do homem o centro desta criação.

Concluímos, a partir deste ponto, que a fé tem seu espaço para revelar a verdade, e este não se contrapõe com o da ciência. Assim, podemos acreditar, por exemplo, que Deus criou o mundo não de uma forma estática e sim de uma forma que evolui, mas foi ele que o criou e o mantém. Por isso, não há contradição, respeitando o espaço devido da fé e da ciência, entre Deus criador e a evolução das espécies. Com isso, chegamos à conclusão que não podemos aceitar o criacionismo, que é a fé tentando ocupar o lugar da ciência; nem o evolucionismo, que é a ciência tentando ocupar o lugar da fé.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mensagem do Papa para a Quaresma de 2011


«Sepultados com Ele no batismo, foi também
com Ele que ressuscitastes» (cf. Cl 2, 12)

Amados irmãos e irmãs!

A Quaresma, que nos conduz à celebração da Santa Páscoa, é para a Igreja um tempo litúrgico muito precioso e importante, em vista do qual me sinto feliz por dirigir uma palavra específica para que seja vivido com o devido empenho. Enquanto olha para o encontro definitivo com o seu Esposo na Páscoa eterna, a Comunidade eclesial, assídua na oração e na caridade laboriosa, intensifica o seu caminho de purificação no espírito, para haurir com mais abundância do Mistério da redenção a vida nova em Cristo Senhor (cf. Prefácio I de Quaresma).
1. Esta mesma vida já nos foi transmitida no dia do nosso Baptismo, quando, «tendo-nos tornado partícipes da morte e ressurreição de Cristo» iniciou para nós «a aventura jubilosa e exaltante do discípulo» (Homilia na Festa do Baptismo do Senhor, 10 de Janeiro de 2010). São Paulo, nas suas Cartas, insiste repetidas vezes sobre a singular comunhão com o Filho de Deus realizada neste lavacro. O facto que na maioria dos casos o Baptismo se recebe quando somos crianças põe em evidência que se trata de um dom de Deus: ninguém merece a vida eterna com as próprias forças. A misericórdia de Deus, que lava do pecado e permite viver na própria existência «os mesmos sentimentos de Jesus Cristo» (Fl 2, 5), é comunicada gratuitamente ao homem.

Para ler a mensagem completa, clique aqui.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A beatificação de João Paulo II

Em nota, a Santa Sé adianta que a beatificação vai se realizar em cinco momentos, como um “grande acontecimento eclesial”.
Na véspera da beatificação, no dia 30 de abril, o cardeal-vigário de Roma, Dom Agostino Vallini, presidirá uma missa preparatória no Circo Máximo, centro de Roma, com a participação de Bento XVI em videoconferência.
No dia 1º de maio, às 10h de Roma, o Papa Bento XVI preside a solene Missa de Beatificação, na Praça de São Pedro. Uma vez terminada a cerimônia, “os fiéis poderão venerar os restos do novo beato”, diante do altar da confissão, na Basílica de São Pedro.
No dia 2 de maio, o Cardeal-secretário de Estado, Dom Tarcisio Bertone, presidirá missa de ação de graças na Praça de São Pedro.
A sepultura definitiva de João Paulo II será na capela de São Sebastião, ao lado da capela que abriga a célebre 'Pietà' de Michelangelo, na ala direita do templo. A cerimônia será feita “de forma privada”. Por tradição, os restos mortais dos Papas beatificados são transferidos da cripta, onde estão enterrados, para o andar principal da Basílica.
O Vaticano estima que até dois milhões e meio de pessoas assistirão à cerimônia de beatificação de João Paulo II, o primeiro papa polonês. Um dos pontífices mais populares da história recente e que esteve à frente do trono de São Pedro por 27 anos.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O cantor Justin Bieber e o aborto


O cantor Justin Bieber deu uma entrevista à revista Rolling Stone e fez uma declaração óbvia, mas, devido aos nossos tempos de “ditadura do relativismo”, é, no mínimo, bombástica. Como é próprio destas entrevistas, são feitas perguntas de todo tipo, e na maioria são perguntas podemos dizer tolas, feitas a um adolescente. Mas, em um momento da entrevista, perguntaram sua opinião sobre o aborto e ele responde: “Não acredito no aborto... é como matar um bebê, não é?”
Talvez nesse momento seus empresários já estejam tentando “explicar” essa afirmação, tão fora dos padrões atuais, onde nada é mais afirmado porque fere a realidade de alguns. Hoje já não é “politicamente correto” falar nem a palavra aborto, e sim “saúde reprodutiva”, linguagem tão querida do nosso governo federal.
Não sei se o jovem astro falou isso por convicção ou porque é o óbvio; talvez queira até se desdizer depois para ficar de bem com toda uma indústria cultural nova, que não só aboliu a realidade moral cristã ocidental, mas mudou até os nomes para que nada mais lembre o cristianismo.
Em uma palestra, Dom Silvano Tomasi, observador da Santa Sé na ONU, disse: "Governance", "partner", "gender", "saúde reprodutiva" são alguns termos de um novo vocabulário utilizado nas instituições internacionais, substituindo conceitos como "governo", "esposo(a)", "homem/mulher", "anticoncepção". Ele cotinua dizendo: "Há duas interpretações das experiências humanas - continuou: uma baseada na realidade e outra baseada na construção de conveniências de uma realidade desejada. Esta é muito estimada pelos manager das organizações internacionais."
O que nós vemos no jovem astro é que ele cometeu um “deslize”, falou a partir da realidade do aborto como um assassinato de uma criança – e não o que se espera que uma figura pública fale na era da ditadura do “politicamente correto”. Ninguém pode ser contra o aborto ou o casamento homossexual porque será acusado de pré-conceito. Esta é a mais nova arma contra a verdade e a realidade, e juntamente com esta arma vem outro conceito que está em moda: os direitos humanos. Esta nova cultura, com novas palavras e conceitos, não mais se baseia na realidade; poderíamos chamá-la de pós cristã.
O arcebispo ainda falou de palavras em risco de extinção: "outras palavras, provenientes da tradição judaico-cristã, são excluídas e tendem a desaparecer: verdade, moral, consciência, razão, pai, mãe, filho, mandamento, pecado, hierarquia, natureza, matrimônio etc."
Uma mudança de nomenclatura é fundamento para uma mudança cultural radical no direito, arte, filosofia e sociologia e assim em toda a nossa vida, por isso, ao ver esses novos nomes da moda saiba que, em boa parte deles, existe um fundamento pós cristão .
Obs: Se, ao terminar de ler esse texto você ainda não souber quem é Justin Bieber, pergunte ao seu filho, sobrinho ou neto; ele é o mais novo astro das crianças e adolescentes.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

NOTA DA CNBB SOBRE ÉTICA E PROGRAMAS DE TV

Têm chegado à CNBB diversos pedidos de uma manifestação a respeito do baixo nível moral que se verifica em alguns programas das emissoras de televisão, particularmente naqueles denominados Reality Shows, que têm o lucro como seu principal objetivo.
Nós, bispos do Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP), reunidos em Brasília, de 15 a 17 de fevereiro de 2011, compreendendo a gravidade do problema e em atenção a esses pedidos, acolhendo o clamor de pessoas, famílias e organizações, vimos nos manifestar a respeito.
Destacamos primeiramente o papel desempenhado pela TV em nosso País e os importantes serviços por ela prestados à Sociedade. Nesse sentido, muitos programas têm sido objeto de reconhecimento explícito por parte da Igreja com a concessão do Prêmio Clara de Assis para a Televisão, atribuído anualmente.
Lamentamos, entretanto, que esses serviços, prestados com apurada qualidade técnica e inegável valor cultural e moral, sejam ofuscados por alguns programas, entre os quais os chamados reality shows, que atentam contra a dignidade de pessoa humana, tanto de seus participantes, fascinados por um prêmio em dinheiro ou por fugaz celebridade, quanto do público receptor que é a família brasileira.
Cônscios de nossa missão e responsabilidade evangelizadoras, exortamos a todos no sentido de se buscar um esforço comum pela superação desse mal na sociedade, sempre no respeito à legítima liberdade de expressão, que não assegura a ninguém o direito de agressão impune aos valores morais que sustentam a Sociedade.
Dirigimo-nos, antes de tudo, às emissoras de televisão, sugerindo-lhes uma reflexão mais profunda sobre seu papel e seus limites, na vida social, tendo por parâmetro o sentido da concessão que lhes é dada pelo Estado.
Ao Ministério Público pedimos uma atenção mais acurada no acompanhamento e adequadas providências em relação à programação televisiva, identificando os evidentes malefícios que ela traz em desrespeito aos princípios basilares da Constituição Federal (Art. 1º, II e III).
Aos pais, mães e educadores, atentos a sua responsabilidade na formação moral dos filhos e alunos, sugerimos que busquem através do diálogo formar neles o senso crítico indispensável e capaz de protegê-los contra essa exploração abusiva e imoral.
Por fim, dirigimo-nos também aos anunciantes e agentes publicitários, alertando-os sobre o significado da associação de suas marcas a esse processo de degradação dos valores da sociedade.
Rogamos a Deus, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, luz e proteção a todos os profissionais e empresários da comunicação, para que, usando esses maravilhosos meios, possamos juntos construir uma sociedade mais justa e humana.

Brasília, 17 de fevereiro de 2011

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

São João da Cruz por Bento XVI



Nesta quarta-feira a audiência de Bento XVI foi sobre o grande místico espanhol: São João da Cruz. Esse grande santo é um amigo na minha caminhada de fé e teve uma profunda influência na minha vida. É por isso que, com grande alegria, coloco abaixo na íntegra a belíssima catequese do Papa:

Queridos irmãos e irmãs,

Há duas semanas, apresentei a figura da grande mística espanhola Teresa de Jesus. Hoje, desejo falar de outro importante Santo daquelas terras, amigo espiritual de Santa Teresa, reformador, juntamente com ela, da família religiosa carmelitana: São João da Cruz, proclamado Doutro da Igreja pelo Papa Pio XI, em 1926, e chamado na tradição de Doctor mysticus, “Doutor místico”.
João da Cruz nasceu em 1542, no pequeno vilarejo de Fontiveros, próximo de Ávila, de Vecchia Castiglia, filho de Gonzalo de Yepes e Catalina Alvarez. A família era paupérrima, porque o pai, de nobre origem de Toledo, havia sido expulso de casa e deserdado por ter desposado Catalina, uma humilde tecelã de seda. Órfão de pai em tenra idade, João, aos nove anos, transferiu-se, com a mãe e o irmão, a Medina del Campo, próximo a Valladolid, centro comercial e cultural. Ali frequentou o Colegio de los Doctrinos, desempenhando alguns humildes serviços para a Igreja-convento da Madalena. Sucessivamente, dadas as suas qualidades humanas e os seus resultados nos estudos, foi admitido primeiro como enfermeiro no Hospital da Conceição, depois no Colégio dos Jesuítas, recém fundado em Medina del Campo: ali, João entrou aos dezoito anos e estudou, por três anos, ciências humanas, retórica e línguas clássicas. Ao final da formação, ele tinha bem clara a sua vocação: a vida religiosa e, entre tantas ordens presentes em Medina, sentiu-se chamado ao Carmelo.

Para ler a Catequese completa, clique aqui

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A visita do presidente Russo ao Papa


A visita que o presidente da Federação Russa, Dimitri Medvedev, realizará na próxima quinta-feira a Bento XVI, no Vaticano, tem gerado muitas expectativas por causa do relacionamento da Igreja Católica, com a Igreja Ortodoxa.
Para nós ocidentais parece estranho este tipo de relação: de uma Igreja que influencia e é influenciada pelo governo, como é a da Igreja ortodoxa. Esta influência, por exemplo, impediu por anos as relações do estado do Vaticano com a Federação Russa. 
O recente estabelecimento de relações diplomáticas plenas entre o Vaticano e a Federação Russa mostra que, enfim, o patriarcado de Moscou “liberou” o estado Russo para tomar esta atitude, mostrando que o relacionamento Católico/Ortodoxo está cada vez melhor, especialmente após Bento XVI se tornar Papa.
A postura marcadamente mais tradicional do Papa tem atraído uma grande aceitação no mundo Ortodoxo. Juntamente com isso, sua defesa da identidade cristã da Europa tem encontrado no patriarcado de Moscou um forte aliado.
Outro ponto importante, que gera comunhão, é defesa da vida da família composta de um homem e uma mulher e a presença dos símbolos religiosos no meio da sociedade, como no episódio da tentativa de proibição dos crucifixos nas escolas italianas. O governo Russo pediu ao Tribunal Europeu a não proibição dos crucifixos nas escolas estatais.
Os sofrimentos comuns, e as perseguições aos cristãos ao redor do mundo, estão gerando pelo menos um ponto positivo: um desejo maior de unidade entre os cristãos com perseguição explicita por parte dos mulçumanos, nos países em que eles são a maioria; e uma política de esquerda com profundo viés ante clerical, nas nações ocidentais. A unidade deixa de ser uma meta a ser atingida, e torna-se uma questão de sobrevivência.
Rezemos para que a unidade desejada por Jesus possa acontecer o mais rápido possível e, assim, com o nosso testemunho comum, o mundo possa crer.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Rádio Vaticano completa 80 anos

 Cidade do Vaticano, 12 fev (RV) - Nascida em 12 de fevereiro de 1931, a Rádio Vaticano comemora 80 anos com o olhar voltado para o futuro. Foi dedicada ao seu aniversário e às atividades comemorativas deste ano a apresentação, ontem à tarde, na sala de conferências dos Museus Vaticanos, que contou com a presença, entre outros do Presidente do Governatorato da Cidade do Vaticano, Cardeal Lajolo, do Assessor para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, Mons. Peter Bryan Wells, do Diretor-geral da Rádio Vaticano, Padre Federico Lombardi, e do Diretor dos Museus Vaticanos Prof. Paolucci. Ainda ontem, foi inaugurada uma exposição da Rádio Vaticano, montada na entrada dos Museus, que narra com antigos e novos instrumentos, os 80 anos da “Rádio do Papa”. A exposição poderá ser visitada durante todo este ano.
No seu discurso, Mons. Wells destacou que “evangelizar significa também afrontar as dificuldades às quais a Igreja é sujeita". "A Rádio Vaticano deve ser a voz da Igreja para contrastar aqueles que afirmam que a Igreja não é capaz de renovar-se internamente, demostrando ao invés, a firme vontade de purificação manifestada pelo Seu Supremo Pastor. A Rádio Vaticano deve ser a voz que promove a liberdade religiosa no mundo. A Rádio Vaticano deve ser a voz que chama ao diálogo e à concórdia em um mundo que usa cada vez mais o ódio e à violência para resolver conflitos."
“Sendo a Igreja de natureza universal, a Rádio Vaticano tem uma missão universal. É ouvida em mais de 40 idiomas e se propõe como instrumento por excelência para o diálogo com culturas e religiões diferentes” - afirmou Mons. Wells.
O Assessor para os Assuntos Gerais, da Secretaria de Estado, acrescentou que a Rádio Vaticano é como “um guia” para as outras emissoras católicas existentes no mundo e, por isso, deve estar sempre atualizada, para garantir que sua mensagem chegue em tempo real a todos os cantos do mundo.
A Rádio Vaticano transmite atualmente em mais de 40 idiomas - entre eles, português - para o mundo inteiro, através de cinco redes. (SP)

Fonte Rádio Vaticano

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Voltai-vos para Maria!

Queria, humildemente, dizer àqueles que sofrem e a quantos lutam e se sentem tentados a virar as costas à vida: Voltai-vos para Maria! No sorriso da Virgem, encontra-se misteriosamente escondida a força para continuar o combate contra a doença e a favor da vida. Junto d’Ela, encontra-se igualmente a graça para aceitar, sem medo nem mágoa, a despedida deste mundo na hora querida por Deus.
Quão justa era a intuição daquela bela figura espiritual francesa que foi o Padre Jean-Baptiste Chautard, quando, na obra A alma de todo o apostolado, propunha ao cristão fervoroso frequentes “trocas de olhar com a Virgem Maria”! Sim, procurar o sorriso da Virgem Maria não é um pio infantilismo; é a inspiração – diz o Salmo 44 – daqueles que são “os grandes do povo” (v. 13). “Os grandes”, entenda-se, na ordem da fé, aqueles que possuem a maturidade espiritual mais elevada e sabem por isso reconhecer a sua fraqueza e pobreza diante de Deus. Naquela manifestação muito simples de ternura que é o sorriso, apercebemo-nos de que a nossa única riqueza é o amor que Deus nos tem e que passa através do Coração d’Aquela que Se tornou nossa Mãe. Procurar este sorriso significa em primeiro lugar perceber a gratuidade do amor; significa também saber suscitar este sorriso com o nosso empenho em viver segundo a palavra do seu dilecto Filho, tal como a criança procura suscitar o sorriso da mãe fazendo aquilo que é do agrado dela. E nós sabemos o que agrada a Maria pelas palavras que Ela mesma dirigiu aos serventes em Caná: “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2, 5).
O sorriso de Maria é uma fonte de água viva. “Do seio daquele que acredite em Mim – disse Jesus –, correrão rios de água viva” (Jo 7, 38). Maria é Aquela que acreditou e, do seu seio, correram rios de água viva, que vêm regar a história dos homens. A fonte indicada por Maria a Bernadete, aqui em Lourdes, é o sinal humilde desta realidade espiritual. Do seu coração de crente e de mãe corre uma água viva que purifica e cura. Inúmeros são aqueles que, mergulhando nas piscinas de Lourdes, descobriram e experimentaram a doce maternidade da Virgem Maria, agarrando-se a Ela para melhor se prenderem ao Senhor!

Bento XVI, Santa Missa com os doentes no Sagrado da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, Lourdes – 15 de setembro de 2008





quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Os dons do Espirito Santo I - Dom do Temor de Deus


Nesta postagem damos início a uma série sobre os dons do Espirito Santo. Na verdade, são esquemas de palestras dadas por mim, que as pessoas pediram para ter acesso e que eu, para facilitar, resolvi colocar no Blog.
“Um broto vai surgir do tronco seco de Jessé, das velhas raízes, um ramo brotará. Sobre ele há de pousar o espírito do Senhor, espírito de sabedoria e compreensão, espírito de prudência e valentia espírito de conhecimento e temor do Senhor.” (Is 11,1-2).
Nesta profecia, vemos a promessa da vinda do Messias (Cristo) que se realiza na pessoa de Jesus. Ele é aquele sobre quem o Espírito Santo repousa em plenitude. É este mesmo Espirito que recebemos no nosso batismo e que nos é confirmado no sacramento do Crisma.
Os sete Dons do Espírito são uma forma de nos dizer que recebemos a plenitude do Espírito, já que o número sete tem o significado bíblico de plenitude e totalidade. Com isso percebemos que o Espírito vem a nós por inteiro. Na nossa experiência pessoal, a ação do Espírito é percebida por partes, e assim, a divisão pedagógica em sete Dons nos ajuda a compreender melhor a ação deste mesmo Espírito. Vamos à lista tradicional destes Dons:
Temor de Deus
Fortaleza
Piedade
Conselho
Ciência
Entendimento
Sabedoria
Para melhor compreender os dons, precisamos diferenciá-los das Virtudes. As virtudes são adquiridas pelo exercício perseverante do bem. Elas podem ser divididas em naturais e sobrenaturais: as virtudes naturais, como o próprio nome já diz, são adquiridas com o nosso empenho, sem uma percepção muito clara – por parte da pessoa – da graça de Deus. Como, por exemplo: a pontualidade, a responsabilidade e tantas outras. Já as virtudes sobrenaturais são o que poderíamos dizer uma sociedade entre o nosso esforço e a graça de Deus. Elas podem ser as mesmas virtudes naturais, mas sua força e operação são bem mais fortes e com maior perfeição.
Os Dons do Espírito Santo têm uma forma de operar bem superior a qualquer virtude, porque é o próprio Espírito agindo em nós. É uma forma de divinização da nossa natureza e, consequentemente, das nossas ações; é o que são Paulo nos diz “Já não sou eu que vivo mais é Cristo que vive em mim”.
Depois desta introdução podemos agora nos deter no primeiro Dom: o Temor de Deus. Ele nos introduz no relacionamento com Deus, no seu mistério de poder e santidade, gerando uma reverência amorosa, um reconhecimento profundo da grandeza e majestade de Deus, que gera, por conseguinte, uma rejeição ao pecado por este ser uma ofensa a Deus. Um exemplo forte da ação deste dom foi em São Domingos Sávio, que dizia: “Mil vezes morrer do que pecar”.
É tamanha a reverência, que é gerada no coração uma repulsa pelo pecado por ser ele uma absoluta injustiça para com aquele que é puro e santo e que, por amor, nos chama à comunhão com Ele. Desta forma, não é um medo e sim um conhecimento profundo da realidade do pecado perante a santidade e bondade de Deus.
Para receber este dom precisamos pedir, com oração constante e fervorosa, e, juntamente com isto, ter algumas atitudes: romper com os nossos pecados e nos afastar das ocasiões de pecado. Além disso, devemos exercitar uma virtude que nos prepara para acolher o Dom do Temor de Deus que é a virtude da temperança, especialmente, em relação aos nossos sentidos e hábitos. Usar de moderação no nosso comer, falar, dormir, naquilo que vemos e ouvimos, guardando todo o nosso ser dos excessos, que são meios para o pecado entrar no nosso coração.
O exercício desta vigilância em todas as nossas atitudes, nos possibilita um fortalecimento da nossa vontade e uma abertura para o Dom do Temor do Senhor, que vai penetrando nosso ser e nos transfigurando.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Novo "motu proprio" sobre a Congregação para o Culto Divino


Segue abaixo a tradução do blog de um renomado vaticanista italiano, pelo excelente blog OBLATVS. Neste artigo, ele prevê varias mudanças que afetarão a vida litúrgica da Igreja na perspectiva da "reforma da reforma", do Papa Bento XVI. Para melhor compreender, a Reforma foram as mudanças feitas na liturgia após o Concilio Vaticano II – mudanças da missa celebrada em latim para a língua vernáculo, no nosso caso o português; a direção do celebrando em relação a assembleia e várias outras mudanças. Assim, a “reforma da reforma" seria um processo de revisão desta reforma, nos seus excessos. Acompanhe o artigo que pode ter uma grande influência nas nossas vidas:
"Será publicado nas próximas semanas um documento de Bento XVI que reorganiza as competências da Congregação para o Culto Divino, confiando-lhe a função de promover uma liturgia mais fiel às intenções originárias do Concílio Vaticano II, com menos espaços para mudanças arbitrárias a fim de recuperar uma dimensão de maior sacralidade.
O documento, que terá a forma de um motu proprio, é fruto de uma longa gestação – foi revisto pelo Pontifício Conselho para a Interpretação dos Textos Legislativos e pelos ofícios da Secretaria de Estado – e é motivado, principalmente, pela transferência de competência sobre causas matrimoniais para a Rota Romana. Trata-se das chamadas causas do "rato mas não consumado", isto é, que dizem respeito ao matrimônio realizado na igreja mas não consumado pela falta de união carnal dos dois esposos. São cerca de quinhentos casos por ano e dizem respeito sobretudo a alguns países asiáticos onde ainda existem os matrimônios combinados com mocinhas em idade muito tenra, mas também a países ocidentais para aqueles casos de impotência psicológica para cumprir o ato conjugal.
Perdendo esta seção, que passará à Rota, a Congregação para o Culto Divino, de fato, não se ocupará mais dos sacramentos e manterá apenas a competência em matéria litúrgica. Segundo algumas autorizadas indiscrições, uma passagem do motu proprio de Bento XVI poderia citar explicitamente aquele "novo movimento litúrgico" do qual falou recentemente o Cardeal Antonio Cañizares Llovera, intervindo durante o consistório de novembro passado.
Ao Giornale, em uma entrevista publicada nas véspera do Natal passado, Cañizares havia dito: "A reforma litúrgica foi realizada com muita pressa. Havia ótimas intenções e o desejo de aplicar o Vaticano II. Mas houve precipitação... A renovação litúrgica foi vista como uma pesquisa de laboratório, fruto da imaginação e da criatividade, a palavra mágica de então". O cardeal, que não era parcial ao falar de "reforma da reforma", havia acrescentado: "O que vejo absolutamente necessário e urgente, segundo o que deseja o Papa, é dar vida a um novo, claro e vigoroso movimento litúrgico em toda a Igreja", para pôr fim a "deformações arbitrárias" e ao processo de "secularização que desafortunadamente atinge até o íntimo da Igreja".
É sabido que Ratzinger tenha desejado introduzir nas liturgias papais gestos significativos e exemplares: a cruz no centro do altar, a comunhão de joelhos, o canto gregoriano, o espaço para o silêncio. Sabe-se quanto considera a beleza na arte sacra e quanto considera importante promover a adoração eucarística. A Congregação para o Culto Divino – que alguns gostariam de rebatizar como da sagrada liturgia ou da divina liturgia – deverá pois ocupa-se deste novo movimento litúrgico, inclusive com a inauguração de uma nova seção do dicastério dedicada à arte e à música sacra."

Fonte: Blog de Andrea Tornielli
Tradução: OBLATVS


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Cantor devolve ícone a Igreja do Chipre

Boy George devolveu esta semana um ícone de Jesus Cristo à Igreja Ortodoxa do Chipre. O cantor decidiu fazer a devolução depois das autoridades eclesiásticas lhe terem feito prova de que o ícone, que tem 300 anos, havia sido roubado de uma Igreja Ortodoxa na parte Norte da Ilha. O Bispo Porfyrios, da Igreja Ortodoxa do Chipre, agradeceu publicamente a devolução e entregou a Boy George um ícone moderno de Cristo. Várias Igrejas do Norte da Ilha foram vandalizadas e pilhadas depois da divisão em 1974, na época da invasão do exército turco. Boy George comprou o ícone roubado em 1985 a um negociante londrino, sem saber que tinha sido roubado. Recentemente, durante uma entrevista televisiva ao cantor, o bispo reparou no ícone por cima da lareira da sua sala e procurou confirmar a sua origem, após o qual contatou o cantor. Em comentários à BBC Boy George mostrou-se satisfeito com o desenrolar da história: “Fico contente por ver que vai voltar à sua casa original e verdadeira. Sempre fui amigo do Chipre, e tenho tomado conta do ícone durante 26 anos”. O bispo Porfyrios disse-se esperançado que outras pessoas que tenham em sua possa objetos de arte sacra roubados sigam agora este exemplo.
Fonte:Ecclesia news

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A vila das vocações

Uma pequena vila na Rota da Seda, habitada por 660 pessoas, dos quais 400 são católicos (cerca de 130 famílias, deu 14 vocações à Igreja nos últimos anos: 7 padres, 1 diácono, 3 religiosas, 2 seminaristas maiores e 1 seminarista menor. A vila é Zan Jia Cun, distrito de Fu Feng na Diocese de Zhou Zhi, província de Shaan Xi.
De acordo com informações recebidas por Fides, toda a diocese é famosa pela sua abundância de vocações, de tal forma que é conhecida como "a diocese das vocações". O pároco da vila comenta: "muitas pessoas perguntam-nos qual é nosso segredo. Para dizer a verdade, não sabemos se há um segredo ou não. Nós vivemos intensamente nossa fé. As famílias da vila rezam juntas diariamente. Missas e encontros de oração nos sábados e domingos são compromissos fixos para todos. Mesmo os fiéis de vilas vizinhas vêm até aqui. Penso que estes pequenos testemunhos diários construíram a base para uma eloquente evangelização e são úteis ao mesmo tempo para a formação de vocações. As crianças são educadas segundo princípios religiosos e de modo simples, do jardim ao ensino médio. As irmãs acompanham sua formação com catecismo e ensino de religião. Aqui não é necessário preparar uma lista para as vigílias de Adoração Eucarística na Semana Santa, ou em outras circunstâncias, porque a Igreja está sempre cheia, 24 horas por dia."
Outras comunidades católicas visitam a vila com frequência a fim de trocar experiências em evangelização e vocações. Vêm, todavia, também alguns não católicos, já que a vila na Rota da Seda é também um modelo de desenvolvimento econômico. "Alguns não católicos perguntam-nos porque somos tão felizes, e nós respondemos que é porque temos fé", conclui o pároco. "Quando os fiéis tiveram oportunidades econômicas, a primeira coisa que pensaram foi em construir, renovar e melhorar a casa de Deus. Nossa igreja é a mais bonita de toda a região. Os padres e irmãs que vivem em cômodos adjacentes à igreja são acordados às 4 da manhã pelos fiéis com a recitação do rosário".
Fonte: Fides
Tradução: OBLATVS

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Santa Teresa de Ávila por Bento XVI

Abaixo segue a Catequese de Bento XVI sobre a extraordinária figura de Santa Teresa de Ávila. Ele faz um resumo de toda sua história e obras, fazendo uma síntese muito bem elaborada, como é próprio de Bento XVI. Santa Tereza de Ávila é uma santa que marcou bastante a minha história, especialmente minha vida de oração, consequentemente, sua vida e obra têm muito a nos enriquecer como Movimento da Transfiguração.



Queridos irmãos e irmãs:

Ao longo das catequeses que eu quis dedicar aos Padres da Igreja e a grandes figuras de teólogos e mulheres da Idade Média, pude falar sobre alguns santos e santas que foram proclamados Doutores da Igreja por sua eminente doutrina. Hoje, eu gostaria de começar com uma breve série de encontros para completar a apresentação dos Doutores da Igreja.

E iniciamos com uma santa que representa um dos cumes da espiritualidade cristã de todos os tempos: Santa Teresa de Jesus. Ela nasceu em Ávila, Espanha, em 1515, com o nome de Teresa de Ahumada. Em sua autobiografia, ela menciona alguns detalhes da sua infância: o nascimento "de pais virtuosos e tementes a Deus", em uma grande família, com nove irmãos e três irmãs. Ainda jovem, com pelo menos 9 anos, leu a vida dos mártires, que inspiram nela o desejo de martírio, tanto que chegou a improvisar uma breve fuga de casa para morrer como mártir e ir para o céu (cf. Vida 1, 4): "Eu quero ver Deus", disse a pequena aos seus pais. Alguns anos mais tarde, Teresa falou de suas leituras da infância e afirmou ter descoberto a verdade, que se resume em dois princípios fundamentais: por um lado, que "tudo o que pertence a este mundo passa"; por outro, que só Deus é para "sempre, sempre, sempre", tema que recupera em seu famoso poema: "Nada te perturbe, nada te espante; tudo passa, só Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem tem a Deus, nada lhe falta. Só Deus basta!". Ficando órfã aos 12 anos, pediu à Virgem Santíssima que fosse sua mãe (cf. Vida 1,7).

Para ler a catequese completa, clique aqui.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Fundação da Associação Movimento da Transfiguração

Na noite de ontem (terça dia 01/02) o Movimento da Transfiguração teve um momento marcante na sua caminhada: a fundação da Associação Movimento da Transfiguração. Esta será responsável por representar o Movimento no mundo Civil, capacitando-o a várias possibilidades em relação a sua estrutura. Como já foi partilhado no nosso blog, a Associação é um dos passos do nosso planejamento para o ano de 2011 e, com certeza, um dos mais importantes para o nosso futuro.
Agora caminharemos na direção da regularização legal para podermos ter o nosso CNPJ e, consequentemente, nossa conta bancária, possibilitando, de uma forma legal, receber as doações e contribuições de todos aqueles que desejam partilhar conosco nossa missão de evangelizar a partir do carisma do Movimento.
Peço a oração de todos que nos acompanham, para que estes passos sejam para maior glória de Deus e serviço da sua Igreja. Na medida em que as coisas forem acontecendo, partilharei com vocês.

Vejam abaixo fotos deste momento histórico: