No terceiro domingo da Quaresma, o evangelho proclamado é a passagem da Samaritana (Jo 4). A Samaritana, no diálogo com Jesus (que nós chamamos oração) e escutando a sua Palavra, percebe com clareza o seu pecado. Foi isso que lhe possibilitou ter uma experiência de fé. Sem o reconhecimento do nosso pecado, na escuta orante da Palavra de Deus, que é “mais penetrante do que uma espada de dois gumes” (Heb 4,12), o reconhecimento dos nossos erros não produz frutos de autêntica conversão.
O que desejo para cada um de nós nesse tempo de Quaresma é um encontro com Jesus mediado por sua Palavra, que nos leve ao reconhecimento do nosso pecado e suscite a fé no nosso coração. Essa fé, nascida do encontro com Jesus, produzirá frutos de conversão verdadeira.
Desta forma o exemplo da samaritana deve nos motivar a fazermos, nesta semana, uma revisão de vida e buscarmos um sacerdote para fazermos uma boa confissão, em preparação para celebrarmos a Páscoa.
Vejamos o que o Papa Bento XVI diz sobre o evangelho da Samaritana, na sua mensagem para a Quaresma deste ano:
“O pedido de Jesus à Samaritana: «Dá-Me de beber» (Jo 4, 7), que é proposto na liturgia do terceiro domingo, exprime a paixão de Deus por todos os homens e quer suscitar no nosso coração o desejo do dom da «água a jorrar para a vida eterna» (v. 14): é o dom do espírito Santo, que faz dos cristãos «verdadeiros adoradores» capazes de rezar ao Pai «em espírito e verdade» (v. 23). Só esta água pode extinguir a nossa sede do bem, da verdade e da beleza! Só esta água, que nos foi doada pelo Filho, irriga os desertos da alma inquieta e insatisfeita, «enquanto não repousar em Deus», segundo as célebres palavras de Santo Agostinho.”
Juntos, com toda Igreja rezemos: “Ó Deus, fonte de toda misericórdia e de toda bondade, vós nos indicastes o jejum, a esmola e a oração como remédio contra o pecado. Acolhei esta confissão da nossa fraqueza para que, humilhados pela consciência de nossas faltas, sejamos confortados pela vossa misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.
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